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sábado, 3 de dezembro de 2011

Transtorno bipolar: como lidar?...



 

Todo professor sabe que a partir de uma determinada etapa de convivência este passa a ser responsável, de forma parcial, pela formação intelectual de seus alunos. Porém também é fato que esta convivência apresente ciladas e armadilhas contra este trabalho.
Quem já não teve de lidar com pessoas que de manhã estão sorrindo e te amando e de tarde, para ela, você se transforma em um monstro de sete cabeças despertando nela ódio e amargura.
Segundo Mário Quilici, o transtorno bipolar era denominado até, há bem pouco tempo, como Psicose Maníaco-depressiva. Esse nome foi abandonado porque alguns estudiosos acreditam que este transtorno não apresenta, necessariamente, sintomas psicóticos. De qualquer forma, com a mudança de nome, esse transtorno deixou de ser considerado uma perturbação psicótica, para ser considerada uma perturbação afetiva.
No Transtorno Bipolar, a pessoa apresenta episódios de mania, alternados com episódios depressivos (altos e baixos). As fases maníacas não precisam necessariamente ser seguidas por fases depressivas, nem as depressivas por maníacas. Na prática, observa-se muito mais uma tendência dos pacientes a fazerem várias crises de um tipo e poucas do outro; há pacientes bipolares que nunca fizeram fases depressivas e há deprimidos que só tiveram uma fase maníaca, enquanto as fases depressivas foram numerosas.
Esse tipo de transtorno atinge 0,5% da população e é caracterizado por dois quadros: mania e depressão. Esses quadros de humor, tão diferentes, aparecem de forma alternada ou, mais raramente, de forma mista. A idade média de início do transtorno é por volta dos 30 anos. Em algumas pessoas, o primeiro episódio pode ocorrer por volta dos 5 ou 6 anos, ou mesmo, depois dos 70 anos. Observa-se que em torno de 50% dos pacientes portadores deste distúrbio apresentam parentes também com alguma forma de Distúrbio de Humor.
O diagnóstico nem sempre é fácil, porque esse tipo de transtorno não tem um padrão que poderíamos chamar de uniforme. Muitas vezes temos quadros mistos. Pode surgir uma depressão inicial e depois de alguns anos, surgir o quadro maníaco. Por essa razão, o diagnóstico correto é demorado.
O início desse transtorno pode ocorrer tanto pela fase depressiva (depressão) como pela fase maníaca (mania). O surgimento pode ser abrupto ou menos marcante. Nos casos abruptos em que surge a mania, é mais fácil reconhecer, porque os sintomas maníacos parecem rupturas psicóticas. O indivíduo muda completamente de comportamento, passando de um estado de humor deprimido para um outro completamente oposto. Em geral, começam a ter atitudes onipotentes e egoístas, são alegres faladores e realizadores.
Além dos quadros depressivos e maníacos mais definidos, há os quadros mistos (sintomas depressivos simultâneos aos maníacos) o que muitas vezes pode confundir ou então ajudar no diagnóstico. Em geral nesses quadros, ainda que as pessoas pareçam normais, observa-se alguns comportamentos hipomaníacos como euforia “fora do lugar”, gastos além das possibilidades, promessas que não podem ser cumpridas e uma certa “onipotência em relação à vida”. Tais pessoas podem fazer inúmeras coisas ao mesmo tempo sem, entretanto, considerarem as eventuais conseqüências.
Entre uma fase e outra a pessoa pode ser normal, tendo uma vida como outra pessoa qualquer; outras pessoas podem apresentar leves sintomas entre as fases, não alcançando uma recuperação plena. Há também os pacientes, uma minoria, que não se recuperam, tornando-se incapazes de levar uma vida normal e independente. O individuo em geral fica quieto, distante e triste. Apresenta uma inibição das atividades e pode chegar até a inércia total, apresentando inclusive lentidão psicomotora. A capacidade física fica comprometida, pois o indivíduo sente um cansaço constante. O humor é melancólico e a auto-estima rebaixada. O indivíduo tem sentimentos de inferioridade.
Em geral, é uma pessoa triste, pessimista e desesperançada. Não consegue refletir e, em muitas ocasiões, quando consegue entabular uma conversa, perde o fio do pensamento deixando-o sem conclusão. Às vezes parece-nos que ele desistiu do que ia dizer porque simplesmente pára de falar. Ele pode ou não perceber disso. Isso ocorre porque as idéias fluem com lentidão e dificuldade e há uma impossibilidade de manter a concentração e a atenção. Há muito pouco interesse pelas coisas em geral, e o prazer pela realização dos objetivos de vida, que antes eram agradáveis, desaparece. Na medida em que o processo torna-se mais grave, o sujeito evita estabelecer laços afetivos de qualquer natureza.
Seu interesse pelo ambiente e pelas pessoas de quem gostava diminui, o que contribui para um aumento do isolamento familiar e social. Em geral o indivíduo vê as coisas do passado com culpa, chamando para si a responsabilidade pelos erros e fracassos da sua vida e daqueles que o cercam. A culpa e a auto-recriminação, são constantes. Lamentos são freqüentes e a irritabilidade, mais forte, também acontece devido a uma diminuição da paciência.
No dia-a-dia há sérias dificuldades para adormecer. Quando consegue dormir, entretanto, o indivíduo dorme mal e de forma agitada. Ao amanhecer, há uma inquietação que o impede de levantar-se, mas ele não consegue ficar na cama. Mas o oposto também pode ocorrer, ou seja, sono em demasia. Essa é uma forma de fugir da realidade, e é mais comum em adolescentes.
Para o professor maximizar os resultados e minimizar o esforço, é necessário adotar uma atitude e um comportamento corretos ao longo de todo o processo. Para isso, considere os seguintes pontos:
  1. Cada fase deve ser encarada como uma experiência e um desafio para futuras repetições;
  2. É necessário refletir com justeza sobre a situação em que se encontra para que possa tomar decisões conscientes;
  3. As dificuldades e problemas devem ser admitidos para que possam ser resolvidos;
  4.  As qualidades de perseverança, honestidade, organização e cuidado são muito apreciadas, e devem ser adotadas como prioridade.
  5. A comunicação com outras pessoas deve denotar segurança e confiança;
Todas estas atitudes positivas, juntamente com os comportamentos certos, originam, não só um melhoramento em termos psicológicos do professor, como também auxiliam e favorecem a procura de uma evolução pessoal favorável do mesmo.
Dada a complexidade e seriedade deste assunto todos os conselhos e dicas que se possam dar parecem que nunca são suficientes.
É importante que o professor saiba que, de acordo com Deicken, as descobertas também confirmam o importante papel do hipocampo no distúrbio bipolar. Os estudos das imagens cerebrais dos pacientes que sofrem de depressão têm demonstrado hipocampos menores.
A falta de controle sobre si mesmo, experimentada pelo paciente durante o período de crise, é uma profunda ferida narcísica a qual ele terá que dar conta em seus períodos de estabilidade. O apoio psicoterápico o auxiliará não apenas durante a crise, mas também no estabelecimento de uma "qualidade de vida" que restabeleça seu equilíbrio egóico e o torne menos suscetível a novas crises.
O Distúrbio Bipolar é visto como uma doença que se espalha no seio familiar, com um poder desestruturante não apenas para o doente, como também para aqueles que o cercam mais intimamente. Enquanto um membro familiar padecer de bipolaridade, todos, de alguma forma, estarão implicados em seus efeitos. A Psicoterapia vem em auxílio à família com o objetivo de melhor orientá-la na forma de lidar com o aluno que é um paciente Bipolar, como também em reestruturar-se diante dos conflitos.

pesquei na net
(por Jordan Augusto)



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