Reflexão de Fim de Ano

 

 

  

INTEGRAÇÃO, um movimento para lá da INCLUSÃO

 

           Ao finalizar mais um ano, me ocorre que temos sido sacudidos a algum tempo com a idéia de INCLUSÃO. Educadores, profissionais da saúde, líderes de vários setores sociais investem nessa idéia e em ações para incluir as pessoas diferentes, idéias diferentes, atitudes, culturas, crenças, modos de vida diferentes. Para possibilitar tal prática nos incentivam a cultivar a tolerância, o respeito, a solidariedade.

 

Com a aproximação de um novo ano com diferentes desafios, precisamos acreditar ser possível a construção de um tempo melhor e, além disso, assumirmos a posição de agentes de mudança. Pensando nisso, percebo a necessidade de darmos um passo para além da inclusão, que traz em seu bojo a idéia de apêndices tolerados, de atos de concessão.    

  Ao considerar o processo de INTEGRAÇÃO, necessitamos cultivar atitudes de maior maturidade, de validação de aspectos diferentes. Precisamos ir além da soma de partes, rumo à construção de algo mais rico, mais complexo, mais vital. A integração só é possível para quem tem segurança suficiente para ver suas idéias serem pareadas e confrontadas por outras idéias, observar suas crenças frente a olhares de pessoas com outras crenças. Só pode fazer isso quem não tem medo de se perder nessa dança, de confundir-se com o outro, uma vez que sabe bem quem é; é ato de coragem. Essa condição tem sido desenvolvida e fortalecida por muitas pessoas nos processos de psicoterapia. A integração individual é diferenciação, é maturidade. Esse crescimento se dá na integração das dimensões humanas de espírito, da mente, dos afetos, física e social, incluindo diferentes aspectos, papéis exercidos e atualizando o significado de coisas vividas. A inteligência
emocional que tornou-se crucial e tão valorizada atualmente, pode ser incrementada com a integração dos recursos dos dois hemisférios cerebrais. 

    Creio que é hora de buscarmos a integração de cada um de nós como indivíduos, e a partir daí perceber e aprimorar nossa integração com os demais na teia das redes familiar, social, cultural e ambiental. Esse é o meu desejo para o ano que se aproxima. Acredito que isso só pode ser feito com a soma de atitudes de fé, coragem, generosidade e determinação, sempre renovadas.

A cada dia temos novos desafios a vencer; às vezes
simples e outras vezes complexos. Para seguirmos em frente é preciso amor e dedicação, lembrando do direito a errar e aprender. Além disso, é preciso dedicar tempo e energia para nossa integração pessoal e para melhorar as nossas relações.

Que 2012 seja pautado pela INTEGRAÇÃO, muito além da INCLUSÃO na vida de cada um de nós.

Silvana Ricci Salomoni

Psicóloga – CRP 08/1126

Mestre em Psicologia Clínica

Psicoterapeuta Familiar Sistêmica

Psicoterapeuta Infantil e de Casais

Terapeuta Certificada de EMDR