O drama de Brian Wilson |
Ascensão, queda e retorno do líder dos Beach Boys mostram a importância das funções executivas do cérebro para a criatividade. |
por Brian Levine |
Wilson voltou a se apresentar ao vivo, sentado ao teclado, embora não toque tanto quanto antes. Sua voz é irregular, mas ainda aceitável. Nada disso realmente importa para os fãs que reconhecem a lenda viva que ele é. Seu apogeu criativo foi atingido quando era muito jovem, a despeito (ou talvez em parte por causa) da doença mental que lhe roubou habilidades cognitivas e quase o destruiu. Seu retorno aos palcos demonstra que, com tratamento apropriado e apoio, pessoas afetadas por disfunções executivas podem atuar em áreas muito especializadas, apesar da persistência dos sintomas. Durante esse longo e triste período, alguns membros da família Beach Boys partiram. Dennis, irmão de Wilson e o coração da banda, afogou-se em 1983. Outro irmão, o guitarrista Carl, morreu de câncer em 1998. Embora Pet Sounds tenha sido um jóia da época, o ambiente político, cultural e musical que deu origem a Smile, em 1966, logo se transformou em território de violência, guerra e inocência perdida. Parafraseando o psicólogo canadense Endel Tulving, a flecha do tempo corre em linha reta, mas a memória nos permite dar voltas para revisar o passado e reaver, mesmo que em fantasia, o que foi perdido. Se a ressurreição pública de Brian Wilson reforça essa esperança, então Smile é uma curva de 37 anos. Talvez esse álbum responda a um propósito que ultrapasse a excelência de sua música - a necessidade de acreditar que é possível recuperar o que foi perdido. |
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
6-O drama de Brian Wilson
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