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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

1-Por que bebês não falam como adultos?


Por que bebês não falam como adultos?
Crianças passam do “gugu-dadá” para o domínio da linguagem seguindo um passo de cada vez; estudos recentes levam alguns pesquisadores a considerar que o desenvolvimento mental mais adiantado tem pouca influência no cumprimento desses estágios essenciais
 
© nina vaclavova/istockphoto
O cenário: um berçário. Um bebê fala diretamente para a câmera: “Olhe para isso. Eu sou um homem livre. Posso ir aonde quiser agora”. Ele descreve suas últimas atividades no mercado de ações e é interrompido pelo telefone que toca. “Que horror! Espere um minuto.” Ele atende. “Ei, garota, posso te ligar depois?” Esse comercial de pouco mais de um minuto da E*Trade, veiculado em vários países (e disponível no YouTube), é apenas um exemplo de algo que atores e diretores de cinema sabem há anos: é curioso e inusitado ver um bebê falando como adulto. Mas, afinal, por que crianças pequenas não conseguem se expressar de forma articulada? Tentando responder a essa pergunta, pesquisadores estão descobrindo pistas sobre o desenvolvimento do cérebro e sobre o misterioso processo de aprendizagem de uma língua. Trabalhos recentes apoiam a ideia de que a forma como as crianças aprendem – com passinhos de bebê – é sempre a mesma, não importa com qual idade comecem a aprender um idioma. Em outras palavras, alguns especialistas defendem que o nível de desenvolvimento mental do bebê tem muito pouca relação com o fato de conseguir ou não falar frases completas.

Muitos acreditam que crianças aprendem a falar copiando o que escutam. Ou seja, bebês ouvem as palavras ditas pelos adultos, percebem a situação em que são usadas e imitam. O behaviorismo, a abordagem científica que dominou o estudo americano sobre cognição na primeira metade do século XX, usava exatamente esse argumento. Essa teoria do “papagaio”, entretanto, não consegue explicar por que bebês não são tão fluentes quanto os adultos. Afinal, quando foi a última vez que você ouviu um adulto se expressar com frases formadas por uma única palavra (“mamá”, “papá”) e usar frases curtas, como “mãe abre caixa”? É claro que é muito fácil mostrar que a teoria da imitação para aquisição da língua não pode esclarecer esses estranhos padrões na fala infantil. Na verdade, explicar o mundo com frases de uma palavra é muito mais difícil
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revista Mente e cérebro

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