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domingo, 28 de julho de 2013

Sua consciência está no hemisfério esquerdo ou direito do cérebro?




"A consciência é a garantia de tudo que temos de precioso como ser humano. Sua perda permanente é equivalente à morte, mesmo se o corpo persiste em seus sinais vitais."

Gerald M. Edelman

     Enquanto você lê isso, sua atenção está focada nas palavras e frases que você está vendo. Pode até ouvir uma voz familiar em sua mente, lendo o texto. Ao mesmo tempo, as palavras e frases criam ideias e imagens visuais associados com suas memórias. Toda esta informação está sendo fornecida a você no conforto do seu espaço mais íntimo e privado. Um lugar tão secreto que só você pode estar lá. O lugar onde você está consciente... E você sabe disso. Mas onde que é isso?

    A noção de que a consciência reside em algum lugar no cérebro é uma ideia moderna. Algumas culturas acreditavam que a consciência de uma pessoa se encontrava em seu coração, tanto que as múmias egípcias tinham seus órgãos internos cuidadosamente preservados, no entanto, seus cérebros eram jogados fora, sem cerimônia. Descartes insistiu que a glândula pineal era a "sede da alma", porque era uma estrutura única, rara, com localização central no cérebro. Ele foi um dos primeiros anatomista a procurar compreender e explicar a consciência.

     Nosso cérebro, como o resto de nossa anatomia, é composto de duas metades, ou seja, dois hemisférios: esquerdo e direito. Há uma grande dobra que vai da frente para trás em nosso cérebro, essencialmente, dividindo-o em duas partes distintas e separadas. Bem, quase separado. Eles são ligados entre si por um cabo grosso de nervos na base de cada cérebro. Esta ligação entre os dois hemisférios gigantes é chamado de corpo caloso. É como se fosse uma conexão de rede entre dois processadores de computador incrivelmente rápido e imensamente poderoso, cada um executando diferentes programas a partir da mesma entrada. O lado esquerdo do nosso corpo comanda o lado direito do cérebro, e vice-versa. Por qualquer razão, a natureza fez este cruzamento.



    Roger Sperry, ganhador do Prêmio Nobel (1981), tendo na época, como seu colaborador Michael Gazzaniga, realizaram experimentos conhecidos como o "cérebro dividido". Descobriram  que ambas as partes esquerda e direita do cérebro humano tem funções especializadas e que os dois lados podem operar independentemente. Veja como foi: Um paciente que sofria de epilepsia de difícil controle teve uma área de seu cérebro removida por cirurgia como tentativa de controlar a sua doença. Esta área passou a ser apenas o corpo caloso, que era suspeita de ter lesões desenvolvidas (curto-circuito).

   Após a cirurgia, o paciente de Sperry parecia completamente normal - ou quase. Uma série de testes de informações visuais e táteis foram realizadas com cada metade do hemisfério cerebral. Os resultados foram surpreendentes.


   Com o seu link de comunicação cortado(corpo caloso), cada lado do cérebro do paciente funcionava de forma independente, e não impediu a sua capacidade de andar, falar e comer. A mão e o olho direito poderiam nomear um objeto, como um lápis, mas o paciente não conseguia explicar o que foi utilizado. Quando o mesmo objeto foi mostrado para mão e olho esquerdo, o paciente poderia explicar e demonstrar seu uso, mas não podia nomeá-lo. Outros estudos mostraram que as várias funções de pensamento são fisicamente separadas e localizadas a uma área específica em ambos os lados esquerdo ou direito do cérebro humano. Este mapa funcional é consistente para uma estimativa de 70 a 95 por cento de nós.


   Ao completar o mapa de funções do cérebro era evidente para os investigadores que cada lado tem uma forma característica no qual interpreta e reage com o mundo.






    Nossa personalidade pode ser pensada como  uma forma de ação em que os cérebros esquerdo e direito interagem, ou, em alguns casos, não interagem. É uma simplificação dizer que o "lado esquerdo do cérebro" é muito analítico e ordenado, bem como afirmar que o artístico, a imprevisibilidade e criatividade são características  típicas do lado direito do cérebro. Mas cada um de nós se baseia em partes específicas do nosso cérebro para uma variedade de funções diárias, dependendo de coisas como a nossa idade, escolaridade e experiências de vida. As opções que  fizemos é o que forja a nossa personalidade e determina o nosso caráter.

     Um aspecto importante de quem somos é a memória de nossas experiências passadas. Isso dá continuidade ao nosso conceito de self. Estas memórias são armazenadas em um ou no outro hemisfério - não tanto - dependendo do contexto e importância para o hemisfério nomeadamente. Para recuperar memórias dependemos da vontade de cada hemisfério de cooperar e compartilhar informações. Nós não temos nenhum controle sobre as brigas e teimosia dos hemisférios. Estamos apenas conscientes dos resultados que nos são ofertados.

     Quando um hemisfério aprende, tem certas experiências, e armazena informação e não está sempre disponível para o hemisfério oposto, um hemisfério nem sempre pode ter acesso às memórias armazenadas na outra metade do cérebro.

     Para ter acesso a essas memórias lateralizadas, um hemisfério tem que ativar os bancos de memória da outra metade do cérebro através do corpo caloso. Isto foi demonstrado experimentalmente em primatas. Depois que um hemisfério tinha sido treinado para executar uma determinada tarefa, ambos os hemisférios poderiam responder corretamente uma vez que foi aprendido. Mas quando o corpo caloso foi posteriormente cortado no experimento, apenas o hemisfério que originalmente foi treinado era capaz de realizar. O hemisfério destreinado agiu como se nunca tivesse sido exposto à tarefa, a sua capacidade de recuperar as memórias originais no hemisfério oposto tinha sido abolido.

     Michael Gazzaniga demonstrou várias situações em que os dois hemisférios cerebrais de pessoas com cérebros divididos entram em conflito. Em geral, se um estímulo visual é enviado ao hemisfério direito a divisão do cérebro do sujeito através do olho esquerdo, ele vai dizer que ele não viu nada. No entanto, se você deixá-lo sentir o objeto com a mão esquerda, o que também é controlada pelo hemisfério direito, ele irá então ser capaz de selecionar o objeto para fora de um grupo, mas ainda não será capaz de indicar o seu nome. É como se houvesse duas pessoas em um mesmo indivíduo: um que depende do hemisfério esquerdo e pode falar, e outro que depende do hemisfério direito e não pode falar, mas pode, se questionou corretamente, provar que ele ou ela tenha percebido algo e agir em conformidade.

Quando uma pessoa com um cérebro dividido é colocado em uma situação em que os dois hemisférios entram em conflito, ela pode usar sua capacidade de linguagem do hemisfério esquerdo para falar com ela, às vezes, mesmo indo tão longe a ponto de forçar o hemisfério direito a obedecer verbal do hemisfério esquerdo comandos. Se isso for impossível, o hemisfério esquerdo, muitas vezes, racionaliza ou reinterpreta a sequência de eventos, de modo a restabelecer a impressão de que o comportamento da pessoa faz sentido. Foi esse fenômeno que levou Gazzaniga a propor que há um " intérprete "ou" narrativa de si ", no córtex frontal esquerdo, não só dos pacientes com o cérebro dividido, mas também de todos os seres humanos. Este papel do intérprete seria dizer-nos constantemente uma história coerente que se constrói a partir de nossas ações, emoções e pensamentos. Em certo sentido, este intérprete agiria como a "cola" que nos permite reunir todos os elementos de nossa história pessoal e nos dá a impressão de ser agentes racionais.

   Na verdade, de acordo com Gazzaniga, o hemisfério direito também pode ter o seu próprio intérprete. Mesmo que ele não podia falar, este observador no hemisfério direito seria melhor a compreensão ironia, piadas e outras estratégias emocionais . Cada um destes dois intérpretes também controlar os movimentos voluntários dos membros do lado oposto do corpo.

    Assim é que uma pessoa com um cérebro dividido tem duas consciências? E será que uma pessoa com um cérebro normal também tem essas duas consciências, exceto que eles estão tão estreitamente ligados que eles nos dão a impressão de ser apenas um?

     Não há consenso sobre se nós realmente temos um "intérprete", uma espécie de observador interno, em nossos cérebros, e alguns autores, como Daniel Dennett, criticaram fortemente esta ideia . Mas uma coisa é certa: no passado, muitas quantidade experiências com o cérebro dividido foram realizada , e elas vão continuar a gerar muita discussão no futuro. 

     A consciência é algo muito profundo, talvez seja ela quem crie nossa personalidade, a consciência de nós mesmos como  pessoa conscientes.


terça-feira, 9 de julho de 2013

PERDA AUDITIVA/SURDEZ

Justamente (como se lê abaixo) defeito invisível, é que muito nos preocupa com nosso alunado, mais uma para que seja investigada.....pesquei na net



Créditos a:
Dr. Aramis Pedro Teixeira - Neurocirurgião (CRM 15844)
Ine - Instituto de Neurocirurgia Evoluir
(45) 3025-3585 / (45) 3029-3460 - Foz do Iguaçu

Perda auditiva/ Surdez




            Por ser um defeito invisível, a surdez não recebe da sociedade a mesma atenção que é dada a portadores de outras deficiências. O deficiente auditivo deve receber um cuidado especial, pois tende a separar-se de outras pessoas devido a dificuldade com a  comunicação, trazendo para si as consequências do isolamento.

            A surdez é uma perda profunda da audição, onde há uma deterioração deste sentido. Pode ser causada pelos seguintes fatores: problema mecânico no canal auditivo ou no ouvido médio que causa obstrução da condução do som, ou lesão no ouvido interno, no nervo auditivo ou nas vias do nervo auditivo no cérebro (perda neuro-sensorial da audição).

            É categorizada em níveis do ligeiro ao profundo. É também classificada de deficiência auditiva, ou hipoacúsia. Os tipos de surdez quanto ao grau de perda auditiva são:
- Perda auditiva leve: não tem efeito significativo no desenvolvimento desde que não progrida, geralmente não é necessário uso de aparelho auditivo.
- Perda auditiva moderada: pode interferir no desenvolvimento da fala e linguagem, mas não chega a impedir que o individuo fale.
- Perda auditiva severa: interfere no desenvolvimento da fala e linguagem, mas com o uso de aparelho auditivo poderá receber informações utilizando a audição para o desenvolvimento da fala e linguagem.
- Perda auditiva profunda: sem intervenção, a fala e a linguagem dificilmente irão ocorrer.
           
            Já quanto à perda de audição pode ser dividada em dois tipos, definidos pela forma como a doença acontece:
- Perda auditiva sensorial, quando afeta o ouvido interno. Pode ser hereditária, ser provocada por ruídos muito intensos (trauma acústico), por uma infecção viral do ouvido interno, por certos fármacos ou pela doença de Ménière.
- Perda auditiva neural, quando afeta o nervo auditivo ou as vias do nervo auditivo localizadas no cérebro. Pode ser causada por tumores cerebrais que danificam os nervos circundantes e o tronco cerebral. Outras causas são as infecções, perturbações cerebrais e nervosas (como um acidente vascular cerebral) e algumas doenças hereditárias (doença de Refsum). Na infância, o nervo auditivo pode ficar danificado pela parotidite, pela rubéola, pela meningite ou por uma infecção do ouvido interno. As vias do nervo auditivo no cérebro podem ser lesionadas ainda por doenças desmielinizantes (doenças que destroem a bainha dos nervos).

            Estes tipos de perda auditiva podem ser diferenciados comparando como uma pessoa ouve os sons conduzidos pelo ar e como os ouve conduzidos pelo ossos.


            Quanto a causa desta doença, a mais comum é a presbiacusia, que resulta de uma combinação de vulnerabilidade genética, doenças e/ou distúrbios metabólicos ( diabete, por exemplo) e exposição a ruídos. É um processo degenerativo de células sensoriais do ouvido interno e fibras nervosas que conectam com o cérebro. Algumas outras causas são:
- Hereditária (genética) ou embrionária (intra-uterina). Entre as causas intra-uterinas mais freqüentes estão a rubéola, sífilis, toxoplasmose, herpes, alguns tipos de vírus e certos medicamentos usados durante a gestação.
- Variação de pressão no líquido do ouvido interno (esta alteração é chamada doença de Menière e vem acompanhada, em sua forma clássica, de vertigem e zumbido).
- Tumores benignos e malignos que atingem o ouvido interno ou a área entre o ouvido interno e o cérebro podem causar surdez, como por exemplo, o neurinoma, colesteatoma,glómus, carcinoma.

            Há ainda três tipos de surdez:
- Surdez de condução, quando existe um bloqueio no mecanismo que conduz o som desde o canal auditivo até o estribo. Algumas causas importantes podem ser acúmulo de cera no canal do ouvido, perfuração no timpani ,infecção no ouvido médio, lesão ou fixação do martelo, bigorna, estribo.

- Surdez de percepção ou sensorioneural (lesão de células sensoriais e nervosas) é aquela provocada por problema no mecanismo de percepção do som desde o ouvido interno (cóclea) até o cérebro. Algumas causas importantes de surdez de percepção ou sensorioneural podem ser ruídos intensos (intensidades de som acima de 80 decibéis), lesões no ouvido interno devido à exposição simples ao ruído ou após exposições prolongadas de meses ou anos, infecções bacterianas e virais (especialmente rubéola, caxumba e meningite), medicamentos como alguns antibióticos, ácido acetilsalicílico e outros, idade (A deficiência auditiva abrange cerca de 30 por cento nas pessoas acima de 65 anos e 50 por cento acima de 75).
* Exemplos de ruídos mais comuns causadores de surdez: máquinas industriais, armas de fogo, motocicletas, máquinas de cortar grama, música em volume alto, estouro de foguetes.
           
            O diagnostico da surdez é feito através da história do paciente, exame do ouvido e testes com instrumental especializado. O exame complementar mais importante e indispensável é a audiometria. Muitas vezes a surdez vem acompanhada de tontura e zumbido. Nestes casos, investiga-se também o labirinto (a parte do equilíbrio) e o sistema nervoso relacionado com as queixas. O exame por imagem como a ressonância magnética (RM) pode ser necessária quando há suspeita de tumor.

            São realizados testes auditivos com um diapasão, mas a melhor forma de testar a audição é uma câmara insonorizada e com um audiometrista (especialista na perda da audição), utilizando um dispositivo electrónico que produz sons em tons e volumes específicos. A condução do som por via aérea nos adultos mede-se colocando um diapasão que esteja a vibrar perto do ouvido, com o fim de fazer o som viajar pelo ar até chegar ao ouvido. Uma perda de audição ou um limiar de audição subnormal (o menor som que possa ser ouvido) podem indicar a presença de um problema em qualquer parte do aparelho auditivo. Nos adultos, a audição por condução óssea mede-se encostando contra a cabeça a base de um diapasão que esteja a vibrar. A vibração propaga-se pelo crânio, incluindo o caracol ósseo do ouvido interno. O caracol contém células ciliadas que convertem as vibrações em impulsos nervosos, que se transmitem pelo nervo auditivo. Este teste contorna o ouvido externo e o ouvido médio e avalia apenas o ouvido interno, o nervo auditivo e as vias do nervo auditivo no cérebro. Utilizam-se os diapasões com diversos tons (frequências) porque algumas pessoas podem ouvir sons a certas frequências, mas não a outras. Se a audição por condução aérea estiver reduzida mas a audição por condução óssea for normal, a perda é condutiva. Se a audição por condução tanto aérea como óssea estiver reduzida, então a perda de audição é neuro-sensorial. 



              Alguns testes de audição podem detectar perturbações nas áreas de processamento auditivo do cérebro. Estes testes medem a capacidade de interpretar e de compreender a fala distorcida, de compreender uma mensagem apresentada a um ouvido quando outra mensagem está a chegar ao ouvido oposto, de ligar mensagens incompletas recebidas em ambos os ouvidos e formar uma mensagem coerente e de determinar de onde provém um som quando chegam sons a ambos os ouvidos ao mesmo tempo. Como os canais nervosos de cada ouvido se cruzam para o outro lado do cérebro, uma anomalia num dos lados do cérebro afecta a audição no lado contrário. As lesões no tronco cerebral podem prejudicar a capacidade de ligar mensagens incompletas para formar uma mensagem coerente e determinar de onde provém o som.



        O tratamento da perda auditiva depende da causa. Por exemplo:
- Se a presença de líquido no ouvido médio ou de cera no canal auditivo está a causar perda de audição condutiva, o fluido é drenado ou então procede-se à eliminação da cera.
- Nas perfurações timpânicas e nas lesões ou fixação dos ossículos (martelo, bigorna, estribo), o tratamento é cirúrgico.
- Nos casos de secreção acumulada atrás do tímpano (otite secretora) por mais de 90 dias, a cirurgia também está indicada.
- Na doença de Menière (surdez, tontura, zumbido), o tratamento é clínico e, às vezes, cirúrgico.
- Em casos de tumores, o tratamento indicado pode ser essencialmente cirúrgico, radioterápico ou radio cirúrgico.

           Em outros casos, o tratamento consiste em compensar a perda auditiva na medida do possível. Em situações excepcionais recorre-se ao transplante do caracol.

         Outra alternativa que se pode utilizar são os aparelhos auditivos convencionais, cuja função é amplificar os sons. Para outros que não podem usar os aparelhos auditivos convencionais, ou que se beneficiam pouco com eles, estão indicados os aparelhos eletrônicos cirurgicamente implantáveis. Para pacientes com surdez severa-profunda, que não se beneficiam com nenhum desses aparelhos, está indicado o implante coclear. Os implantes cocleares são sistemas eletrônicos implantados cirurgicamente, que têm a função de transmitir estímulos elétricos ao cérebro através do nervo auditivo. No cérebro, esses estímulos elétricos são interpretados como sons.  




            Há muitas pessoas que possuem dúvidas sobre como lidar com os surdos e como se comunicar com eles, procuramos algumas dicas que podem auxiliar nestes casos:
- Falar de maneira clara, pronunciando bem as palavras, sem exageros, usando a velocidade normal, a não ser que ela peça para falar mais devagar.
- Usar um tom normal de voz, a não ser que peçam para falar mais alto. Gritar nunca adianta.
- Falar diretamente com a pessoa, não de lado ou atrás dela.
- Fazer com que a boca esteja bem visível. Gesticular ou segurar algo em frente à boca torna impossível a leitura labial. Usar bigode também atrapalha.
- Quando falar com uma pessoa surda, tentar ficar num lugar iluminado. Evitar ficar contra a luz (de uma janela, por exemplo), pois isso dificulta a visão do rosto.
- Se souber alguma língua de sinais, tentar usá-la. Se a pessoa surda tiver dificuldade em entender, avisará. De modo geral, as tentativas são apreciadas e estimuladas.
- Ser expressivo ao falar. Como as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz, que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, as expressões faciais, os gestos ou sinais e o movimento do corpo são excelentes indicações do que se quer dizer.
- A conversar, manter sempre contato visual, se desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou.
- Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se houver dificuldade em compreender o que ela diz, pedir para que repita. Geralmente, os surdos não se incomodam de repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas.
- Se for necessário, comunicar-se através de bilhetes. O importante é se comunicar. O método não é tão importante.
- Quando o surdo estiver acompanhado de um intérprete, dirigir-se a ele, não ao intérprete.
- Alguns preferem a comunicação escrita, alguns usam linguagem em código e outros preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e concentração.



            Em suma, os surdos são pessoas que têm os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos, assim como todos. Se ocorrer alguma situação embaraçosa, uma boa dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham.

                        Língua Brasileira de Sinais (Libras)


            Dentro os métodos utilizados para uma boa comunicação com pessoas que sofram de surdez, está a linguagem de sinais, uma língua gestural usada pela maioria dos surdos dos centros urbanos brasileiros e reconhecida pela Lei. É derivada tanto de uma língua de sinais autóctone quanto da língua gestual francesa; por isso, é semelhante a outras línguas de sinais da Europa e da América.



            Assim como as diversas línguas naturais e humanas existentes, a LIBRAS é composta por níveis linguísticos como: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica. Da mesma forma que nas línguas orais-auditivas existem palavras, nas línguas de sinais também existem itens lexicais, que recebem o nome de sinais. A diferença é sua modalidade de articulação, a saber visual-espacial, ou cinésico-visual, para outros. Assim sendo, para se comunicar em Libras, não basta apenas conhecer sinais. É necessário conhecer a sua gramática para combinar as frases, estabelecendo comunicação. Os sinais surgem da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação — locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos, os quais, juntos compõem as unidades básicas dessa língua. Assim, esta linguagem se apresenta como um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. Como em qualquer língua, também na libras existem diferenças regionais. Portanto, deve-se ter atenção às suas variações em cada unidade federativa do Brasil.





Dr. Aramis Pedro Teixeira - Neurocirurgião (CRM 15844)
Ine - Instituto de Neurocirurgia Evoluir
(45) 3025-3585 / (45) 3029-3460 - Foz do Iguaçu



TUMOR CEREBRAL


o TEMA é importante... pode aparecer ao longo da vida, é preciso investigar, pesquei no blog de Dr. Aramis Pedro Teixeira.

Tumor Cerebral


É um tumor intracraniano resultado de um processo expansivo em uma parte dos tecidos cerebrais, que ocorre devido a uma multiplicação desordenada das células. Pode ser benigno (não é agressivo, não se propaga aos órgãos adjacentes e na maioria das vezes  é relativamente fácil de remover) ou maligno associado à neoplasia (invade e destroi tecidos adjacentes). Pode espalhar-se para outros lugares do corpo (câncer metastático), chegando a alcançar vários graus.
Existem vários tipos de tumores cerebrais, os mais comuns são:
- Gliomas - Astrocitomas, oligodendrogliomas, oligoastrocitomas, ependimomas, subependimomas, entre outros.
- Astrocitoma – Tumor frequente em crianças, infratentoriais, presentes no tronco e no cerebelo (parte de baixo, atrás no cérebro que controla movimentos, equilíbrio e respiração.  É formado por células neurogliais  em forma de estrela, ocupando espaço encefálico e promovendo grandes compressões. Em adultos são mais comuns supratentoriais e periventriculares, podendo invadir grandes áreas da substância branca do cérebro ou da medula espinhal.   Podem ser divididos em baixo grau de malignidade (astrocitoma grau 1 ou grau 2) e alto grau de malignidade (astrocitoma anaplásico ou tipo 3, e glioblastoma multiforme ou grau 4, sendo este último muito maligno, de difícil tratamento, com pouca resposta terapêutica, muita recidiva e infiltrativo, com prognóstico reservado e  pouco tempo de sobrevida, às vezes, menor que 6 meses).
- Meningiomas –  Tumor benigno que se desenvolve nas meninges (originários nas membranas que envolvem o cérebro e a medula). Quando um meningioma aumenta de volume, desenvolve-se uma síndrome de hipertensão intracraniana causada pelo efeito massa ou edema intracelular ou vasogênico do tumor no interior do crânio, exercendo pressão cada vez maior sobre o cérebro. Provoca sintomas como dores de cabeça, cansaço, convulsões e perturbações mentais. O envolvimento do crânio por esses tumores pode decorrer desde erosão óssea devido ao efeito compressivo até um espessamento do osso devido à infiltração de células tumorais. É bem delimitado e dificilmente se torna maligno.
- Tumores da calota craniana – Ex.: Osteomas e displasias fibrosas. A suspeita clínica de uma neoplasia envolvendo a caixa craniana é baseada em: défict neurológico progressivo (68%), frequentemente fraqueza motora (45%), dor de cabeça (54%), convulsões (26%) e, em alguns casos, deformidade no crânio.
- Tumores endocrinológicos (envolvendo as glândulas do cérebro) – Ex.: Adenomas de hipófise, prolactinomas, germinomas, pinealomas, entre outros. Geralmente produzem hormônios, podendo causar diminuição da libido, alteração menstrual, galactorréia, ginecomastia, alteração do crescimento e distúrbios hidro-eletrolíticos.
O fator mais importante no surgimento de um tumor no cérebro é o genético (se há tendência na família, oncogenes, etc.). Outros fatores são:  agrotóxicos da piramide alimentar, a exposição contínua a venenos, radioterapias, traumatismos de crânio, stress, etc.
A cefaléia, um importante fator, é descrita como sendo pior pela manhã e é exacerbada pela tosse e esforço físico. É associada a náuseas e vômitos (em 40% dos casos), crises convulsivas, tontura, cegueira, surdez e perda da força, podendo ser aliviada temporariamente pelos vômitos. A combinação desses fatores juntamente com a presença de défict neurológico focal  e ao histórico clínico do paciente pode levar a suspeita de tumor no cérebro.
           Os sintomas variam de acordo com a região do cérebro que é atingida. Por exemplo, se este afetar a parte do lobo frontal o paciente terá psicoses, alterações emocionais graves e paralisias; se acometer o nervo óptico, pode ocasionar cegueira e alterações oculares; se for de lobo temporal, poderá prejudicar o nervo do ouvido e causar sintomas como convulsões e alterações auditivas, perdas do movimento com paralisia de membros, alterações endocrinológicas (hormonais); já na parte posterior podem ocorrer alterações visuais, desequilíbrio e falta de coordenação motora.

         O diagnóstico de certeza de um tumor cerebral é dado por exames complementares como a tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética,  eletroencefalograma, raios-X de crânio e/ou coluna e também o histórico clínico do paciente.
Imagem de ressonância magnética – Glioblastoma, tumor cerebral mais comum e agressivo em humanos.

          Qualquer tumor expansivo que exerça pressão no cérebro, seja benigno ou maligno, deve ser retirado, pois pode levar a isquemia dos órgãos e causar paralisias, cegueiras, convulsões, e até mesmo ao óbito. O tratamento é similar ao realizado para tratar tumores em outras regiões do corpo, baseando-se em biópsia do tecido cerebral (análise do exame anátomo-patológico), remoção cirúrgica total ou subtotal , radioterapia, quimioterapia ou tratamentos com esteróides, sendo únicos ou combinados. Tudo depende da manifestação clinica, localização, dimensão, multiplicidade, infiltração de tecidos normais adjacentes, e do estado geral do paciente. Caso sejam benignos, únicos, com a remoção completa poderá haver cura. Nos casos de tumores múltiplos ou com invasão em outros órgãos (metástases), malignos, ou com ressecção incompleta, o tratamento pode ser cirurgia  com complementação de radioterapia e quimioterapia, tudo dependendo do subtipo, comportamento e estádio do tumor. 

Competência...sou abduzida por esse tema......
































Muito interessante o assunto, fiz pesquisa na net, estudei e claro compartilhei com os devidos créditos, e tem mais......................

Há cerca de 30 anos o debate acerca do tema tem evoluído, não apenas quanto ao termo em si, mas aos conceitos a ele associados, sua composição, desenvolvimento e aplicação prática.
Assim, o conceito é aplicado à movimentação, desenvolvimento e valorização de pessoas, além de mostrar a sua pujança na gestão do conhecimento e na transformação organizacional.
O Coaching Executivo é conduzido com base em um Modelo de Competências, por meio das quais os executivos sejam capazes de prover alinhamento com a estratégia concebida pela organização e a prontidão com as estratégias emergentes em seu mercado de atuação, alcançando vantagem competitiva sustentável.
Uma competência é desenvolvida por um indivíduo ao longo de sua trajetória profissional enquanto adquire habilidades, obtém uma qualificação, aproveita um espaço ocupacional e mobiliza o conhecimento com vistas a uma entrega, que conforme Fleury (2000), agregue valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.
Mas afinal, qual a diferença entre habilidade e competência?
Uma habilidade envolve um processo que passou a ser automático pela prática constante. O indivíduo realiza certa atividade sem necessariamente estar consciente acerca desta execução, como, por exemplo, dirigir um automóvel; consultar um GPS; operar um CD player.
Uma competência, por sua vez, nunca é um processo inconsciente, pois uma competência sempre opera em um contexto de alto nível de variabilidade e complexidade. O indivíduo deve prover uma resposta simples, ágil, econômica, sistêmica e efetiva para uma situação complexa e que, provavelmente, ele esteja enfrentando pela primeira vez, como, por exemplo, dirigir seu veículo até o outro lado da cidade num bairro desconhecido, na hora do rush, pegando o caminho mais curto e seguro, evitando trânsito mais intenso e pontos de engarrafamento. Além disso, ele deve estar preparado para lidar com situações contingenciais, como a troca de um pneu.
Notem que, enquanto se dirige ao local previamente determinado, o indivíduo dirige o veículo, consulta o GPS e opera o CD Player, habilidades que domina perfeitamente e que executa de forma inconsciente, mas que estão longe de serem competências.
Mas, então, qual seria a competência deste motorista? Condução Assertiva talvez seja um bom título para ela, mas pouco importa, pois diferentes denominações podem ser atribuídas por diferentes indivíduos e o que mais importa quando se fala em competência é o que ela entrega, ou seja, no que este agir competente pode agregar de valor, no caso, chegar ao destino dentro das condições estabelecidas.
Isso significa que o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, popularmente conhecido como CHA, não é competência?
O CHA é apenas parte do input, sendo que o output é a competência, ou seja, o que é possível entregar usando os conhecimentos, habilidades e atitudes.
O throughput é o espaço ocupacional que, no exemplo do motorista, seria o veículo, o GPS, o CD Player e tudo o mais que seja necessário, para que a competência Condução Assertiva se materialize numa entrega. O espaço ocupacional ainda provê as demandas por meio das quais as competências são mobilizadas e as entregas devem responder adequadamente a elas.
Isso significa que a qualificação perdeu a sua importância?
Na Era Industrial bastava que o trabalhador tivesse uma qualificação e por meio dela desempenhasse atividades rotineiras e repetitivas.
Na Era do conhecimento, conforme Zarifian (2001, 2003), o trabalhador deve mobilizar o conhecimento, enfrentando situações altamente desafiadoras, construindo conhecimento e aplicando conhecimento em diferentes contextos.
Assim, quando o profissional sai de uma organização, deixa sua contribuição em termos de conhecimento e leva com ele o conhecimento, por meio do qual continuará construindo sua trajetória profissional.
Neste contexto, a qualificação não foi revogada, pelo contrário, devido ao seu caráter certificador possui suma importância para compor o input ao lado dos conhecimentos, habilidades e atitudes que o indivíduo deve apresentar para aproveitar um espaço ocupacional. Afinal, um motorista teria que, forçosamente, dispor de sua carteira de habilitação, cursos de direção defensiva e até de mecânica de automóveis para ter como competência a Condução Assertiva.
A figura abaixo demonstra com clareza esta dinâmica:
Fonte: Adaptado de Dutra (2004)
O grande desafio é como saber de que forma esta competência se desenvolve, mas este assunto fica para o próximo artigo, afinal, competência é um tema rico e instigante o suficiente para nos ocuparmos dele durante um longo tempo.




O deOsenvolvimen da competência

O desenvolvimento da competência


O desenvolvimento da competência








O desenvolvimento da competência:

Este artigo apresenta a dinâmica pela qual uma competência é desenvolvida por um indivíduo ao longo de sua trajetória profissional enquanto adquire habilidades, obtém uma qualificação, aproveita um espaço ocupacional e mobiliza o conhecimento com vistas a uma entrega, que agregue valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.


Embora, segundo Dutra (2008), a aplicação do conceito de competência não tolere um tratamento homogêneo e unidimensional, o termo pode ser melhor compreendido pelo seu desdobramento em conceitos mais específicos visando um entendimento mais amplo da dinâmica que rege o desenvolvimento da competência.
Uma competência é desenvolvida por um indivíduo ao longo de sua trajetória profissional enquanto adquire habilidades, obtém uma qualificação, aproveita um espaço ocupacional e mobiliza o conhecimento com vistas a uma entrega, agregando valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.
Tudo começa com a aquisição de habilidades, que acontece por meio de ciclos evolutivos em que habilidades são adquiridas aleatória e concomitantemente. Para que uma habilidade (saber fazer) seja adquirida, o indivíduo deve demonstrar algum interesse (querer saber fazer), possuir alguma aptidão (inclinação para saber fazer) e, é claro, construir o conhecimento (saber) que subsidie esta habilidade.
O interesse por uma habilidade é despertado conforme satisfazemos uma necessidade que pode estar associada às preferências do perfil comportamental que, segundo Jung (1974), podem ser Sensação, Sentimento, Pensamento ou Intuição.
A aptidão por uma habilidade é descoberta a partir da configuração das inteligências que, segundo Gardner (1995), compõem o seguinte espectro: inteligências linguística, lógico-matemática, intrapessoal, interpessoal, visio-espacial, naturalista, musical e cinestésico-corporal.
O conhecimento que subsidia uma habilidade é construído conforme as informações são percebidas no ambiente e julgadas relevantes para serem representadas simbolicamente num novo modelo mental (STERNBERG, 2000), também conhecido como know how.
No exemplo do motorista competente em Condução Assertiva, vemos que dirigir o veículo, consultar o GPS e operar o CD Player foram habilidades adquiridas a partir do  interesse despertado e das aptidões descobertas, no caso, as inteligências visio-espacial e cinestésico-corporal.
Com base em suas habilidades, o indivíduo é atraído para uma área de atuação profissional, na qual deve obter sua qualificação (saber fazer reconhecido) que não se restringe ao diploma que certifique a sua formação superior (saber fazer certificado), mas o seu domínio da ética, do rigor técnico e das melhores práticas do mercado (saber fazer em conformidade).
O motorista competente em Condução Assertiva deve necessariamente obter sua carteira de habilitação, seu certificado de condução defensiva e do curso de mecânica que lhe darão, além dos documentos comprobatórios, o domínio dos valores éticos, do rigor técnico e das melhores práticas de mercado.
O aproveitamento de um espaço ocupacional (progressão num eixo de carreira) no exercício de uma atividade profissional acontece na medida em que um indivíduo qualificado aproveita uma oportunidade (chance de fazer) de exercer suas habilidades (saber fazer) a partir da adoção de uma atitude correta (querer fazer).
O motorista só será capaz de se apropriar da competência “Condução Assertiva” se  aproveitar um espaço ocupacional que lhe ofereça toda a infraestrutura necessária para que ele conduza seus passageiros.
A entrega de valor (prover respostas simples, econômicas, rápidas e efetivas) acontece por meio da mobilização do conhecimento resultante da vivência em situações desafiadoras (memória acumulada do fazer), da prática do ensino (fazer saber) e do exercício da capacidade de abstração (saber transpor saberes para contextos profissionais diversos), proporcionadas pelo aproveitamento de um espaço ocupacional.
A rapidez e a intensidade pelas quais o conhecimento é mobilizado em situações profissionais urgentes e críticas dão ao profissional competente a prerrogativa de prover respostas que agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo (FLEURY, 2000).
Uma vivência profissional em situações que apresentam alta complexidade e variabilidade (ZARIFIAN 2001; DUTRA 2004) proporciona experiências positivas transformadas em melhores práticas e experiências negativas transformadas em lições aprendidas.
A prática do ensino proporciona a aquisição de habilidades pelos colegas num circulo virtuoso altamente valorizado pelas organizações. A capacidade de abstração permite que o indivíduo transite em diferentes contextos, evocando soluções utilizadas em outras situações para ajustá-las ou refutá-las caso julgue-as inadequadas. É por meio dela que surgem insights e que são utilizados modelos mentais que aceleram a aprendizagem e concebem soluções superiores.
Assim, conforme enfrenta situações desafiadoras no trânsito de uma grande cidade, fornece dicas aos colegas e motoristas que pedem informações, o condutor desenvolve sua capacidade de abstração, o que permite que ele seja capaz de se conduzir por diferentes contextos com a mesma competência.
Diante do exposto e ainda que provisoriamente, podemos arriscar uma definição da competência em busca de uma maior compreensão do conceito.
A competência é o resultado do exercício constante e autônomo de habilidades, nas quais um indivíduo seja reconhecidamente qualificado para o aproveitamento de um espaço ocupacional, por meio do qual avance em sua trajetória profissionalmobilizando o conhecimento em níveis crescentes de complexidade. Esta mobilização acontece em função de sua vivência profissional em situações desafiadoras, da prática do ensino e da sua capacidade de abstração para entregas que, compatibilizadas com os parâmetros estabelecidos, agreguem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo.