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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

7-O drama de Brian Wilson


O drama de Brian Wilson
Ascensão, queda e retorno do líder dos Beach Boys mostram a importância das funções executivas do cérebro para a criatividade.
por Brian Levine
O 'diretor' do cérebro
Estabelecer objetivos, planejar e executar as tarefas necessárias para alcançá-los, avaliar os resultados e realizar correções para garantir que o planejado seja alcançado. As funções executivas do cérebro são muito semelhantes ao trabalho do diretor de uma empresa. Não há consenso entre neurocientistas e psicólogos, mas a maioria reconhece que tais funções, descritas abaixo, são mediadas pelos lobos frontais.

Pensamento abstrato. Discernir relações entre estímulos - como entender que muitas árvores formam uma floresta - depende da capacidade de pensar de forma abstrata. Imagine que alguém lhe peça que separe em dois grupos os seguintes objetos: duas tesouras, um copo d'agua, um machado e uma churrasqueira. Uma possibilidade é agrupar as tesouras com o copo d'agua, porque eles geralmente ficam dentro de casa, enquanto a churrasqueira e o machado são usados em ambientes externos.

Mudança de foco de atenção. É possível agrupar os objetos de outra forma? As tesouras e o machado cortam, copos e churrasqueira armazenam coisas. As pessoas com disfunção executiva têm dificuldade para mudar o foco de atenção e tendem a manter inflexíveis suas percepções e comportamentos originais, mesmo quando deixam de ser úteis ou convenientes.

Manipulação de informação. Quase todas as operações cognitivas superiores exigem que a manipulação de informação ocorra em tempo real e seja mantida na memória de curto prazo. Para preparar um jantar, por exemplo, o anfitrião precisa organizar a ordem com que os diversos pratos serão servidos, bem como considerar as preferências dos convidados.
Planejamento e previsão. O planejamento de uma viagem requer previsão e análise das condições e necessidades do viajante no destino, que geralmente são muito diferentes das existentes em casa. O paciente com distúrbios na função executiva é incapaz de escapar do presente e formular o modelo mental de um futuro diferente.

Monitoramento e correção de erros. Esses processos são acionados quando os resultados não correspondem às intenções. O efeito pode ser visto, por exemplo, no caso de alguém que sai para comprar uma torta porque está oferecendo um jantar naquela noite. Ao perceber que a loja de doces está fechada, dirige-se a outra que fica muito distante, sem se dar conta de que não estará de volta a tempo de receber seus convidados.

Tomada de decisão. Pense em uma pessoa que passa por problemas financeiros. Reduzir despesas ou aumentar a renda - cada um desses caminhos exige que ela pese as opções, tome uma decisão e a execute. Quem sofre de disfunção executiva não consegue se fixar numa opção, especialmente em situações nas quais não há uma resposta óbvia ou ensinada previamente. Por seguir às cegas as sugestões de terceiros, essas pessoas ficam mais expostas à exploração.

Inibição. Respostas automáticas nem sempre são úteis, pelo contrário, podem até ser perigosas. Imagine que você tenha vencido um concurso importante e conquistado o grande prêmio. Em vez de contar a notícia para todo mundo, é mais prudente esperar que os outros finalistas sejam informados da perda de forma apropriada, e isso exige inibição.

Comportamento social. Não conseguir processar ou produzir pistas sociais pode ter conseqüências devastadoras. Um exemplo é o caso de um paciente com lesões no lobo frontal que, ao ver sua mulher sangrando muito após um acidente na cozinha, tinha como única preocupação limpar o ambiente o mais rápido possível.

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