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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

1-Olhos em disputa


Olhos em disputa
Experimentos simples revelam a estereopsia, fenômeno visual complexo que ajuda a entender como o cérebro resolve conflitos de percepção
por Vilayanur S. Ramachandran e Diane Rogers-Ramachandran
Vemos o mundo de dois pontos privilegiados ligeiramente diferentes, que correspondem às posições de nossos dois olhos. Há pequenas diferenças entre as imagens captadas por cada um deles; diferenças que são proporcionais à profundidade relativa dos objetos no campo visual. O cérebro pode medir essas diferenças, operação cujo resultado é a visão estéreo ou estereopsia.

Para ter uma idéia desse efeito, estenda um braço apontando para um objeto distante. Enquanto mantém o braço estendido, abra e feche cada um dos olhos alternadamente. Perceba como seu dedo muda em relação ao objeto, fato que ilustra a disparidade horizontal entre os globos oculares.

Dispositivos de visualização que se aproveitavam da estereopsia para criar ilusões de profundidade em imagens de paisagens, monumentos arquitetônicos e até pornográficas se tornaram populares nos salões vitorianos. As obras do artista holandês Maurits Cornelis Escher (1898-1972) são um bom exemplo da estereopsia aplicada às artes gráficas.

Fusão cerebral

Um fato pouco comentado sobre a visão estéreo é que, ainda que vejamos duas imagens de um mesmo objeto – uma por meio de cada olho –, percebemos apenas um. De forma similar, se tocamos a mesma maçã com as duas mãos, sentimos uma fruta e não duas. Assim, as imagens dos olhos devem ser “fundidas” em alguma parte do cérebro para dar origem à percepção de um item unitário. Podemos formular as seguintes questões: o que ocorre quando os olhos contemplam coisas inteiramente diferentes? Perceberemos uma mistura?

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