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domingo, 27 de abril de 2014

Síndrome de Irlen

Cultura
Enviado por Redação 21/3/2014 21:33:25
>> De acordo com especialistas, uma média de 17 a 46% de alunos com dificuldades de leitura são acometidos pela doença (Foto: Divulgação) ::

Síndrome de Irlen

Aprender a ler é um processo incorporado ao crescimento de toda criança, certo? Estudos mostram que, apesar de o número de alfabetizados ter crescido consideravelmente nas últimas décadas, isso não é uma regra. Muitas causas podem levar uma criança em tempo escolar a não ser alfabetizada no tempo “correto”. Entre elas, a falta de incentivo, preguiça, dislexia ou, ainda, a pouco conhecida Síndrome de Irlen.
 
Segundo o site especializado do Hospital de Olhos Doutor Ricardo Guimarães, uma média de 17 a 46% de alunos com dificuldades de leitura são acometidos pela Síndrome de Irlen. Descrita pela primeira vez na literatura médica pela psicóloga Helen Irlen, a síndrome é uma alteração no campo perceptivo e visual do cérebro devido ao desequilíbrio na capacidade de adaptação à luz. Esse desequilíbrio causa alterações no córtex visual (zona do cérebro responsável por processar imagens) e, consequentemente, pouco rendimento na leitura. 
 
De acordo com a psicopedagoga Adriana Miranda, outra característica da síndrome é o fato de, provavelmente, carregar o fator genético. Em outras palavras, “uma criança quando é diagnosticada com Irlen, certamente é porque o pai ou mãe ou até mesmo os dois também são acometidos da doença”, explica.
 
A dificuldade de leitura causada pela Síndrome de Irlen pode ser detectada por meio de um exame denominado ‘screening’, ou rastreamento, quando o profissional de psicologia submete uma série de lâminas com um lado fosco e outro brilhante, ao paciente, acrescentando gradualmente dez cores, e este faz a leitura. De acordo com a análise do nível de dificuldade da leitura, o paciente recebe o diagnóstico e inicia o tratamento com óculos apropriado, lentes ou com uso de lâminas de acetato.
 
Mas, afinal, como saber se meu filho tem esse distúrbio? A especialista explica que “normalmente a criança prefere fazer as atividades de leitura em locais com menos incidência de luz (fotofobia); não tem muita paciência para ler por mais de cinco minutos, tem a sensação de que as letras e as imagens estão flutuando no papel, e naturalmente são inseguras e intolerantes com o processo de leitura, o que pode ser confundido com preguiça ou ignorância”, contou a especialista.
 
Sabendo disso, os pais precisam ter atenção redobrada durante o período de aprendizagem dos filhos, e procurar todos os profissionais que possam auxiliar nessa questão, tais como oftalmologista, fonoaudiólogo e psicólogo. Após descartadas todas as possibilidades de outras doenças, o exame de rastreamento é fundamental para a detecção do Irlen, que até o momento não tem cura, mas os tratamentos aplicados já mostram resultados satisfatórios em alguns pacientes. 

sexta-feira, 25 de abril de 2014

OLIGOFRENIA (RETARDO MENTAL):




De maneira geral, um indivíduo pode ser definido como tendo retardo mental baseado nos seguintes três critérios:
  • Nível de funcionamento intelectual (QI) abaixo de 70 – 75;
  • Presença de limitações significativas em duas ou mais áreas de habilidades adaptativas,
  • A condição está presente ainda na infância.
1. Conceito
A oligofrenia diz respeito a limitações significativas no funcionando cerebral cognitivo.
É caracterizado por:
  • Retardo mental que se manifesta antes dos 18 anos de idade,
·        Funcionamento intelectual significativamente abaixo da média, junto com as limitações em duas ou mais das seguintes áreas de habilidades adaptativas: 
      
Comunicação e Cuidado pessoal
     
Vida em casa e Habilidades sociais
     
Funcionamento na comunidade e Autodeterminação
     
Saúde e segurança e Habilidades acadêmicas funcionais
     
Lazer e Trabalho

2. Quadro Clínico
Os efeitos do retardo mental variam consideravelmente de pessoa para pessoa, assim como as habilidades individuais variam entre as pessoas que não tem retardo mental. Das pessoas com retardo mental, aproximadamente 87% serão afetadas de maneira bastante leve, e serão somente um pouco mais lentas na aquisição de novas habilidades e informações.
Ainda quando crianças, o retardo mental não é facilmente identificável, podendo não ser evidente até que elas entrem para a escola. Muitas delas, quando adultas, conseguirão levar uma vida independente na comunidade e não serão mais vistas como tendo retardo mental.
Os restantes 13% da população afetada, aqueles com QI abaixo de 50, terão sérias limitações de funcionamento. Contudo, com intervenções precoces, educação funcional e com suporte adequado. Quando adultos, todos poderão levar vidas satisfatórias na sua comunidade.

3. Diagnóstico
O sistema da AAMR (Associação Americana de Retardo Mental), para o diagnóstico e classificação de uma pessoa como portadora de retardo mental, segue três passos e descreve o sistema de apoio que a pessoa necessita para superar seus limites nas habilidades adaptativas.
O primeiro passo para o diagnóstico é a aplicação por pessoa capacitada de um ou mais testes padronizados de inteligência,
O segundo passo é descrever os pontos fortes e fracos da pessoa em quatro dimensões, que são:
Habilidades intelectuais e comportamentais adaptativas
Considerações emocionais/psicológicas
Considerações físicas/ de saúde/ etiológicas
Considerações ambientais
Os pontos fortes e fracos podem ser determinados por testes formais, observação, entrevistas com pessoas importantes na vida do paciente, entrevistas com a pessoa sendo avaliada, interagindo com a pessoa e sua família na vida cotidiana, ou por uma combinação desses métodos.
O terceiro passo exige uma equipe multidisciplinar para determinar o apoio necessário nas quatro dimensões mencionadas. Cada apoio identificado é classificado em um dos quatro níveis de intensidade: intermitente, limitado, extensivo e intensivo.

  Apoio Intermitente
Refere-se a um suporte oferecido quando necessário. Um exemplo seria o apoio necessário para que a pessoa procure um novo emprego na eventualidade de ficar desempregada. O apoio intermitente pode ser necessário ocasionalmente por um indivíduo durante sua vida, mas nunca de maneira contínua.

Apoio Limitado
É aquele necessário durante um período determinado de tempo. Um exemplo seria na transição da escola para o trabalho ou durante o treinamento para uma função específica.
Apoio Extensivo
É aquela assistência que a pessoa necessita diariamente e sem limite de tempo. Pode incluir apoio em casa e/ou no trabalho.

Apoio Intensivo
Refere-se ao apoio constante, em todas as áreas, com base diária, podendo incluir medidas para o suporte de vida.
Os apoios, intermitente, limitado e extensivo podem não ser necessários em todas as áreas para um indivíduo.

4. Etiologia

As causas da deficiência mental só são possíveis de serem avaliadas em 25% dos casos.  Outros tipos de deficiência mental devem-se a doenças de metabolismo ou a carências hormonais. Também podem sofrer de deficiência mental as crianças que nascem prematuramente, ou que tenham sido afetadas, durante a gestação, pela radiação, infecções por vírus, sífilis etc., inclusive, durante o parto pode ocorrer alguma pancada, ou hemorragia intracraniana, ou ainda falta de oxigenação no cérebro. Ainda, após o parto, podem ocorrer infecções que prejudiquem o desenvolvimento mental.        

O meio ambiente pode influir no desenvolvimento da criança; o meio social, a moradia e o ambiente familiar são de grande importância. Durante a idade pré-escolar a criança entra em contato com o mundo que a cerca, demonstrando curiosidade por tudo. A própria curiosidade tende a desenvolver sua capacidade mental e proporcionar uma série de conhecimentos básicos. A falta de estímulo nesta área favorece a deficiência mental. As escolas especiais são muito úteis, pois estimulam a criança e a ensinam a realizar tarefas simples.

1) FATORES BIOLÓGICOS
a) PRÉ-NATAIS
GENÉTICOS
Idiotia Familiar, Síndrome de Down  e Síndrome do Miado do Gato

CONGÊNITOS

Rubéola, Sífilis, Toxoplasmose  e Cretinismo

b) PERI-NATAIS
Trauma no Parto,Hipóxia, Hemorragias  e Incompatibilidade Sangüínea

c) PÓS-NATAIS
Infecções, Intoxicações  e Traumatismo Crânio-Encefálico

2) FATORES PSICOLÓGICOS
Carência Afetiva e Maus Tratos

3) FATORES SOCIAIS
Baixo Nível Sócio-Cultural, Isolamento e Desnutrição

As causas podem ser divididas em categorias.

a) Condições genéticas: resultam de anormalidades nos genes herdadas dos pais, devido a erros de combinação genética ou de outros distúrbios dos genes ocorridos durante a gestação. Centenas de distúrbios genéticos associam-se ao retardo mental. Alguns exemplos são a fenilcetonúria e a Síndrome de Down.

b) Problemas durante a gestação: o uso de álcool ou outras drogas durante a gestação pode levar ao retardo mental. Alguns trabalhos têm relacionado o fumo na gestação com um risco maior de retardo mental na criança.
Outros problemas incluem a desnutrição, toxoplasmose, rubéola e sífilis. Gestantes infectadas pelo vírus HIV (AIDS) podem passar o vírus para a criança levando a um dano neurológico futuro.

c) Problemas ao nascimento: qualquer condição de estresse aumentado durante o parto pode levar a lesão cerebral do bebê; contudo, a prematuridade e o baixo peso ao nascer são fatores de risco independentes mais freqüentes que qualquer outra condição.

d) Problemas após o nascimento: doenças da infância como catapora, sarampo, coqueluche que podem levar a meningite e encefalite, também podem causar danos ao cérebro. Acidentes, intoxicações por chumbo, mercúrio e outros agentes tóxicos também podem causar danos irreparáveis ao cérebro e sistema nervoso.

e) Estado socioeconômicoa desnutrição também pode levar ao retardo mental.  Alguns estudos também sugerem que a pouca estimulação, que ocorre em áreas muito desprovidas das experiências culturais e ambientais normalmente oferecidas às crianças, pode surgir como causa de retardo mental.

5. Classificação:
a) Oligofrenia Leve:
Ø      Q.I. variando entre 50 a 70.
São pueris, treináveis, cuidam de si, trabalham em atividades básicas ou braçais, comunica-se praticamente a nível normal.

b) Oligofrenia Moderada:
Ø      Q.I. variando de 35 a 50.
Tem fala mais limitada, executam tarefas simples, tem algum grau de dependência para cuidarem de si, podem receber educação acadêmica funcional e realizar trabalho semi-especializado em condições especiais.

c) Oligofrenia Severa:
Ø      Q.I. variando de 20 a 35.
Tem fraca capacidade de comunicação, mas têm capacidade de falar e cuidar de suas necessidades básicas, assim como de contribuir para sua própria sobrevivência quando acompanhados, se treinados podem trabalhar sob proteção, tem dificuldades em controlar os esfíncteres, demonstram pouco desenvolvimento motor.

d) Oligofrenia Profunda: Q.I menor que 20.
A menor percentagem dos retardados, a dos que apresentam retardamento profundo, demonstram reações mínimas, deficiências físicas secundárias, desenvolvimento motor e capacidade de comunicação reduzida; podem executar apenas atividades de trabalho altamente estruturadas e seu internamento é inevitável. Tem graves defeitos neurológicos e físicos, muitas vezes são imóveis, não reconhecem pessoas ou ambientes. Necessita de cuidados totais para não morrerem.

5.  Diagnóstico

Os lactentes deverão ser considerados em risco de subnormalidade mental, quando há uma história familiar de defi­ciência mental, baixo peso de nascimento em relação ao tempo de gestação, prematu­ridade acentuada, infecção materna no inicio da gestação (em es­pecial rubéola).
Nos primeiros meses de vida, certas características comportamentais são valiosas na previsão do retardo mental. A lenta adaptabilidade das reações de orientação a novos estímulos auditi­vos e visuais também consiste em outra advertência precoce do retardo mental.

6. Prevenção

Antes do casamento ou antes de engravidar: 
-   Vacine-se contra a rubéola (na gravidez ela afeta o bebê em formação, causando má formação, como cegueira, deficiência auditiva, etc...);
-   Evite casamento entre parentes;
-   Faça exames de sangue para detectar sífilis e toxoplasmose. Essas doenças podem causar deficiências severas;
-   Faça exames de sangue para verificar o tipo sanguíneo e o fator RH. 

Durante a gravidez: 
·        Consulte um médico obstetra mensalmente e faça exames de controle,
·        Só tome remédios que o médico lhe receitar;
·        Faça controle de pressão alta, diabetes, coração ou infecções;
·        Faça uma alimentação saudável;
·        Não se exponha a raios-X ou outro tipo de radiações;
·        Não fume e não beba;
·        Evite contato com portadores de doenças infecciosas. 



No nascimento: 
  • Faça questão de ter seu filho em um hospital, com a presença de um obstetra e pediatra;

Depois do nascimento: 
Exija que sejam feitos testes preventivos de seu bebê do tipo:
- APGAR: é um teste feito no bebê ao nascer, por um médico ou enfermeira. O bebê receberá uma nota para cada item do teste e dará ao menos indicações se o bebê está bem ou se é um bebê de médio ou alto risco.
- TESTE DO PEZINHO: Teste do pezinho é o nome popular atribuído ao Teste de Guthrie, assim nomeado em homenagem ao médico Robert Guthrie e constante de programas de diagnóstico precoce, destinado sobretudo a evitar algumas doenças, em especial a oligofrenia difenilpiruvínica. Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Anemia Falciforme e Fibrose Cística.


7. TRATAMENTO
A deficiência mental não tem cura, mas é possível combater certas doenças de origem metabólicas e certas carências hormonais, que produzem lesões cerebrais responsáveis por alguns casos de deficiência mental. O diagnóstico destas doenças deve ser precoce e o tratamento deve ser iniciado rapidamente, pois uma vez a lesão tenha se fixado não é possível fazê-la retroceder. Por outro lado, nos casos de deficiência mental leve, uma educação adequada pode trazer progressos consideráveis.
Podem ser feitas terapias comportamentais, treinamento do paciente, inclusão em instituições especializadas, como a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) . Quanto mais se assemelha à vida familiar, mais eficiente é o tratamento. A educação especializada é o melhor caminho para a auto-suficiência. A medicação pode ser necessária em casos de agressividade, sintomas psicóticos e convulsões associadas.

8. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
Basicamente devemos nos lembrar qual é o tipo de oligofrenia do paciente e relacioná-la com o tipo de apoio oferecido de acordo com o quadro abaixo:
Oligofrenia leve
Apoio intermitente
Oligofrenia moderada
Apoio limitado
Oligofrenia severa
Apoio extensivo
Oligofrenia profunda
Apoio intensivo

fonte:

domingo, 20 de abril de 2014

Principais distúrbios da fala e linguagem.




Podemos dizer que há um problema de linguagem em uma criança quando sua maneira de falar interfere na comunicação (distraindo a atenção do ouvinte sobre o que ela diz para enfoca-la no como ela diz) ou quando a própria criança se sente excessivamente tímida e/ou apreensiva com seu modo de falar. Porém, é preciso muito cuidado ao classificar a linguagem, pois a fala normal tolera muitas “anomalias”.
Mudez – esta incapacidade de articular palavras, geralmente é decorrente de transtornos do sistema nervoso central. Em boa parte dos casos, é decorrência de problemas na audição.
Atraso na linguagem - as principais características da criança que tem atraso na linguagem, são: deficiência no vocabulário; deficiência na capacidade de formular idéias e desenvolvimento retardado da estruturação de sentenças.
Problemas de articulação – as crianças de mais de 7 anos que não consegue pronunciar corretamente todas as consoantes e suas combinações apresenta um problema de articulação. Podemos citar:
dislalia, que é a omissão, distorção, substituição ou acréscimo de sons na palavra falada;
disartria – problema articulatório que se manifesta na forma de dificuldade para realizar alguns ou muitos dos movimentos necessários à emissão verbal;
 linguagem tatibite – distúrbio de articulação (e também de fonação) em que se conserva voluntariamente a linguagem infantil; rinolalia – ressonância nasal maior ou menor que a do padrão correto da fala, que pode ser causada por problemas nas vias nasais, vegetação adenóide, lábio leporino ou fissura palatina.
Afasia – se caracteriza, mais especificamente, por falhas na compreensão e na expressão verbal, relacionadas à insuficiência de vocabulário, má retenção verbal, gramática deficiente e anormal, escolha equivocada de palavras. A afasia pode ser observada em criança que: ouve a palavra mas não a interioriza com significado; demora para compreender o que é dito; apresenta gestos deficientes e inadequados; confunde a palavra ou frase com outras similares; tem dificuldade de evocação, exteriorizada por ausências de respostas ou tentativas incompletas para achar a expressão ou emissões que a substituem.
Atuação do professor frente aos distúrbios da aprendizagem
Atitudes que devem ser evitadas:
- ressaltar as dificuldades do aluno;
- corrigir o aluno com freqüência perante a classe;
- relegar ou ignorar a criança que não consegue superar sua dificuldade.
Atitudes a serem adotadas:
- evitar que o aluno se sinta inferior;
- considerar o problema de maneira serena e objetiva;
- avaliar o desempenho do aluno pela qualidade de seu trabalho.
- Estimulá-lo a enfrentar o problema, procurando superar-se;
Dislexia
A criança disléxica apresenta sérias dificuldades com a identificação dos símbolos gráficos no início da sua alfabetização, o que acarreta fracasso em outras áreas que dependem da leitura e da escrita. As principais dificuldades são:
- demora a aprender a falar, fazer laço,a reconhecer as horas, a pegar e chutar bola, a pular corda;
- escrever números e letras correspondente, ordenar as letras do alfabeto,meses do ano e sílabas de palavras compridas, distinguir esquerda e direita;
- atrapalha-se ao pronunciar palavras longas;
- dificuldade em planejar e fazer redação.
Disgrafia
Os principais erros da criança disgráfica são:
- apresentação desordenada do texto;
- margens malfeitas ou inexistentes;
- traçado de má qualidade: tamanho pequeno ou grande, pressão leve ou forte,letras irregulares ou retocadas;
- distorção da forma das letras o e a;
- movimentos contrários ao da escrita convencional;
- ligações defeituosas de letras na palavra;
- irregularidades no espaçamento das letras na palavra;
- direção da escrita oscilando para cima ou para baixo;
- dificuldade na escrita e no alinhamento dos números na página.
Autismo infantil
O autismo infantil caracteriza-se por uma interiorização intensa. Teorias interpessoais e orgânicas foram sugeridas para explicar o autismo, mas até agora nenhuma delas foi plenamente aceita.
Características da criança autista:
- solidão em grau extremo e evidente na mais tenra idade;
- ausência de sorriso social;
- não desenvolve linguagem apropriada, repete frases;
- arruma seus objetos sempre da mesma forma e ,mesmo que fique sem vê-los durante um tempo, lembra-se da sua posição;
- possui excelente memória: decora facilmente poesias, canções, aprende sempre novas palavras;
- não mantém contato visual com as pessoas;
- demonstra ansiedade freqüente, aguda, excessiva e aparentemente ilógica;
- possui hiperatividade e movimentos repetitivos, com entorpecimento nos movimentos que requerem habilidades;
- é retraída, apática e desinteressada, numa total indiferença ao ambiente que a rodeia;
- demonstra incapacidade para julgar.

Bibliografia

JOSÉ, Elisabete da Assunção & COELHO, Maria Teresa.Problemas de aprendizagem. São Paulo, Ática. 1989.
DROUET, Ruth Caribe da Rocha. Distúrbios da Aprendizagem. São Paulo, Ática.1990.
ASSUMPÇÃO JR., Francisco B. & SPROVIERI, Maria Helena. Introdução ao Estudo da Deficiência Mental. São Paulo, Memnon. 2000.
TELFORD, Charles W. & SAWREY, James M.. O indivíduo excepcional. Rio de Janeiro, Zahar Editores. 1983.
GRÜNSPUN, Haim. Distúrbios Psicossomáticos da Criança: o corpo que chora. São Paulo, Atheneu.1988

domingo, 13 de abril de 2014

Preciso.....................


Enxugar, perceber e esticar

 Queria que o chuveiro lavasse a alma. Queria que o secador de cabelos secasse os pensamentos nebulosos. Queria que as pernas nos levassem apenas ao destino certo, sem atalhos. Queria que as portas estivessem sempre abertas nos esperando. 

Queria que o tempo trouxesse mais respostas e menos inquietações. Queria que as torneiras respingassem sabedoria. Queria que a a tolha enxugasse as mágoas. Queria que o espelho pudesse ler os sentimentos que o pensamento impede do coração expressar.Queria que as lágrimas convertessem naquilo que estamos sentindo falta. Queria que a fome alimentasse o espirito.  Queia que as dúvidas se transformassem em lâmpadas.

Queria mesmo poder dizer que a maturidade traz o encolhimento do ressentimentos. Queria poder dizer que as mudanças não geram sofrimentos. Queria poder recostar a cabeça no travesseiro e ter plena convicção de estou indo pelo caminho certo. Queria poder olhar no espelho e ter a percepção não só do meu corpo, mas da extensão da minha alma. Mas o tempo passa, os anos veem, a gente vai mudando e o tempo, a vida e principalmente as nossas escolhas vão nos moldando. Saber viver tem muito mais haver em saber conviver com as escolhas que vamos fazendo sejam elas boas ou ruins. 

Principalmente o que fui aprendendo agora que estou mais forte, mais serena e com certeza mais capaz de perceber o que ocorre no meu mundo interno a fim de apreender o mundo externo é que existe algo fundamental. Só seremos capazes de estar em paz com a gente mesmo, nos sentindo mais leves, mais conscientes menos tensos e ansiosos se conservarmos a nossa paz de espirito Só vamos aprender a conviver de forma saudável se respeitarmos a nossa paz interior,adquirir não só percepção corporal, mas no nosso todo.Ir ganhando percepção de alma, corpo faz que percebemos que por mais que somos múltiplos funcionamos de forma integral. Ou seja, a paz de espirito é o caminho para alçarmos a paz com os outros. 

Com isso devemos preservar a nossa consciência limpa para isso entender o que é o caráter. Este é formado das nossas infinitas atitudes, escolhas posições, opiniões. O excesso, a falta, a forma disso que vai nos direcionando ao que somos e ao que iremos ser. Envolve não apenas valores, crenças, gostos, desgostos, mas tudo o que fazemos é reflexo disso. Afinal se estamos aqui e não ali, se conseguimos isso e não aquilo é por causa de tudo o que envolve o nosso caráter. Ele é como um raio-x do que somos internamente projetado em tudo o que fazemos ou deixamos de fazer.

Sei lá, de repente estou finalmente começando a relaxar a alma. Claro que eu sei que quem pensa e principalmente quem tem dentro de si o desejo de mudar o mundo, conserva uma alma voraz e repleta de vontades. Mas estou aprendendo a deixar ela menos ansiosa mais aberta á novas experiências. Com isso vou ganhando novas matizes, traçando novas diretrizes e deixando enxugar ressentimentos que iam deixando a minha alma densa, enrugada e até mesmo chata.

A HORA DO JOGO DIAGNÓSTICA




A hora do jogo diagnóstica é um instrumento utilizado no processo psicodiagnóstico que objetiva conhecer a realidade do paciente quando este é uma criança. Pois a atividade lúdica é para a criança um meio de comunicação semelhante à expressão verbal nos adultos.
Existe uma diferença entre a hora do jogo diagnóstica e a hora do jogo terapêutica. A diagnóstica tem começo, desenvolvimento e fim em si mesmo, objetivando conhecer o problema e suas possíveis causas. A terapêutica é contínua e existem modificações estruturais advindas da intervenção do terapeuta.
A hora do jogo diagnóstica é precedida das entrevistas realizadas com os pais e no primeiro contato com a criança e preciso dar instruções da sessão de forma clara.
Cada hora do jogo diagnóstica é uma experiência nova que deve ser realizado em um ambiente espaçoso, que possibilite uma boa movimentação, deve ter pouca mobília e de preferência com piso e paredes laváveis. Deve ser permitida a brincadeira com água e materiais diversos. Esses materiais podem estar em cima de uma mesa e parte dentro de uma caixa aberta, não devem estar organizados em agrupamentos de classes. Os brinquedos não devem ser escolhidos aleatoriamente, mas em função das respostas específicas que provocam. Outro ponto importante é a quantidade que não deve ser exagerada.
Os materiais devem ser de qualidade para evitar estragos. Deve se evitar também os que possam colocar em risco a integridade física do psicólogo e paciente.
Quando a criança entra no consultório deve ser instruída de forma clara a respeito dos papeis, do tempo, do material que pode ser usado e sobre os objetivos esperados.
O psicólogo deve desempenhar um papel passivo. Caso a criança solicite a sua participação ele deve desempenhar um papel complementar. É importante o estabelecimento de limites caso o paciente fuja as instruções dadas ou se coloque em perigo.
O psicólogo deve proporcionar condições para que a criança brinque da forma mais espontânea possível. O objetivo é observar, compreendendo e cooperando com a criança.
Para a análise da hora do jogo diagnóstica não existe uma padronização, mas pautas oferecidas com critérios sistematizados e coerentes que orientam a análise. Devem-se considerar os indicadores mais importantes para o diagnóstico e prognóstico, por exemplo:
  1. Escolha de brinquedos e de brincadeiras: O tipo de brinquedo escolhido, o tipo de jogo, se tem começo, meio e fim, se é organizado e coerente e se corresponde ao estágio de desenvolvimento cognitivo em que a criança se encontra.
  2. Modalidade das brincadeiras: cada sujeito organiza a sua maneira de brincar de acordo com a modalidade que o seu ego escolhe para essa manifestação simbólica. Destaca-se entre as modalidades de brincadeiras a plasticidade, rigidez e estereotipia e perseverança.
  3. Personificação: é a capacidade que a criança tem de assumir e atribuir papeis de forma dramática. Essa capacidade deve ser analisada levando em consideração a forma de personificação própria a cada estágio de desenvolvimento cognitivo, lembrando que a passagem de um período para o outro não se realiza de forma linear nem brusca, mas com sucessivas progressões e regressões.
  4. Motricidade: observa-se a adequação motora da criança na etapa de evolução que atravessa focando nos indicadores de deslocamento geográfico, possibilidade de encaixe, preensão e manejo, alternância de membros, lateralidade, movimentos voluntários e involuntários, movimentos bizarros, ritmo de movimento, hipersinesia, hipocinesia e ductibilidade.
  5. Criatividade: Observar a capacidade de unir ou relacionar elementos em um novo e diferente.
  6. Tolerância à frustração. Como a criança reage em tolerar ou se frustrar em determinados momentos.
  7. Capacidade simbólica: podemos avaliar a riqueza expressiva, a capacidade intelectual e a qualidade do conflito.
  8. Adequação a realidade: devemos observar como a criança age em ter que se desprender da mãe. Se age de acordo com sua idade, como compreende e aceita as instruções. Deve-se observar a aceitação ou não do enquadramento espaço-temporal e a possibilidade de se colocar em seu papel e aceitar o papel do outro.
O brincar da criança psicótica
A criança necessita de adequação a realidade por falta de discernimento da realidade como se apresenta. Escolhe os brinquedos e brincadeiras com base em sua estrutura psicótica. No psicótico, significante e significado são a mesma coisa, sua brincadeiras são estereotipadas ou rígidas. Possui movimentos bizarros e desrelacionados ao contexto. Não existe capacidade de imaginação, mas fantasias. Os seus personagens são cruéis e com grande carga de onipotência e sua tolerância à frustração é mínima.

O brincar da criança neurótica
A criança neurótica tem uma adequação parcial à realidade e escolhe seus brinquedos e brincadeiras pela sua área de conflito. A capacidade de criatividade é diminuída dependendo do seu grau de síntese egoítica, brinca com personagens mais próximos a realidade, mas com rigidez na atribuição de papeis sua modalidade de brincadeira se alterna em função das defesas do ego predominantes. Sua motricidade é variável.

O brincar da criança normal
A criança normal tem uma boa capacidade de se adaptar a realidade e escolhe suas brincadeiras de acordo com as funções e interesses de sua idade, expressa suas fantasias através de uma atividade simbólica com maior riqueza. Possui uma motricidade adequada ao seu desenvolvimento cognitivo. A criança dá livre curso à fantasia, atribuindo e assumindo diferentes papeis na situação de vínculo com o psicólogo aumentando assim a capacidade de comunicação.
Referência:

SIQUEIRA, de Ocampo Maria Luísa (orgs) “Processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas”. 9ª Ed. São Paulo. Martins Fontes. 1999(Psicologia e Pedagogia)