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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

5-Por que bebês não falam como adultos?


CANTIGAS, BRINCADEIRAS E RIMAS
Divulgação
Quase todos os autores que atravessaram o século XX discutindo a questão da aquisição da linguagem – mesmo grandes nomes como Jean Piaget e Lev Vygotsky – põem ênfase em seu papel comunicativo. Para alguns pesquisadores, o desenvolvimento dessa capacidade resulta de um processo empírico, ou seja, é determinado por pressões do meio sobre o indivíduo. Para outros, não se pode pensar na linguagem como uma transferência do saber de fora (do ambiente) para dentro da mente; em vez disso, ela seria produzida pela razão e pela inteligência.

Os adeptos do racionalismo, por sua vez, atribuem sua aquisição às estruturas cognitivas (hereditárias ou inatas) do ser humano, como bem o demonstram as teorias inatistas do linguista Noam Chomsky. Ainda hoje, porém, boa parte dos estudos nessa área foca apenas a comunicação direta entre o adulto e a criança, deixando de lado um universo riquíssimo, composto por cantigas de ninar, brincadeiras com rimas e os muitos jogos verbais. É inegável, entretanto, que os bebês são tocados e estimulados de várias formas pela voz do adulto numa época anterior aos 2 anos, quando os pequenos recorrem ao corpo para se expressar. Nessa fase, os gestos e os sons emitidos por eles ocupam o lugar das palavras que ainda não podem ser pronunciadas. Esse processo pode ser estimulado, por exemplo, quando as crianças ouvem palavras ritmadas e cadências sonoras que as fazem adormecer. De início são as cantigas de ninar e o mamanhês (fala materna que se caracteriza por uma entonação particular ao se dirigir à criança) que acalantam os pequenos. Depois vêm os jogos orais propostos pelos adultos e que darão origem às brincadeiras de infância, nos quais confluem movimento e linguagem.

Assim como as cantigas, as histórias e lendas são preciosos brinquedos invisíveis que também podem ser importantes constituintes de subjetividade, caracterizando-se como objetos lúdicos e matrizes da linguagem oral e escrita

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