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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Guy Brousseau


Guy Brousseau

Os estudos do pai da didática da Matemática definiram as condições de ensino e aprendizagem



Foto: pai da didática
"O aluno não só deve comunicar uma informação como também precisa afirmar que o que diz é verdadeiro dentro de um sistema determinado"

Desde o educador tcheco Comênio (1592-1670), a palavra "didática" vem se referindo aos estudos sobre os métodos de ensino que levassem a procedimentos gerais mais eficazes. No século 20, com os estudos de Lev Vygotsky (1896-1934) e Jean Piaget (1896-1980), o modo como as crianças aprendem começou a ser investigado. Nas últimas décadas, a pesquisa didática se aprofundou na relação específica entre conteúdos de ensino, a maneira como os alunos adquirem conhecimentos e os métodos.

No campo das matemáticas - assim entendidos os vários saberes que a disciplina engloba -, esse trabalho vem avançando e o francês Guy Brousseau é um dos responsáveis por isso. "Como um dos pioneiros da Didática da Matemática, ele desenvolveu uma teoria para compreender as relações que acontecem entre alunos, professor e saber em sala de aula e, ao mesmo tempo, propôs situações que foram experimentadas e analisadas cientificamente", diz Priscila Monteiro, selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Docentes e estudantes são atores indispensáveis da relação de ensino e aprendizagem, mas Brousseau se perguntou sobre um terceiro elemento: o meio em que a situação evolui.

A Teoria das Situações Didáticas desenvolvida por ele se baseia no princípio de que "cada conhecimento ou saber pode ser determinado por uma situação", entendida como uma ação entre duas ou mais pessoas. Para que ela seja solucionada, é preciso que os alunos mobilizem o conhecimento correspondente. Um jogo, por exemplo, pode levar o estudante a usar o que já sabe para criar uma estratégia adequada.

Nesse caso, o professor adia a emissão do conhecimento ou as possíveis correções até que as crianças consigam chegar à regra e validá-la. Ele deve propor um problema para que elas possam agir, refletir, falar e evoluir por iniciativa própria, criando assim condições para que tenham um papel ativo no processo de aprendizagem. Brousseau chama essa situação de adidática. Mas, segundo o pesquisador, a criança ainda "não terá adquirido, de fato, um saber até que consiga usá-lo fora do contexto de ensino e sem nenhuma indicação intencional".

As situações adidáticas fazem parte das situações didáticas (conjunto de relações estabelecidas explícita ou implicitamente entre um aluno ou grupo de alunos e o professor para que estes adquiram um saber constituído ou em constituição). Brousseau as classifica em quatro tipos. Para entender melhor no que consiste cada uma delas, basta tomar o exemplo dado pelo próprio autor: o jogo Quem Dirá 20?. Um participante escolhe um número e o adversário vai propondo somas consecutivas dos algarismos 1 ou 2 até chegar a 20. Invertem-se os papéis e ganha quem atingir o objetivo com menos operações. A atividade começa com o professor contra um dos alunos - ambos colocando as opções no quadro-negro. Em seguida, joga-se em duplas e, em outra fase, entre equipes. Depois de várias partidas, as crianças começam a procurar estratégias para ganhar e discutem entre elas. Assim, cumprem-se os quatro tipos de situação. A saber:


29/05/2011 15:49 
Texto Redação
Nova-Escola
Foto: Acervo

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