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sábado, 22 de outubro de 2011

Extra- Glossário



 Registro, importante para psequisa rápida
 
A
ABERTURA (PIAGET)

Realização das possibilidades operativas de uma estrutura de comportamento (verbal, motora e mental).

ACOMODAÇÃO (PIAGET)

Processo proposto por Piaget, segundo o qual a pessoa modifica a estrutura existente: ações, idéias ou estratégias, para adequar-se a novas experiências. Reestruturação dos esquemas de assimilação. O novo conhecimento representa a acomodação.

ADAPTAÇÃO (PIAGET)

De acordo com Piaget, também caracteriza o funcionamento intelectual e físico. A assimilação e a acomodação são partes do processo de adaptação. movimento de equilíbrio contínuo entre a assimilação e a acomodação. O indivíduo modifica o meio e é também modificado por ele.

ADOLESCÊNCIA

O período da vida humana entre a puberdade e o estado adulto; mocidade.

AFETIVIDADE

Conjunto de fenômenos psíquicos manifestados sob a forma de emoções ou sentimentos e acompanhados da impressão de prazer ou dor, satisfação ou insatisfação, agrado ou desagrado, alegria ou tristeza etc.

AFETO

Termo que a psicanálise foi buscar na terminologia psicológica alemã e que exprime qualquer estado afetivo, penoso ou desagradável, vago ou qualificado, quer se apresente sob a forma de uma descarga maciça, quer como tonalidade geral. Segundo Freud, toda pulsão se exprime nos dois registros, do afeto e da representação. O afeto é a expressão qualitativa da quantidade de energia pulsional e das suas variações.

AGRESSIVIDADE

Tendência ou conjunto de tendências que se atualizam em comportamentos reais ou fantasísticos que visam prejudicar o outro, destruí-lo, constrange-lo, humilha-lo, etc. A agressão conhece outras modalidades além da ação motora violenta e destruidora; não existe comportamento, quer negativo (recusa de auxílio, por exemplo) que positivo, simbólico (ironia, por exemplo) ou efetivamente concretizado, que não possa funcionar como agressão. A psicanálise atribuiu uma importância crescente à agressividade, mostrando-a em operação desde cedo no desenvolvimento do sujeito e sublimando o mecanismo complexo da sua união com a sexualidade e da sua separação dela. Esta evolução das idéias culmina com a tentativa de procurar na agressividade um substrato pulsional único e fundamental na noção de pulsão de morte.

ALEXIA

Impossibilidade patológica de ler.

AMBIVALÊNCIA

Presença simultânea, na relação com um mesmo objeto, de tendências, de atitudes e de sentimentos opostos, fundamentalmente o amor e o ódio.

AMNÉSIA INFANTIL

Amnésia que geralmente cobre os fatos dos primeiros anos da vida. Freud vê nela algo diferente do efeito de uma incapacidade funcional que a criança teria de registrar as suas impressões; ela resulta do recalque que incide na sexualidade infantil e se estende à quase totalidade dos acontecimentos da infância. O campo abrangido pela amnésia infantil encontraria o seu limite temporal no declínio do complexo de Édipo e entrada no período da latência.

ANARTRIA

Dificuldade ou impossibilidade de articular certos sons.

ANGÚSTIA ANTE UM PERIGO REAL

Termo utilizado por Freud no quadro da sua segunda teoria da angústia: angústia perante um perigo exterior que constitui para o sujeito uma ameaça real.

ANGÚSTIA AUTOMÁTICA

Reação do sujeito sempre que se encontra numa situação traumática, isto é, submetido a um afluxo de excitações, de origem externa ou interna, que é incapaz de dominar. A angústia automática opõe-se para Freud ao sinal de angústia.

ANIMA (JUNG)

Componente feminino inconsciente do psiquismo humano e núcleo arquetípico da imagem inconsciente feminina.

ANIMISMO (PIAGET)

concepção de objetos inanimados com vida ou intencionalidade. Por exemplo: quando a criança diz que 'o carro do papai foi dormir na garagem'.

ANIMUS (JUNG)

Instância inconsciente do psiquismo humano e núcleo arquetípico da imagem inconsciente masculina.

ANOMIA

Perda da faculdade de contar os objectos e de reconhecer os números.

ANOREXIA

Falta de apetite; inapetência.

ANULAÇÃO (-RETROATIVA)

Mecanismo psicológico pelo qual o sujeito se esforça por fazer com que pensamentos, palavras, gestos e atos passados não tenham acontecido; utiliza para isso um pensamento ou um comportamento com uma significação oposta. Trata-se aqui de uma compulsão de tipo 'mágico', particularmente característica da neurose obsessiva.

APARELHO PSÍQUICO

Expressão que ressalta certas características que a teoria freudiana atribui ao psiquismo: a sua capacidade de transmitir e de transformar uma energia determinada e a sua diferenciação em sistemas ou instâncias.

APATIA

Insensibilidade;indiferença;impassibilidade;inércia;marasmo.

APRAXIA

Incapacidade de executar os movimentos coordenados, sem que exista paralisia; perda da faculdade de apreciar as formas dos objectos.

APRENDENTE

É o sujeito que apresenta um desejo de conhecer, de construir o pensamento, de compartilhar. É um sujeito livre para criar e se expressar, que experimenta - mesmo que com medo de errar e assume a autoria de seu pensamento (Taís Aparecida Costa Lima)

APRENDIZAGEM

Ação de aprender; aprendizado.

APRENDIZAGEM (PIAGET)

Modificação da experiência resultante do comportamento.

ARQUÉTIPO (JUNG)

Representação, no inconsciente coletivo, de alguma experiência arcaica da experiência humana, isto é, de alguma daquelas experiências que todos os seres humanos, em todas as épocas e lugares, já viveram; por isto, é sempre uma imagem coletiva em sua intensidade e atributos.

ASSIMILAÇÃO (PIAGET)

Processo de incorporação de uma nova experiência ou informação que se ajusta à estrutura existente. Um conceito básico na teoria de Piaget. Incorporação da realidade aos esquemas de ação do indivíduo ou o processo em que o indivíduo transforma o meio para satisfação de suas necessidades. O conhecido (conhecimento anterior) representa a assimilação. Só há aprendizagem quando os esquemas de assimilação sofrem acomodação. Assimilação e acomodação são processos indissociáveis e complementares.

ASSOCIAÇÃO

Termo emprestado do associacionismo e que designa qualquer ligação entre dois ou mais elementos psíquicos, cuja série constitui uma cadeia associativa. Às vezes o termo é usado para designar os elementos assim associados. A propósito do tratamento, é a última acepção que nos referimos quando falamos, por exemplo, das 'associações de determinado sonho', para designarmos, naquilo que o sujeito fala, o que está em conexão associativa com esse sonho. No fundo, o termo 'associações' designa o conjunto do material verbalizado no decorrer da sessão psicanalítica.

ASSOCIAÇÃO LIVRE

Método que consiste em exprimir indiscriminadamente todos os pensamentos que ocorrem ao espírito, quer a partir de um elemento dado (palavra, número, imagem de um sonho, qualquer representação), quer de forma espontânea.

ATAXIA

Desordem, falta de coordenação nos movimentos voluntários; falta de regularidade nas crises de uma doença.

ATIVIDADE – PASSIVIDADE

Um dos pares de opostos fundamentais na vida psíquica. Especifica tipos determinados de metas ou objetivos pulsionais. Considerada de um ponto de vista genético, a oposição ativo-passivo seria primordial em relação às oposições posteriores nas quais ela vem se integrar: fálico-castrado e masculino-feminino.

ATO-FALHO

Ato em que o resultado explicitamente visado não é atingido, mas se vê substituído por outro. Fala-se de atos falhos não para designar o conjunto das falhas da palavra, da memória e da ação, mas para as ações que habitualmente o sujeito consegue realizar bem, e cujo fracasso ele tende atribuir apenas à sua distração ou ao acaso. Freud demonstrou que os atos falhos eram, assim como os sintomas, formação de compromisso entre a intenção consciente do sujeito e o recalcado.

ATUAÇÃO

Segundo Freud, ato por meio do qual o sujeito, sob o domínio dos seus desejos e fantasias inconscientes, vive esses desejos e fantasias no presente com um sentimento de atualidade que é muito vivo na medida em que desconhece a sua origem e o seu caráter repetitivo.

AUTO-EROTISMO

Em sentido amplo, característica de um comportamento sexual em que o sujeito obtém a satisfação recorrendo unicamente ao seu próprio corpo, sem objeto exterior: neste sentido, a masturbação é considerada como comportamento auto-erótico. De um modo mais específico, característica de um comportamento sexual infantil precoce pela qual uma pulsão parcial, ligada ao funcionamento de um órgão ou à excitação de uma zona erógena, encontra a sua satisfação no local, isto é: 1) sem recorrer a um objeto exterior; 2) sem referência a uma imagem do corpo unificada, a um primeiro esboço do ego, tal como ele caracteriza o narcisismo.

AUTO-ESTIMA

Qualidade positiva ou negativa do autoconceito.

AUTO-REGULAÇÃO (PIAGET)

características que as estruturas tem de se ordenarem e organizarem a si mesmas.

B
BEHAVIOURISMO

Escola de Psicologia que segue os princípios teóricos e de prática psicoterapêutica desenvolvidos por vários psicólogos, dos quais um dos mais conhecidos é o norte-americano Bhurrus Frederik Skinner.

BOM OBJETO, MAU OBJETO

Termos introduzidos por Melanie Klein para designar os primeiros objetos pulsionais, parciais ou totais, tal como aparecem na fantasia da criança. As qualidades de 'bom' e 'mau' são atribuídos não apenas em função do seu caráter gratificante ou frustrante, mas sobretudo em razão da projeção, sobre eles, das pulsões libidinais ou destruidoras do sujeito. Segundo M. Klein, o objeto parcial (o seio, o pênis) é clivado em um 'bom' e um 'mau' objeto, e essa clivagem constitui o primeiro modo de defesa contra a angústia. O objeto total será igualmente clivado ('boa' mãe e 'má' mãe, etc.). 'Bons' e 'Maus' objetos são submetidos aos processos de introjeção e de projeção.

C

CARACTERES CONGÊNITOS

Características existentes no indivíduo ao nascer. Refere-se aos fatores que influenciaram o desenvolvimento durante a vida intra-uterina, porém não lhe foram transmitidos através dos genes, não sendo, assim, hereditários no sentido biológico do termo.

CAUSALIDADE (PIAGET)

interação entre objetos. Como vínculo causal - é afirmar a relação entre antecedente e conseqüente como necessária (dado A . B é inevitável, não pode deixar de ser). Como uma espécie particular de síntese, constituindo no fato de que a alguma coisa A, outra coisa completamente diferente, B, liga-se seguindo uma regra (no sentido lógico-matemático).

CENSURA

Função que tende a interditar aos desejos inconscientes e às formações que deles derivam o acesso ao sistema pré-consciente-consciente.

CENTRAÇÃO (PIAGET)

Fixação da atenção em um só aspecto da totalidade, isto é, do objeto ou da situação (Ramozzi-Chiarottino, 1988: 37-43).

CIBERNÉTICA (PIAGET)

Ciência e a arte da auto-regulação.

COGNIÇÃO

Acção de adquirir um conhecimento.

COMPENSAÇÃO

Mecanismo de defesa em que um indivíduo substitui uma atividade por outra, na tentativa de satisfazer motivos frustados. Esforço feito para superar uma fraqueza ou uma inferioridade. Pode apresentar a forma de uma busca de superioridade no próprio domínio da inferioridade, ou pode ser direta, isto é, apresentar a forma de buscar substitutivos. Habitualmente implica falha ou perda de auto-estima em uma atividade, e a compensação dessa falha provoca esforços em outros campos de atividades.

COMPLEXO

Conjunto organizado de representações e recordações de forte valor afetivo, parcial ou totalmente inconscientes. Um complexo constitui-se a partir das relações interpessoais da história infantil; pode estruturar todos os níveis psicológicos: emoções, atitudes, comportamentos adaptados.

COMPLEXO DE CASTRAÇÃO

Complexo centrado na fantasia de castração, que proporciona uma resposta ao enigma que a diferença anatômica dos sexos (presença ou ausência de pênis) coloca para a criança. Essa diferença é atribuída à amputação do pênis na menina. A estrutura e os efeitos do complexo de castração são diferentes no menino e na menina. O menino teme a castração como realização de uma ameaça paterna em resposta às suas atividades sexuais, surgindo daí uma intensa angústia de castração. Na menina, a ausência do pênis é sentida como um dano sofrido que ela procura negar, compensar ou reparar. O complexo de castração está em estreita relação com o complexo de Édipo e, mais especificamente, com a função interditória e normativa.

COMPLEXO DE ÉDIPO

Conjunto organizado de desejos amorosos e hostis que a criança sente com relação aos pais. Sob a sua forma dita positiva, o complexo apresenta-se como na história de Édipo-Rei: desejo da morte do rival que é a personagem do mesmo sexo e desejo sexual pela personagem do sexo oposto. Sob a sua forma negativa, apresenta-se de modo inverso: amor pelo progenitor do mesmo sexo e ódio ciumento ao progenitor do sexo oposto. Na realidade, essas duas formas encontram-se em graus diversos na chamada forma completa do complexo de Édipo. Segundo Freud, o apogeu do complexo de Édipo é vivido entre os três e cinco anos, durante a fase fálica; o seu declínio marca a entrada no período de latência. É revivido na puberdade e é superado com maior ou menor êxito num tipo especial de escolha de objeto. O complexo de Édipo desempenha papel fundamental na estruturação da personalidade e na orientação do desejo humano.Para os psicanalistas, ele é o principal eixo de referência da psicopatologia; para cada tipo patológico eles procuram determinar as formas particulares da sua posição e da sua solução. A antropologia psicanalítica procura encontrar a estrutura triangular do complexo de Édipo, afirmando a sua universalidade nas culturas mais diversas, e não apenas naquelas em que predomina a família conjugal.

COMPLEXO DE ELECTRA

Expressão utilizada por Jung como sinônimo do complexo de Édipo feminino, para marcar a existência nos dois sexos, de uma simetria da atitude para com os pais.

COMPLEXO DE INFERIORIDADE

Expressão que tem a sua origem na psicologia adleriana; designa, de um modo muito geral, o conjunto das atitudes, das representações e dos comportamentos que são expressões mais ou menos disfarçadas de um sentimento de inferioridade ou das reações deste.

COMPULSÃO / COMPULSIVO

Clinicamente falando, é o tipo de conduta que o sujeito é levado a realizar por uma imposição interna. Um pensamento (obsessão), uma ação, uma operação defensiva, mesmo uma seqüência complexa de comportamentos, são qualificados de compulsivos quando a sua não-realização é sentida como tendo de acarretar um aumento de angústia.

COMPULSÃO À REPETIÇÃO

Ao nível da psicopatologia concreta, processo incoercível e de origem inconsciente, pelo qual o sujeito se coloca ativamente em situações penosas, repetindo assim experiências antigas sem se recordar do protótipo e tendo, pelo contrário, a impressão muito viva de que se trata de algo plenamente motivado na atualidade. A compulsão à repetição na elaboração teórica de Freud é considerada um fator autônomo, irredutível, em última análise, a uma dinâmica conflitual onde só entrasse o jogo conjugado do princípio de prazer e do princípio de realidade. É referida fundamentalmente ao caráter mais geral das pulsões: o seu caráter conservador.

CONDICIONAMENTO CLÁSSICO

Aprendizagem que ocorre quando um estimulo condicionado forma um par com o incondicionado.

CONDICIONAMENTO OPERANTE

Aprendizagem para dar uma determinada resposta, a fim de garantir reforçamento positivo, ou fugir a evitar reforçamento negativo.

CONDUTISMO, CULTURALISMO OU BEHAVIORISMO (PIAGET)

teoria psicológica que sustenta que o desenvolvimento do comportamento humano é determinado pelas condições do meio em que o organismo está inserido. Esta teoria valoriza o meio ou a aprendizagem por condicionamento.

CONFLITO PSÍQUICO

Em psicanálise fala-se de conflito quando, no sujeito, opõem-se exigências internas contrárias. O conflito pode ser manifesto (entre um desejo e uma exigência moral, por exemplo, ou entre dois sentimentos contraditórios) ou latente, podendo este exprimir-se de forma deformada no conflito manifesto e traduzir-se particularmente pela formação de sintomas, desordens do comportamento, perturbações do caráter, etc. A psicanálise considera o conflito como constitutivo do ser humano, e isto em diversas perspectivas: conflito entre o desejo e a defesa, conflito entre os diferentes sistemas ou instâncias, conflitos entre as pulsões, e por fim o conflito edipiano, onde não apenas se defrontam desejos contrários, mas onde estes enfrentam a interdição.

CONSERVAÇÃO (PIAGET)

Conceito adquirido por crianças entre 6 a 10 anos. Os objetos permanecem os mesmos em aspectos fundamentais, como o peso ou o número, mesmo que haja modificações externas na forma ou disposição espacial. Uma invariante que permite a formação de novas estruturas. 'A invariância é a conservação. A estrutura é apenas um patamar: o funcionamento levará à formação de novas estruturas' (Lima, 1980: 56). Pode ser observada na área: Lógico-matemática: conservação dos números, etc. Físicas: Substância, peso, volume, etc. Espaciais: Medida, área, etc.

CONSTRUTIVISMO (PIAGET)

Desenvolvimento da inteligência é como se fosse uma construção realizada pelo indivíduo. 'refere-se ao processo pelo qual o indivíduo desenvolve sua própria inteligência adaptativa e seu próprio conhecimento' (Kamii, 1991: 21). 'um construtivismo, com a elaboração contínua de operações e de novas estruturas. O problema consiste, pois, em compreender como se efetuam tais criações e por que, ainda que resultem construções não-pré- determinadas, elas podem acabar por se tornarem lógicamente necessárias' (Piaget apud Piattelli- Palmarini, 1983: 39). ... 'é de natureza construtivista, isto é, sem pré-formação exógena (empirismo) ou endógena (inatismo) por contínuas ultrapassagens das elaborações sucessivas, o que do ponto de vista pedagógico leva incontestavelmente a dar ênfase nas atividades que favoreçam a espontaneidade na criança' (Piaget, 1908)

CONSTRUTIVISMO SEQÜENCIAL (PIAGET)

Desenvolvimento da inteligência faz-se por complexidade crescente, onde um estágio (nível) é resultante de outro anterior.

CONTEÚDO LATENTE

Conjunto de significações a que se chega a análise de uma produção do inconsciente, particularmente do sonho. Uma vez decifrado, o sonho deixa de aparecer como uma narrativa em imagens para se tornar uma organização de pensamentos, um discurso, que exprime um ou vários desejos.

CONTRATRANSFERÊNCIA

Conjunto das reações inconscientes do analista à pessoa do analisando e, mais particularmente, à transferência deste.

D
DEFESA

Conjunto de operações cuja finalidade é reduzir, suprimir qualquer modificação suscetível de pôr em perigo a integridade e a constância do indivíduo biopsicológico. O ego, na medida em que se constitui como instância que encarna esta constância e que procura mantê-la, pode ser descrito como o que está em jogo nessas operações e o agente delas. De um modo geral, a defesa incide sobre a excitação interna (pulsão) e, preferencialmente, sobre uma situação capaz de desencadear essa excitação na medida em que é incompatível com este equilíbrio e, por isso, desagradável para o ego. Os afetos desagradáveis, motivos ou sinais da defesa, podem também ser objeto dela. O processo defensivo especifica-se em mecanismos de defesa mais ou menos integrados ao ego. Marcada e infiltrada por aquilo sobre o que em última análise ela acaba incidindo – a pulsão -, a defesa toma muitas vezes um aspecto compulsivo e opera, pelo menos parcialmente, de forma inconsciente.
DESEJO

Na concepção dinâmica freudiana, um dos pólos do conflito defensivo. O desejo inconsciente tende a realizar-se restabelecendo, segundo as leis do processo primário, os sinais ligados às primeiras vivências de satisfação. A psicanálise mostrou, no modelo do sonho, como o desejo se encontra nos sintomas sob a forma de compromisso.
DESENVOLVIMENTO (PIAGET)

Processo que busca atingir formas de equilíbrio cada vez melhores ou, em outras palavras, é um processo de equilibração sucessiva que tende a uma forma final, ou seja, a aquisição do pensamento operatório formal. Pode-se dizer ainda que é a construção de estruturas ou estratégias de comportamento. Gira em torno da atividade do organismo que pode ser motora, verbal e mental. É a evolução do indivíduo.
DESEQUILÍBRIO (PIAGET)

Ruptura do estado de equilíbrio do organismo e provoca a busca no sentido de condutas mais adaptadas ou adaptativas. Assim, educar seria propiciar situações (atividades) adequadas aos estágios de desenvolvimento, como também, provocadoras de conflito cognitivo, para novas adaptações (atividades de assimilação e acomodação). O que vale também simplesmente dizer que educar é desequilibrar o organismo (indivíduo).
DEVOLUTIVA

Entrevista realizada entre o especialista e o cliente, para que este seja informado do diagnóstico ou prescrição terapêutica realizada pelo especialista, em qualquer especialidade clínica.
DINÂMICA DE GRUPO (PIAGET)

A expressão 'dinâmica de grupo' refere-se a vários tipos de atividades exercidas por treinadores sobre grupos humanos' (Lima, 1980: 73).



E
EGO OU EU

Instância que Freud, na sua segunda teoria do aparelho psíquico, distingue do id e do superego. Do ponto de vista tópico, o ego está numa relação de dependência tanto para com as reivindicações do id, como para com os imperativos do superego e exigências da realidade. Embora se situe como mediador, encarregado dos interesses da totalidade da pessoa, a sua autonomia é apenas relativa. Do ponto de vista dinâmico, o ego representa eminentemente, no conflito neurótico, o pólo defensivo da personalidade; põe em jogo uma série de mecanismos de defesa, estes motivados pela percepção de um afeto desagradável (sinal de angústia). Do ponto de vista econômico, o ego surge como um fator de ligação dos processos psíquicos; mas, nas operações defensivas, as tentativas de ligação da energia pulsional são contaminadas pelas características que especificam o processo primário: assumem um aspecto compulsivo, repetitivo, desreal. A teoria psicanalítica procura explicar a gênese do ego em dois registros relativamente heterogêneos, quer vendo nele um aparelho adaptativo, diferenciado a partir do id em contato com a realidade exterior, quer definindo-o como o produto de identificações que levam à formação no seio da pessoa de um objeto de amor investido pelo id. Relativamente à primeira teoria do aparelho psíquico, o ego é mais vasto do que o sistema pré-consciente-consciente, na medida em que as suas operações defensivas são em grande parte inconscientes. De um ponto de vista histórico, o conceito tópico do ego é o resultado de uma noção constantemente presente em Freud desde as origens do seu pensamento.

ENSINANTE

É o sujeito que investe o outro de desejo, permite ao outro a expressão, apresenta um movimento de mostrar-guardar para despertar no outro o desejo de buscar. É aquele que cria compartilha um saber já existente e assimila outros saberes, que cria um espaço de liberdade, de confiança, de criatividade onde o outro possa ousar experimentar, possa assumir a ignorância e a partir dela buscar o conhecimento. (Taís Aparecida Costa Lima)

EPISTEMOLOGIA (PIAGET)

(epistemo = conhecimento; e logia = estudo) estudo do conhecimento.

EPISTEMOLOGIA GENÉTICA (PIAGET)

Estudo de como se passa de um conhecimento para outro conhecimento superior.

EQUILIBRAÇÃO (PIAGET)

Concepção global do processo de desenvolvimento e de seus resultados estruturais sucessivos. O processo de equilibração define as regras de transição que dirigem o movimento de um estágio a outro dentro do desenvolvimento (Azenha, 1993). Ou refere-se ao processo regulador interno de diferenciação e coordenação que tende sempre para uma melhor adaptação (Kamii, 1991: 30).

EQUILIBRAÇÃO MAJORANTE (PIAGET)

Mecanismo de evolução ou desenvolvimento do organismo. É o aumento do conhecimento.

ERÓGENO

O que se relaciona com a produção de uma excitação sexual.

ESQUEMA (PIAGET)

Modelo de atividade que o organismo utiliza para incorporar o meio, palavra que Piaget usou para as ações, idéias e estratégias às quais as novas experiências são assimiladas e que se modificam (acomodam-se) em função das novas experiências.

ESTÁGIO PRÉ-OPERACIONAL(PIAGET)

Termo usado por Piaget para o primeiro estágio do desenvolvimento cognitivo, dos 2 aos 6 anos, durante a qual a criança desenvolve habilidades lógicas e a classificação básica.

ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR(PIAGET)

Termo usado por Piaget para o primeiro estágio do desenvolvimento cognitivo, do nascimento até aproximadamente os 18 meses, quando a criança evolui das ações reflexas às voluntárias.

ESTÁGIOS (PIAGET)

Patamares de desenvolvimento que se dá por sucessão.

ESTÁGIOS EVOLUTIVOS(PIAGET)

Etapas da vida que reúnem padrões de características interrelacionadas, que determinam o comportamento de cada período do desenvolvimento humano.

ESTÁGIOS PSICOSSEXUAIS

Os estágios do desenvolvimento da personalidade sugeridos por Freud e que incluem o oral, anal, fálico, latência e genital. A seqüência é amplamente influenciada pela maturação.

ESTÁGIOS PSICOSSOCIAIS

Os estágios do desenvolvimento da personalidade sugeridos por Erikson, que incluem a confiança, autonomia, iniciativa, produtividade, identidade, intimidade, generatividade e integridade do ego. São influenciados pelas expectativas sociais e pela maturação.

ESTEREÓTIPO

Conjunto fixo de idéias ou expectativas sobre um grupo de pessoas como homens, negros ou outros grupos, que são aplicadas a cada novo membro do grupo sem suficiente ajustamento à individualidade. Como conceito sociológico e estatístico refere-se a uma crença ou uma atitude que são muito divulgadas numa sociedade. (Por exemplo a crença de que as louras são menos inteligentes do que as morenas.) Como conceito psicológico, refere-se a uma crença e atitude que são supersimplificadas quanto ao conteúdo e, nas quais os atributos específicos do objeto não são observados e, além disso, são resistentes à mudanças.

ESTRUTURA (PIAGET)

Conjunto de elementos que se relacionam entre si. A modificação de um gera a modificação do outro. Ou ainda, 'é um conjunto de elementos relacionados entre si de tal forma que não se podem definir ou caracterizar os elementos independentemente destas relações' (Ramozzi-Chiarottino, 1988: 13).

EVOLUÇÃO (PIAGET)

Processo de organização em níveis progressivamente superiores.

EXPERIÊNCIA (PIAGET)

Contato do organismo com a realidade ou a interação do sujeito com o objeto.

EXTROVERTIDO (JUNG)

Tipologia de Jung, o tipo de pessoa que tem orientação dirigida para fora, para o mundo objetivo das coisas e dos acontecimentos; está interessado fundamentalmente nas atividades sociais e nas atividades práticas; é racionalista e realista. Contrasta com o invertido.

F
FÁLICA

Termo utilizado por Freud ao apresentar um modelo neurológico do funcionamento do aparelho psíquico (1895). A excitação, na sua passagem de um neurônio para outro, precisa vencer uma certa resistência; quando tal passagem acarreta uma diminuição permanente dessa resistência, diz-se que há facilitação. A excitação escolherá então o caminho facilitado, de preferência ao que não tem essa facilitação.

FANTASIA

Roteiro imaginário em que o sujeito está presente e que representa, de modo mais ou menos deformado pelos processos defensivos, a realização de um desejo e, em última análise, de um desejo inconsciente. A fantasia apresenta-se sob diversas modalidades: fantasias conscientes ou sonhos diurnos; fantasias inconscientes como as que a análise revela, como estruturas subjacentes a um conteúdo manifesto; fantasias originárias.

FASE FÁLICA

Fase de organização infantil da libido que vem depois das fases oral e anal e se caracteriza por uma unificação das pulsões parciais sob o primado dos órgãos genitais; mas, o que já não será o caso na organização genital pubertária, a criança, de sexo masculino ou feminino, só conhece nesta fase um único órgão genital, o órgão masculino, e a oposição dos sexos é equivalente à oposição fálico-castrado. A fase fálica corresponde ao momento culminante e ao declínio do complexo de Édipo; o complexo e castração é aqui predominante.

FASE GENITAL

Fase do desenvolvimento psicossexual caracterizada pela organização das pulsões parciais sob o primado das zonas genitais; compreende dois momentos, separados pelo período de latência: a fase fálica (ou organização genital infantil) e a organização genital propriamente dita que se institui na puberdade. Certos autores reservam a denominação 'organização genital' para este momento, incluindo o estágio fálico nas organizações pré-genitais.

FASE LIBIDINAL

Etapa do desenvolvimento da criança caracterizada por uma organização, mais ou menos acentuada, da libido sob o primado de uma zona erógena e pela predominância de uma modalidade de relação de objeto. Deu-se em psicanálise maior extensão à noção de fase, procurando definir as fases da evolução do ego.

FASE ORAL

Primeira fase da evolução libidinal. O prazer sexual está predominantemente ligado à excitação da cavidade bucal e dos lábios que acompanha a alimentação. A atividade de nutrição fornece as significações eletivas pelas quais se exprime e se organiza a relação de objeto; por exemplo, a relação de amor com a mãe será marcada pelas significações seguintes: comer, ser comido. Abraham propôs subdividir-se esta fase em função de duas atividades diferentes: sucção (fase oral precoce) e mordedura (fase sádico-oral).

FASE SÁDICO-ANAL

Para Freud, a segunda fase da evolução libidinal, que pode ser situada aproximadamente entre os dois e os quatro anos; é caracterizada por uma organização da libido sob o primado da zona erógena anal; a relação de objeto está impregnada de significações ligadas à função de defecação (expulsão-retenção) e ao valor simbólico das fezes. Vemos aqui afirmar-se o sadomasoquismo em relação com o desenvolvimento do domínio da musculatura.

FASE SÁDICO-ORAL

Segundo período da fase oral, de acordo com uma subdivisão introduzida por K. Abraham; é caracterizado pelo aparecimento dos dentes e da atividade de morder. A incorporação assume aqui um sentido de uma destruição do objeto, o que implica que entre em jogo a ambivalência na relação de objeto.

FRUSTRAÇÃO

Condição do sujeito a quem é recusada, ou que recusa a si mesmo, a satisfação de uma exigência pulsinal.

FUNÇÃO SEMIÓTICA (PIAGET)

Capacidade que o indivíduo tem de gerar imagens mentais de objetos ou ações. 'A função semiótica começa pela manipulação imitativa do objeto e prossegue na imitação interior ou diferida (imagem mental), na ausência do objeto. É a função semiótica que permite o pensamento

FUNCIONAMENTO (PIAGET)

Capacidade que o organismo tem de adquirir determinada ordem na maneira de agir.

I

ID OU ISSO

Uma das três instâncias diferenciadas por Freud na sua segunda teoria do aparelho psíquico. O id constitui o pólo pulsional da personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditários e inatos e, por outro, recalcados e adquiridos. Do ponto de vista econômico, o id é, para Freud, o reservatório inicial da energia psíquica; do ponto de vista dinâmico, entra em conflito com o ego e o superego que, do ponto de vista genético, são as suas diferenciações.

IDEALIZAÇÃO

Processo psíquico pelo qual as qualidades e o valor do objeto são levados à perfeição. A identificação com o objeto idealizado contribui para a formação e para o enriquecimento das chamadas instâncias ideais da pessoa (ego ideal, ideal do ego).

IDENTIFICAÇÃO

Processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente, segundo o modelo desse outro. A personalidade constitui-se e diferencia-se por uma série de identificações.

IMAGEM MENTAL (PIAGET)

Produto da interiorização dos atos de inteligência. Constitui num decalque, não do prórpio objeto, mas das acomodações próprias da ação que incidem sobre o objeto. Cópia do objeto realizada através do sensório-motor. É a imagem criada na mente de um objeto ou ação distante.

IMAGINÁRIO

Na acepção dada por J. Lacan, este termo (então usado a maior parte das vezes como substantivo) é um dos três registros essenciais (o real, o simbólico e o imaginário) do campo psicanalítico. Este registro é caracterizado pela preponderância da relação com a imagem do semelhante.

IMAGO (JUNG)

Termo criado por Jung e referente ao conjunto de representações arquetípicas inconscientes do pai (imago paterna) ou da mãe (imago materna), que predefine o relacionamento entre a criança e os genitores.

INATISMO (PIAGET)

Teoria psicológica que sustenta que o desenvolvimento do comportamento humano dá-se a partir de condições internas do próprio organismo, como se este já trouxesse dentro de si as possibilidades de seu desenvolvimento. Esta teoria valoriza a maturação do organismo;

INCONSCIENTE (JUNG)

Todo conteúdo psíquico (lembranças ou funções) desconhecido pela própria pessoa que o possui em seu psiquismo.

INCONSCIENTE (SUBST. E ADJ.)

O adjetivo inconsciente é por vezes usado para exprimir o conjunto dos conteúdos não presentes no campo efetivo da consciência, isto num sentido 'descritivo' e não 'tópico', quer dizer, sem se fazer discriminação entre os conteúdos dos sistemas pré-consciente e inconsciente. No sentido 'tópico', inconsciente designa um dos sistemas definidos por Freud no quadro da sua primeira teoria do aparelho psíquico. É constituído por conteúdos recalcados aos quais foi recusado o acesso ao sistema pré-consciente-consciente pela ação do recalque (recalque originário e recalque a posteriori). Podemos resumir do seguinte modo as características essenciais do inconsciente como sistema (ou Ics): a) Os seus 'conteúdos' são 'representantes' das pulsões; b) Estes 'conteúdos' são regidos pelos mecanismos específicos do processo primário, principalmente a condensação e o deslocamento; c) Fortemente investidos pela energia pulsional, procuram retornar à consciência e à ação (retorno do recalcado); mas só podem ter acesso ao sistema Pcs-Cs nas formações de compromisso, depois de terem sido submetidos às deformações da censura. d) São, mais especialmente, desejos da infância que conhecem uma fixação no inconsciente. e) No quadro da segunda tópica freudiana, o termo inconsciente é usado sobretudo na sua forma adjetiva; efetivamente, inconsciente deixa de ser o que é próprio de uma instância especial, visto que qualifica o id e, em parte, o ego e o superego. Mas convém notar: f) As características atribuídas ao sistema Ics na primeira tópica são de um modo geral atribuídas ao Id na segunda; g) A diferença entre o pré-consciente e o inconsciente, embora já não esteja baseada numa distinção intersistêmica, persiste como distinção intra-sistêmica (o ego e o superego são em parte pré-conscientes e em parte inconscientes).

INCONSCIENTE COLETIVO (JUNG)

Estrato mais profundo do psiquismo individual, comum a toda a espécie humana, e de onde os arquétipos engendram todos os tipos de modelos psíquicos inconscientes mais superficiais.

INOVAÇÃO (PIAGET)

Reorganização em nível superior.

INSTÂNCIA (PSÍQUICA)

Não se pode falar de estruturas psíquicas, posto que até onde se sabe a psique não tem divisões físicas ou sequer neurológicas entre seus diversos componentes; assim, o termo instância designa um determinado dinamismo psíquico, com atribuições específicas e origem também específica, independente de sua localização na estrutura neurológica cerebral. Como exemplos, a instância do ego e do superego, dentro da Psicanálise, ou da persona, do animus, da anima e da sombra, dentro da Psicologia Analítica.

INTELIGÊNCIA (PIAGET)

Capacidade de adaptação do organismo a uma situação nova. Ou, 'a inteligência é uma adaptação' (Piaget, 1982). Ou, 'dizer que a inteligência é um caso particular da adaptação biológica é, pois, supor que ela é essencialmente uma organização e que sua função é a de estruturar o universo como o organismo estrutura o meio imediato' (Piaget, 1982).

INTERACIONISMO (PIAGET)

Teoria psicológica que sustenta que o desenvolvimento do comportamento humano é uma construção resultante da relação do organismo com o meio em que está inserido. Esta teoria valoriza igualmente o organismo e o meio.

INTERDISCIPLINARIDADE

Diz respeito à transferência de métodos de uma disciplina à outra. Podemos distinguir três graus de interdisciplinaridade: a) um grau de aplicaçÃo , b) um grau epistemológico, c) um grau de geraçÃo de novas disciplinas . Assim como a pluridisciplinaridade, a interdisciplinaridade ultrapassa as disciplinas, mas seu objetivo permanece dentro do mesmo quadro de referência da pesquisa disciplinar.

INTERESSE (PIAGET)

Sintoma da necessidade.

INTERIORIZAÇÃO

Termo muitas vezes usado como sinônimo de introjeção. Num sentido mais específico, processo pelo qual certas relações intersubjetivas são transformadas em relações intra- subjetivas (interiorização de um conflito, de uma interdição, etc.).

INTERPRETAÇÃO

Destaque, pela investigação analítica, do sentido latente nas palavras e nos comportamentos de um sujeito. A interpretação traz à luz as modalidades do conflito defensivo e, em última análise, tem em vista o desejo que se formula em qualquer produção do inconsciente. No tratamento, comunicação feita ao sujeito, visando dar-lhe acesso a esse sentido latente, segundo as regras determinadas pela direção e evolução do tratamento.

INTROJEÇÃO

Processo evidenciado pela investigação analítica. O sujeito faz passar, de um modo fantasístico, de 'fora' para 'dentro', objetos e qualidades inerentes a esses objetos. A introjeção aproxima-se da incorporação, que constitui o seu protótipo corporal, mas não implica necessariamente uma referência ao limite corporal (introjeção no ego, no ideal do ego, etc.). Está estreitamente relacionada com a identificação.

INTROVERSÃO

Termo introduzido por Jung para designar de um modo geral o desligamento da libido dos seus objetos exteriores e a sua retirada sobre o mundo interior do sujeito. Freud retomou o termo, mas limitando o seu emprego a uma retirada da libido resultando no investimento de formações intrapsíquicas imaginárias, o que é diferente de uma retirada da libido sobre o ego (narcisismo secundário).

INTUIÇÃO (JUNG)

Uma das quatro funções da consciência, cujo papel é perceber o significado implícito de cada objeto de atenção que entre no campo da consciência, visando apreender sua tendência geral de desenvolvimento.

INTUIÇÃO (PIAGET)

É uma representação construída por meio de percepções interiorizadas e fixas e não chega ainda ao nível da operação. Ou, é um pensamento imaginado... incide sobre as configurações de conjunto e não mais sobre simples coleções sincréticas simbolizados por exemplares tipos.

J
JOGO SIMBÓLICO (PIAGET)

Reprodução de situações já vividas pelo indivíduo através de imagens mentais. (no jogo simbólico) 'a representação é nítida e o significante diferenciado pode ser um gesto imitativo, porém acompanhado de objetos que vão se tornando simbólicos' (Piaget, Inhelder, 1989: 48).

L
LATÊNCIA (PERÍODO DE -)

Período que vai do declínio da sexualidade infantil (aos cinco ou seis anos) até o início da puberdade, e que marca uma pausa na evolução da sexualidade. Observa-se nele, deste ponto de vista, uma diminuição das atividades sexuais, a dessexualização das relações de objeto e dos sentimentos (e, especialmente, a predominância da ternura sobre os desejos sexuais), o aparecimento de sentimentos como o pudor ou a repugnância e de aspirações morais e estéticas. Segundo a teoria psicanalítica, o período de latência tem origem no declínio do complexo de Édipo; corresponde a uma intensificação do recalque – que tem como efeito uma amnésia que cobre os primeiros anos -, a uma transformação dos investimentos de objetos em identificações com os pais e a um desenvolvimento das sublimações.

LIBERDADE (PIAGET)

Estado de pleno funcionamento do organismo.

LIBIDO

Energia postulada por Freud como substrato das transformações da pulsão sexual quanto ao objeto (deslocamento dos investimentos), quanto à meta (sublimação, por exemplo) e quanto à fonte da excitação sexual (diversidade das zonas erógenas). Em Jung, a noção de libido ampliou-se a ponto de designar 'a energia psíquica' em geral, presente em tudo o que é 'tendência para', appetitus.

LIDERANÇA (PIAGET)

Permissão dada pelo grupo para que cada um de seus componentes utilize suas aptidões para comandar este grupo, quando a situação exigir, e ele seja o mais indicado para tal situação.

LOGICIZAÇÃO (PIAGET)

Processo de transformar o pensamento simbólico e intuitivo em pensamento operatório.

M

MASOQUISMO

Perversão sexual em que a satisfação está ligada ao sofrimento ou à humilhação a que o sujeito se submete. Freud estende a noção de masoquismo para além da perversão descrita pelos Sexólogos, por um lado reconhecendo elementos dela em numerosos comportamentos sexuais, e rudimentos na sexualidade infantil, e por outro lado descrevendo formas que dela derivam, particularmente o 'masoquismo moral', no qual o sujeito, em razão de um sentimento de culpa inconsciente, procura a posição de vítima sem que um prazer sexual esteja diretamente implicado no fato.

MECANISMOS DE DEFESA

Diferentes tipos de operações em que a defesa pode ser especificada. Os mecanismos predominantes diferem segundo o tipo de afecção considerado, a etapa genética, o grau de elaboração do conflito, etc. Não há divergências quanto ao fato de que os mecanismos de defesa são utilizados pelo ego, mas permanece aberta a questão teórica de saber se a utilização pressupõe sempre a existência de um ego organizado que seja o seu suporte.

MICROSSOCIOLOGIA (PIAGET)

Área de estudo das relações de interação, de um indivíduo com os outros.

MORALIDADE AUTÔNOMA(PIAGET)

Segundo estágio de raciocínio moral proposto por Piaget; desenvolve-se a partir dos 7 anos, e caracteriza-se pelo julgamento das intenções e ênfase na reciprocidade.

MORALIDADE PÓS-CONVENCIONAL

Terceiro nível de moralidade proposto por Kohlberg, no qual as considerações de justiça, direitos individuais e contrato dominam o julgamento moral.

MORALIDADE PRÉ-CONVENCIONAL

Primeiro nível de moralidade proposto por Kohlberg, no qual os julgamentos morais são dominados pelas considerações do que será punido ou do que parece bom.

MOTIVAÇÃO (PIAGET)

Sentimento de uma necessidade.

MULTIDISCIPLINAR

Olhar objeto sobre a luz de várias disciplinas.

N
NARCISISMO

Por referência ao mito de Narciso, é o amor pela imagem de si mesmo.

NECESSIDADE (PIAGET)

Desequilíbrio na organização interna do organismo.

NEUROSE

Afecção psicogênica em que os sintomas são a expressão simbólica de um conflito psíquico que tem raízes na história infantil do sujeito e constitui compromissos entre o desejo e a defesa. A extensão do termo neurose tem variado bastante; atualmente tende-se a reservá-lo, quando isolado, para as formas clínicas que podem ser ligadas à neurose obsessiva, à histeria e à neurose fóbica. A nosografia distingue assim neuroses, psicoses, perversões e afecções psicossomáticas, enquanto o estatuto nosográfico daquilo a que se chama 'neuroses atuais', 'neuroses traumáticas' ou 'neuroses de caráter

NOMINALISMO (PIAGET)

Convicção de que os nomes (palavras) estão ligados, essencialmente, às coisas (pensamento pré-lógico)' (Lima, 1980: 134).

O
OPERAÇÃO (PIAGET)

Ação interiorizada que alcançou as características do 'grupo' matemático (reversibilidade, associatividade, identidade, tautologia, etc.), devendo-se notar que o nível operatório é alcançado mediante reconstruções sucessivas de complexidade crescente (equilibração majorante)' (Lima, 1980: 151). 'As operações (...) são as ações escolhidas entre as mais gerais (...) interiorizáveis e reversíveis. Nunca isoladas, porém coordenáveis em sistemas de conjunto. Também não são próprias deste ou daquele indivíduo, são comuns a todos os indivíduos do mesmo nível mental e intervém não apenas nos raciocínios privados, senão também nas trocas cognitivas, visto que estas constituem ainda em reunir informações, colocá-las em relação ou correspondência, introduzir reciprocidade, o que volta a construir operações isomorfas às das que se serve cada indivíduo para si mesmo' (Piaget, Inhelder, 1989: 82).

OPERAÇÕES CONCRETAS(PIAGET)

Estágio de desenvolvimento proposto por Piaget que vai dos 6 aos 12 anos, e no qual desenvolvem-se operações mentais, como a subtração, reversibilidade, classificação multiplicativa, etc.

OPERAÇÕES FORMAIS(PIAGET)

Nome dado por Piaget ao quarto e último estágio do desenvolvimento cognitivo, que ocorre durante a adolescência quando o jovem torna-se capaz de manipular e organizar idéias tão bem quanto objetos.

P
PATOLOGIA

Parte da Medicina que estuda as doenças, seus sintomas e natureza das modificações que elas provocam no organismo.

PENSAMENTO (JUNG)

Uma das quatro funções da consciência, cujo papel é aplicar raciocínios sobre cada objeto de atenção que entre no campo da consciência, visando identificar o que é.

PENSAMENTO (PIAGET)

Interiorização da ação.

PERMANÊNCIA DO OBJETO (PIAGET)

Quando o indivíduo pode conceber o objeto mesmo estando fora de seu alcance de visão.

PERSONA(JUNG)

Instância psíquica inconsciente cuja função é servir de interface entre o indivíduo e o meio ambiente e entre o inconsciente e o consciente da pessoa.

PLURIDISCIPLINARIDADE

Diz respeito ao estudo de um tópico de pesquisa nÃo apenas em uma disciplina, mas em várias ao mesmo tempo.

PRINCÍPIO DE PRAZER

Um dos dois princípios que, segundo Freud, regem o funcionamento mental: a atividade psíquica no seu conjunto tem por objetivo evitar o desprazer e proporcionar o prazer. É um princípio econômico na medida em que o desprazer está ligado ao aumento das quantidades de excitação e o prazer à sua redução.

PROJEÇÃO

Termo utilizado num sentido muito geral em neurofisiologia e em psicologia para designar a operação pela qual um fato neurológico ou psicológico é deslocado e localizado no exterior, quer passando do centro para a periferia, quer do sujeito para o objeto. Este sentido compreende acepções bastante diferentes. No sentido propriamente psicanalítico, operação pela qual o sujeito expulsa de si e localiza no outro – pessoa ou coisa – qualidades, sentimentos, desejos e mesmo 'objetos' que ele desconhece ou recusa ele. Trata-se aqui de uma defesa de origem muito arcaica, que vamos encontrar em ação particularmente na paranóia, mas também em modos de pensar 'normais', como a superstição.

PSICANÁLISE

Escola de Psicologia que segue as linhas teóricas e de prática psicoterapêutica criadas por Sigmund Freud e alguns de seus principais discípulos ou seguidores, como Melanie Klein e Jacques Lacan.

PSICOLOGIA ANALÍTICA

Escola de Psicologia que segue as linhas teóricas e de prática psicoterapêutica criadas por Carl Gustav Jung e alguns de seus principais discípulos ou seguidores, como Marie-Louise von Franz e James Hillman.

PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Ramo da psicologia que estuda as mudanças de comportamento que ocorrem com a idade.

PSICOLOGIA GENÉTICA (PIAGET)

Estudo dos problemas psicológicos do ponto de vista do conhecimento.

PSICOSSOCIAL

Compreendendo o sentido etimológico do termo, siquê = mente + social, torna- se mais fácil abarcar a compreensão psicológica do mesmo. Uma teoria psicossocial apresenta aspectos psicológicos relacionados com a sociedade e com a conduta social do ser humano. No estudo da personalidade, considerar a dimensão psicossocial é tratar dos mecanismos adaptativos ou destruidores da vida social. O sentido positivo visa sempre à inserção benéfica para o sujeito e para o grupo social.

PULSÃO

Processo dinâmico que consiste numa pressão ou força (carga energética, fator de motricidade) que faz o organismo tender para um objetivo. Segundo Freud, uma pulsão tem a sua fonte numa excitação corporal (estado de tensão); o seu objetivo ou meta é suprimir o estado de tensão que reina na fonte pulsional; é no objeto ou graças a ele que a pulsão pode atingir a sua meta.

PULSÃO (JUNG)

Para diferenciar os impulsos psíquicos dos instintos, os quais são sempre comportamentos hereditariamente fixados e predeterminados, Freud cunhou o termo pulsão ao se referir às 'exigências de trabalho impostas ao aparelho psíquico', visando satisfazer desejos ou atingir objetivos necessários à descarga das tensões que residem no aparelho psíquico.


R
REAÇÃO CIRCULAR (PIAGET)

Ação qualquer que a criança executa por acaso provocando uma satisfação e, por isso, reproduz esta mesma ação.

REALISMO (PIAGET)

Explicação que afirma a relação necessária entre o pensamento e a realidade.

REGRESSÃO

Num processo psíquico que contenha um sentido de percurso ou de desenvolvimento, designa-se por regressão um retorno em sentido inverso desde um ponto já atingido até um ponto situado antes desse. Considerada em sentido tópico, a regressão se dá, de acordo com Freud ao longo de uma sucessão de sistemas psíquicos que a excitação percorre normalmente segundo determinada direção. No seu sentido temporal, a regressão supõe uma sucessão genética e designa o retorno do sujeito a etapas ultrapassadas do seu desenvolvimento (fases libidinais, relações de objeto, identificações, etc.). No sentido formal, a regressão designa a passagem a modos de expressão e de comportamento de nível inferior do ponto de vista da complexidade, da estruturação e da diferenciação.

REPRESENTAÇÃO

Termo clássico em filosofia e em psicologia para designar 'aquilo que se representa, o que forma o conteúdo concreto de um ato de pensamento' e 'em especial a reprodução de uma percepção anterior'. Freud opõe a representação ao 'afeto', pois cada um destes dois elementos tem destinos diferentes nos processos psíquicos.

REPRESSÃO

Em sentido amplo: operação psíquica que tende a fazer desaparecer da consciência um conteúdo desagradável ou inoportuno: idéia, afeto, etc. Neste sentido, o recalque seria uma modalidade especial de repressão. Em sentido mais restrito: designa certas operações do sentido A diferentes do recalque: a)Ou pelo caráter consciente da operação e pelo fato de o conteúdo reprimido se tornar simplesmente pré-consciente e não inconsciente; b)Ou, no caso da repressão de um afeto, porque este não é transposto para o inconsciente mas inibido, ou mesmo suprimido. c)Em certos textos franceses [e brasileiros] traduzidos do inglês, equivalente errado de Verdrangung (recalque).

RESISTÊNCIA

Chama-se resistência a tudo o que nos atos e palavras do analisando, durante o tratamento psicanalítico, se opõe ao acesso deste ao seu inconsciente. Por extensão, Freud falou de resistência à psicanálise para designar uma atitude de oposição às suas descobertas na medida em que elas revelam os desejos inconscientes e infligiam ao homem um 'vexame psicológico

REVERSIBILIDADE (PIAGET)

Quando a operação deixa de ter um sentido unidirecional. A reversibilidade seria a capacidade de voltar, de retorno ao ponto de partida. Aparece portanto como uma propriedade das ações do sujeito, possível de se exercerem em pensamento ou interiormente. Lembramos que as operações nunca têm um sentido unidirecional; são reversíveis.

REVOLUÇÃO (PIAGET)

Salto de uma estrutura para outra.

REVOLUÇÃO COPERNICANA DO EU (PIAGET)

No desenvolvimento mental da criança o eu deixa de ser o centro referencial da ação e do pensamento para colocar-se como um indivíduo entre os demais.


S

SADISMO

Perversão sexual em que a satisfação está ligada ao sofrimento ou à humilhação infligida a outrem. A psicanálise estende a noção de sadismo para além da perversão descrita pelos sexólogos, reconhecendo-lhe numerosas manifestações mais encobertas, particularmente infantis, e fazendo dele um dos componentes da vida pulsional.

SELF(JUNG)

Arquétipo central e organizador de toda a psique.

SENSAÇÃO (JUNG)

Uma das quatro funções da consciência, cujo papel é permitir a percepção consciente , através das sensações corporais, de como é cada objeto de atenção que entre no campo da consciência.

SENSUALIDADE

Vivência psíquica derivada das experiências de prazer e bem-estar obtidas através dos sentidos (visão, audição, tato, paladar, olfato e cinestesia).

SENTIMENTO (JUNG)

Uma das quatro funções da consciência, cujo papel é valorar afetivamente cada objeto de atenção que entre no campo da consciência, visando estabelecer sua importância afetiva.

SEXUALIDADE

Na experiência e na teoria psicanalíticas, 'sexualidade' não designa apenas as atividades e o prazer que dependem do funcionamento do aparelho genital, mas toda ma série de excitações e de atividades presentes desde a infância que proporcionam um prazer irredutível à satisfação de uma necessidade fisiológica fundamental (respiração, fome, função de excreção, etc.), e que e encontram a título de componentes na chamada forma normal do amor sexual.

SEXUALIDADE

Em uma definição apenas fisiológica, sexualidade é o instinto que tem por objeto um parceiro do sexo oposto e por alvo a união dos órgãos sexuais, visando a reprodução da espécie; em uma visão psicológica, porém, sexualidade é todo um conjunto de atividades que, além disto, visam obter prazer com a descarga de libido através da satisfação da pulsão sexual.

SIMBÓLICO

Termo introduzido (na sua forma de substantivo masculino) por J. Lacan, que distingue no campo da psicanálise três registros essenciais: o simbólico, o imaginário e o real. O simbólico designa a ordem de fenômenos de que trata a psicanálise, na medida em que são estruturados como uma linguagem. Este termo refere-se também à idéia de que a eficácia do tratamento tem o seu elemento propulsor real no caráter fundador da palavra.

SIMBOLISMO

Em sentido amplo, modo de representação indireta e figurada de uma idéia, de um conflito, de um desejo inconsciente; neste sentido, em psicanálise, podemos considerar simbólica qualquer formação substitutiva. Em sentido restrito, modo de representação que se distingue principalmente pela constância da relação entre o simbolizado inconsciente; essa constância encontra-se não apenas no mesmo indivíduo para outro, mas nos domínios mais diversos (mito, religião, folclore, linguagem, etc.) e nas áreas culturais mais distantes entre elas.

SOCIALIZAÇÃO (PIAGET)

A combinação de indivíduos para formarem estruturas sociais ou um fenômeno de combinação de novas formas de relações individuais.

SOMBRA (JUNG)

Instância central do inconsciente pessoal, composta também por características pessoais que o indivíduo não aceita em si mesmo.

SUBCONSCIENTE, /SUBCONSCIÊNCIA

Termo utilizado em psicologia para designar tanto o que é fracamente consciente como o que está abaixo do limiar da consciência atual ou mesmo inacessível a ela; usado por Freud nos seus primeiros escritos como sinônimo de inconsciente, o termo foi logo rejeitado em virtude dos equívocos que favorece.

SUBLIMAÇÃO

Processo postulado por Freud para explicar atividades humanas sem qualquer relação aparente com a sexualidade, mas que encontrariam o seu elemento propulsor na força da pulsão sexual. Freud descreveu como atividades de sublimação principalmente a atividade artística e a investigação intelectual. Diz-se que a pulsão é sublimada na medida em que é derivada para um novo objetivo não sexual e em que visa objetos socialmente valorizados.

SUPEREGO

Uma das instâncias da personalidade tal como Freud a descreveu no quadro da sua segunda teoria do aparelho psíquico: o seu papel é assimilável ao de um juiz ou de um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na auto-observação, na formação de ideais, funções do superego. Classicamente, o superego é definido como o herdeiro do complexo de Édipo; constituí-se por interiorização das exigências e das interdições parentais. Certos psicanalistas recuam para mais cedo a formação do superego, vendo esta instância em ação desde as fases pré-edipianas (Melanie Klein) ou pelo menos procurando comportamentos e mecanismos psicológicos muito precoces que seriam precursores do superego.

SUPEREGO(JUNG)

Instância psíquica inconsciente cuja função é reprimir ações, reações, pensamentos e sentimentos tidos como inadequados pela estrutura moral que envolveu a criança na primeira infância.

T
TRANSFERÊNCIA

Designa em psicanálise o processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos no quadro de um certo tipo de relação estabelecida com ele e, eminentemente, no quadro da relação analítica. Trata-se aqui de uma repetição de protótipos infantis vividas com um sentimento de atualidade acentuada. É a transferência no tratamento que os psicanalistas chamam a maior parte das vezes transferência, sem qualquer outro qualificativo. A transferência é classicamente reconhecida como o terreno em que se dá a problemática de um tratamento psicanalítico, pois são a sua instalação, as suas modalidades, a sua interpretação e a sua resolução que caracterizam este.

TRANSFORMAÇÃO (PIAGET)

Processo pelo qual as estruturas se constroem a partir dos elementos que as constituem.

TRANSPESSOAIS

Impulsos ou funções psíquicas que englobam e superam as funções e impulsos de pessoalização do psiquismo; funções que permitem ao psiquismo humano relacionar-se com o Todo que o rodeia, através de mecanismos de percepção que desafiam os conceitos tradicionais de espaço, tempo e matéria.

TRAUMA

Acontecimento da vida do sujeito que se define pela sua intensidade, pela incapacidade em que se encontra o sujeito de reagir a ele de forma adequada, pelo transtorno e pelos efeitos patogênicos duradouros que provoca na organização psíquica. Em termos econômicos, o traumatismo caracteriza-se por um afluxo de excitações que é excessivo em relação à tolerância do sujeito e à sua capacidade de dominar e de elaborar psiquicamente estas excitações.


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