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domingo, 17 de novembro de 2013



Estamos acostumados a estudar e avaliar os sentidos humanos isoladamente. 
A via auditiva, a via olfatória, a via visual, e assim por diante. Mas não se deixe enganar: a construção perceptiva a partir dos sentidos vai muito mais além. Para o cérebro, pouco importa se um estímulo é provocado por um feixe de luz, por um inseto que toca a pele, um aroma que penetra o nariz ou uma melodia que alcança os ouvidos. 
Para o cérebro, em evolução, o interessante é não perder nenhum estímulo significativo, associá-lo com outros dados da experiência sensorial e possibilitar um aprendizado comportamental útil. Em seu interior, complexas camadas de redes sensoriais interligadas se fundem para produzir uma única experiência perceptiva. Linhas horizontais, linhas verticais, cor, forma, tamanho, movimento, brilho, textura, gosto, aroma, timbre, direção, todos fundidos de forma a não deixar "buracos" mentais. Se há algo por ser preenchido, o cérebro se encarrega de fazê-lo. 
Alguns estudiosos, como Susan Kovalik e Karen Olsen, falam até em mais sentidos humanos: aqueles usuais se combinariam para produzir sentidos novos. Teria sido significativamente desvantajoso para os nossos sentidos evoluírem completamente desconectados uns dos outros, cada qual proporcionando informações desconexas ao cérebro, o que acabaria por dificultar a adoção de respostas que viessem a atender o organismo como um todo. Em vez disso, várias entradas de circuitos cerebrais divergentes são processadas para gerar uma única experiência unificada: realidade.


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