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sábado, 6 de outubro de 2012

Transtornos do Humor

Transtorno bipolar do humor

Transtorno bipolar, também conhecido como doença maníaco­depressiva, é uma doença mental que envolve episódios sérios de mania e depressão.

lO humor da pessoa habitualmente oscila de muito eufórico/agitado e irritável a tristeza e desesperança, e daí, novamente, com período de humor normal entre esses episódios.

lO transtorno bipolar tipicamente começa na adolescência ou no adulto jovem e continua pela vida. Por não ser freqüentemente reconhecido como doença, pode causar sofrimento desnecessário às pessoas que o têm.

lExistem tratamentos eficazes que aliviam enormemente o sofrimento causado pelo transtorno bipolar e podem em geral prevenir suas complicações devastadoras, que chegam a incluir separações conjugais, perda do emprego, abuso de álcool e drogas, e suicídio.

lA doença maníaco­-depressiva tem um impacto devastador em muitas pessoas.

lEstima-se que entre 750.000 e 1.500.000 brasileiros sofram de doença maníaco­depressiva.

lComo outras doenças graves, o transtorno bipolar, além de ser perturbador para quem o tem, é também difícil para os cônjuges, familiares, amigos e empregadores.

lFamiliares de pessoas com transtorno bipolar freqüentemente têm que conviver com problemas comportamentais sérios (tais como gastos excessivos) e as conseqüências duradouras desses comportamentos.

lO transtorno bipolar tende a acometer famílias e pensa-se que tem um componente hereditário.

Sinais e sintomas de mania incluem:

l  Irritabilidade e distraimento extremos.

l  Sentimentos exagerados de "estar bem demais" ou euforia.

l  Um período prolongado de comportamento diferente do habitual.

l  Energia e atividade aumentadas, inquietação, pensamentos 

       acelerados e fala rápida.

l  Diminuicão da necessidade de sono.

l  Crencas não realistas nas capacidades e poderes próprios.

l  Julgamento (crítica) prejudicado, não característico.

l  Impulso sexual aumentado.

l  Abuso de drogas, particularmente cocaína, álcool e medicação

       para dormir.

l  Comportamento ofensivo, provocativo ou intrusivo.

l  Negação de que alguma coisa esteja errada.

lOs pacientes com transtorno bipolar não costumam apresentar todos os sinais e sintomas de mania ou depressão, mas em alguns episódios da doença apresentam pelo menos alguns deles em graus de intensidade variando de leve a grave. 

lPode ser útil pensar sobre os vários estados de humor na doença maníaco-depressiva como um espectro.

lEm um dos extremos estaria a depressão grave, (em grau menor seria depressão moderada) em seguida viriam as alteracões de humor leves e breves (que muitos chamam de "baixo astral"), o humor normal, a hipomania (uma forma leve de mania) e, por fim, no outro extremo, a mania.

lAlgumas pessoas com transtorno bipolar têm depressões repetidas e somente um episódio ocasional de mania.

lEm outros, mania ou hipomania pode ser o sintoma principal, e depressão pode ocorrer só esporadicamente.

lSintomas de mania e depressão podem aparecer misturados (mistos) num único episódio de transtorno bipolar.



lNo começo quando estou muito contente é tremendo... as idéias vêm rapidamente como estrelas cadentes que você segue até que outras mais brilhantes apareçam... toda timidez desaparece, as palavras e os gestos corretos estão subitamente presentes... pessoas e coisas desinteressantes, se tornam muito interessantes. A sensualidade é penetrante, o desejo de seduzir e de ser seduzido é irresistível. Sua cabeça está infundida; com sensações inacreditáveis de desembaraço, poder; bem-estar; onipotência, euforia... você pode fazer qualquer coisa... mas em algum ponto isto muda.



lAs idéias rápidas se tornam muito rápidas e há idéias demais... confusão esmagadora substitui a clareza... a memória se vai. O humor contagiante deixa de divertir... Seus amigos ficam amedrontados... tudo está agora na contra­mão... você está irritável, com raiva, com medo, descontrolado e preso numa armadilha.

O espectro em evolução para os transtornos bipolares
(Akiskal e Pinto, 1999)

lBipolar ½: transtorno esquizobipolar

lBipolar 1: doença maníaco-depressiva

lBipolar 11/2: depressão com hipomania prolongada

lBipolar II: depressão com episódios hipomaníacos espontâneos

lBipolar II1/2: depressão superposta ao temperamento ciclotímico

lBipolar III: depressão recorrente mais hipomania, ocorrendo unicamente em associação com antidepressivo ou outra somatoterapia

lBipolar III1/2: oscilações de humor que persistam além do abuso de estimulantes e/ou álcool

lBipolar IV: depressão superposta a um temperamento hipertímico

Sinais e sintomas de um episódio hipomaníaco (Akiskal et al., 1979)

     Três ou mais dos seguintes dados devem representar a partida do basal habitual do paciente por dois dias ou mais:

lJovialidade e jocosidade

lEspírito gregário e busca de pessoas

lAumento do impulso e comportamento sexuais

lLogorréia

lAutoconfiança exagerada e excesso de otimismo

lDesinibição e atitudes livres de inquietações

lHipossonia

lEutonia e vitalidade

lEnvolvimento excessivo em novos projetos

Critérios validados para o temperamento ciclotímico (Akiskal et al., 1998)

     Oscilações de humor bifásicas – mudanças abruptas de uma fase do humor para a outra, durando cada fase alguns dias por vez com eutimia infreqüente entre as fases. Pelo menos quatro dos seguintes dados constituem o basal habitual por longo tempo do indivíduo:

lLetargia alternando com eutonia

lAuto-estima vacilante, alternando entre baixa autoconfiança e excesso de confiança em si

lDiminuição da produção verbal, alternando com logorréia

lConfusão mental, alternando com pensamento aguçado e criativo

lFacilidade de choro sem explicação, alternando com excesso de jogos de palavras e jocosidade

lAuto-absorção introvertida, alternando com busca sem inibição de outras pessoas

Atributos do temperamento hipertímico (Akiskal e Mallya., 1987)

    Quatro ou mais dos seguintes atributos, os quais não estão ligados a um episódio e constituem parte do funcionamento habitual há longo tempo no indivíduo:

l“Pra cima” e exuberante

lArticulado e jocoso

lExcessivamente otimista e livre de inquietações

lHiperconfiante e falastrão

lAlto nível de energia, cheio de planos e atividade imprevidente

lVersátil com interesses amplos

lHiperenvolvido e intrometido

lDesinibido e sem medo de assumir riscos

lPoucas horas de sono habitualmente (menos de seis horas por noite)

Características clínicas e familiais de depressões bipolares e unipolares

A ciclotimia

lA ciclotimia caracteriza-se por instabilidade persistente do humor (mais de dois anos), com períodos depressivos mais leves (distímicos) e períodos de hipomania. Não chegam a ter a gravidade e a duração dos transtornos bipolares e as pessoas permancem dessa forma quase todo o tempo.

lEsses transtornos também podem ser considerados como distúrbios da personalidade.

lHá uma elevada incidência de ciclotimia em familiares de pacientes com transtornos bipolares e pode predispor ao desenvolvimento do transtorno afetivo bipolar.

Depressão maior
Critérios diagnósticos do DSM-IV

     A- Cinco ou mais dos sintomas seguintes presentes por, pelo menos, duas  semanas:     
            (1) humor deprimido  na maior parte do dia,

            (2) interesse ou prazer diminuídos em todas ou quase todas atividades diárias,

            (3) significativa perda de peso (mais do que 5% do peso corporal em um mês),

           (4) insônia ou hiperssonia aproximadamente todos os dias;
        
           (5) agitação ou lentificação psicomotora aproximadamente todos os dias,
       
           (6) fadiga ou perda de energia aproximadamente todos os dias;
       
           (7) sentimentos de desvalia ou de culpa excessiva ou inadequada (que pode ser
                delirante),
               
           (8) diminuição da habilidade de pensar ou concentrar-se ou indecisão,
        
           (9) pensamentos recorrentes de morte e de suicídio (não é medo de morrer).

Depressão maior
Critérios diagnósticos do DSM-IV

     B. Os sintomas não preenchem o critério para episódio misto.

     C. Os sintomas causam clinicamente significativo sofrimento ou

          incapacitação no funcionamento social, ocupacional ou outras

          importantes áreas.

     D. Os sintomas não são devidos a efeitos fisiológicos diretos de

          uma substância (ex.: abuso de de droga, medicamento) ou a

          uma condição clínica geral (ex.: hipotireoidismo).

     E. Os sintomas não são considerados ligados ao luto, isto é,

          após a perda de uma pessoa amada, os sintomas persistem

          por mais de dois meses ou são caracterizados por

          comprometimento funcional acentuado, preocupações

          mórbidas com inutilidades, ideação suicida, sintomas

          psicóticos ou retardo psicomotor.

Distimia

A-   Humor deprimido  na maior parte do dia, quase todos  

       os dias, por pelo menos dois anos.

B-    Presença de pelo menos dois dos seguintes critérios:

            1- apetite diminuído ou hiperfagia

            2- insônia ou hipersônia

            3- baixa energia ou fadiga

            4- diminuição da auto-estima

            5- concentração diminuída ou dificuldade de tomar

                decisões

            6- sentimentos de desesperança

C-   Durante um período de dois anos da doença, nunca ficou sem os
       sintomas de A por mais de dois meses.

D-   Sem evidência de episódio depressivo maior durante os dois
       primeiros anos da doença (o distúrbio não é considerado para o
       distúrbio depressivo maior crônico)

E-   Nunca houve episódio maníaco, episódio misto, ou hipomaníaco e
       os critérios nunca se aplicam para o distúrbio ciclotímico.

F-   O distúrbio não ocorre exclusivamente durante o curso de um
       distúrbio psicótico crônico, como a esquizofrenia ou distúrbio
       delirante.

G-   Os sintomas não são devidos a efeitos fisiológicos diretos de uma
       substância (ex.: abuso de drogas, medicamentos) ou a uma
       condição médica geral (ex.: hipotireoidismo).

A depressão melancólica

lCaracteriza-se pela presença dos mesmos critérios para depressão maior, além de relacionar-se a boa resposta prévia à terapêutica com antidepressivos tricíclicos, eletroconvulsoterapia (ECT), inibidores da monoaminooxidase (IMAOs) e lítio, surgindo mais frequentemente em pessoas acima dos 40 anos com personalidade pré-mórbida estável, não neurótica.

lÉ comumente considerada como a forma mais grave das depressões.

A depressão atípica

lÉ um quadro que se caracteriza por apresentar sintomatologia oposta à da depressão maior, com humor reativo a estímulos, hipersonia, aumento do apetite e do peso, depressão com ansiedade acentuada, queixas fóbicas e dificuldade para iniciar o sono. 

lElas respondem melhor aos inibidores da monoaminooxidase (IMAO) do que aos
antidepressivos tricíclicos (ADT).

A depressão sazonal

lCaracteriza-se por episódios recorrentes que têm início no período outono-inverno e melhora no período da primavera-verão.

lFoi descrita por ROSENTHAL e cols. em 1984, quando verificaram serem mais frequente nas mulheres.

lNormalmente aparece com sintomas atípicos (hiperfagia, ganho de peso, hipersonia, letargia e isolamento). 

lProvavelmente tem como uma das causas a redução da luminosidade nessa época do ano, mecanismo vinculado ao aumento da produção de melatonina (que inibiria a produção de serotonina) e responde bem à fototerapia (250 a 500 lux por um período vespertino de aproximadamente 2 horas) e também à terapêutica com os IMAO.

A depressão psicótica

lPreenche os critérios para depressão maior associada à presença de delírios e/ou alucinações e, em alguns casos, obnubilação de consciência. 

lGeralmente são delírios congruentes com o humor (culpa, niilismo, ruína, morte, pecado) e, em algumas ocasiões encontramos delírios incongruentes com o humor que, para alguns autores, tratavam-se de quadros esquizoafetivos.

l
As recidivas são frequentes e costumam melhorar apenas com a associação de eletroconvulsoterapia (ECT) e neurolépticos, com pouca resposta aos antidepressivos.


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