Seguidores

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Pré-Natal e Exames de Rotina



Toda mulher que está grávida deve estar consciente de que o pré-natal é o melhor meio de garantir a saúde da mãe e do bebê, e um parto saudável, prevenindo doenças graves específicas da gravidez. São necessárias no mínimo 6 consultas com seu obstetra, que podem ser feitas através dos postos de saúde, dos hospitais especializados e até de consultas em consultório particular. Nas consultas, você aprende como lidar com os problemas típicos da gravidez, recebe orientações sobre parto e amamentação, e faz exames que ajudam a prevenir e diagnosticar doenças.
A seguir, comentamos as principais doenças que podem ser prevenidas e diagnosticadas na gravidez, e alguns exames que são de direito da gestante durante o pré-natal.

1.Pré-Eclampsia

Essa doença de nome difícil é conhecida como pressão alta durante a gravidez. Não se sabe muito bem como a grávida desenvolve essa doença, mas ela está relacionada com a presença da placenta (órgão que manda oxigênio e substâncias do sangue materno para o sangue do bebê) dentro do útero. A mulher só têm pressão alta enquanto está grávida; depois que o bebê nasce, a pressão volta ao normal de novo. A pressão arterial começa a subir nos últimos três meses da gravidez, e os principais sintomas que alertam são:
  • inchaço nas mãos e rosto,
  • aumento rápido de peso,
  • dores de cabeça com a visão cheia de pontos luminosos,
  • dores de estômago em aperto,
  • does de cabeça,
  • mal-estar e
  • urina espumosa.
Quando a grávida sentir algum desses sintomas, deve medir logo sua pressão em um posto de saúde mais perto. A pré-eclampia é prevenida através das medições de pressão que o obstetra faz em toda a consulta de pré-natal. Essa doença é mais comum nas mulheres em sua primeira gravidez.
Quem mais sofre com a pré-eclâmpsia é o bebê, porque com a pressão alta ocorre uma diminuição dos vasos que levam sangue para a placenta e o bebê sofre com a falta de oxigênio. Caso a mulher não seja tratada, a pressão pode subir muito e ela pode desenvolver a Eclâmpsia, que é a doença grave onde a mulher passa a ter convulsões, e é a principal causa de mortalidade materna no Brasil.

2.Diabetes Gestacional

Durante a gravidez, onde a necessidade de insulina é maior, algumas mulheres podem desenvolver diabetes. Essa doença durante a gravidez aumenta o perigo do bebê morrer dentro do útero. Além disso, o bebê pode nascer com peso muito elevado (chamado de bebê macrossômico) e dificultar o parto normal. Nas consultas de pré-natal, o obstetra define para cada gestante se ela tem alto ou baixo risco de desenvolver diabetes gestacional, e para cada grupo pede exames específicos. A gestante é de alto risco se ela:
  • já for diabética,
  • tiver algum parente com diabetes,
  • tiver um sobrepeso ou for obesa,
  • tiver idade maior que 35 anos,
  • já teve um bebê com peso maior que 4 kg,
  • já teve uma gravidez onde seu bebê morreu no útero,
  • já teve diabetes em uma gravidez anterior,
  • apresenta sintomas como: sede excessiva, muita fome e urina mais que o normal (mas lembre-se que é normal da gestante urinar muitas vezes).
Para a grávida de baixo risco, entre a 24a e a 26a semana de gestação, o obstetra pede um exame chamado Teste de Tolerância à Glicose Simplificado. Se o valor for normal, ela não vai ter a doença; se o valor for alterado, ela é considerada de alto risco e passa a fazer os exames desse grupo.
Para a grávida de alto risco, o médico pede o Teste de Tolerância à Glicose Completo (dura 4 horas !). Se for normal, ela não terá diabetes. Algum valor alterado, exige tratamento com dieta e/ou insulina, de acordo com a decisão do médico. A diabetes exige que você faça o controle de glicemia com aparelho de dextro (aquele que mede o açúcar no sangue através de uma picada no dedo) várias vezes ao dia.

3.Incompatibilidade Sangüínea

É importante saber o tipo de sangue da mãe através do teste de Tipagem Sanguínea, principalmente quanto ao sistema Rh (se ela é do tipo positivo ou negativo). Quanto a mãe tem o tipo negativo e o bebê for positivo, ela pode passar anticorpos para ele através da placenta e provocar anemia no bebê. Por isso, ela toma uma vacina durante a gravidez e após o parto para prevenir a doença.

4.Anemia

Exames de sangue para ver se a gestante tem anemia é muito importante para poder garantir a quantidade de oxigênio suficiente para o bebê e para ela. Durante o parto, é normal a mãe perder muito sangue e por isso ela deve ter um estoque bom que é feito durante a gravidez. Uma das causas de anemia é a falta de ferro e, por isso, a partir da 20a semana, o obstetra receita para todas as mães suplementação vitamínica com sulfato ferroso todos os dias até o fim da gravidez, para aumentar o estoque de hemoglobina e evitar a anemia. Quando a mãe já tem anemia, o exame de sangue faz o diagnóstico e o médico dá uma dose maior de sulfato ferroso.

5.Sífilis

Quando a mãe tem sífilis e não é tratada, pode acontecer parto prematuro, aborto, morte do bebê dentro do útero ou logo quando nasce, ou o bebê pode nascer com a infecção (aí ele só precisa de tratamento). A sífilis é uma doença totalmente tratável com penicilina e com isso, a transmissão para o bebê e os riscos de ele morrer são extremamente baixos. A sífilis é uma doença sexualmente transmissível e pode ser evitada com o uso de preservativo.

6.Toxoplasmose

Essa doença é transmitida através de quatro formas:
  • fezes de gatos,
  • manuseio de terra,
  • ingestão de água não tratada, e
  • manuseio de carne crua.
Se você mexe com jardinagem, ou tem gato em casa, ou cozinha, é bom você tomar cuidado usando luvas porque você pode pegar esta doença que, para você, não causa nada. Você nem percebe que teve, ou às vezes pode ter somente um quadro semelhante à gripe. Mas para o bebê, pode causar surdez, cegueira, calcificações cerebrais e retardo do crescimento. Por isso, pelo menos duas vezes durante a gravidez, você faz o exame de sangue para saber se entrou em contato com a doença. Você pode já ter entrado em contato antes e só saber através do exame. Aí você pode ficar tranquila. O perigo é pegar durante a gravidez. Por isso, cobre do seu obstetra os exames nos períodos certos e tome cuidado com as formas de transmissão. Procure beber sempre água filtrada, fervida ou tratada!

7.Rubéola

Se você já teve rubéola quando criança ou quando adulta, ou já foi vacinada, não precisa se preocupar. Se você não sabe se teve a doença, o exame de sangue irá dizer. Mas se você ainda não teve a doença, precisa tomar cuidado para não pegar durante a gravidez porque a rubéola pode causar várias malformações cardíacas e oculares no bebê. Os sintomas da rubéola são:
  • febre baixa,
  • dor de cabeça,
  • mal-estar,
  • conjuntivite leve,
  • tosse e catarro,
  • gânglios no pescoço,
  • manchas avermelhadas na pele.
O ideal é que você tome a vacina até 3 meses antes de engravidar. A vacina não pode ser tomada durante a gravidez porque não é comprovado se o vírus da vacina é inócuo para o bebê. O risco de acontecer algum problema no bebê varia de acordo com o período da gravidez que a mãe tem a doença. A rubéola é transmitida pelo ar, quando há alguém infectado por perto. Geralmente, é uma doença da infância e não causa nenhum problema quando se pega na infância.

8.Hepatite B e C

Os dois vírus que causam essas doenças podem se transmitir da mãe para o bebê quando a mãe pega a infecção durante a gravidez ou quando ela pegou a infecção antes mas continua com o vírus no organismo. Para isso, vários testes são feitos na mãe para saber se ela já teve contato com os vírus e o que aconteceu. Quando o bebê se infecta, ele pode desenvolver uma hepatite crônica durante toda a vida e tem maior risco de desenvolver câncer de fígado. O vírus da hepatite é transmitido sexualmente ou por transfusões sangüíneas.

9.HIV

É o exame pedido para se diagnosticar se a gestante tem o vírus da AIDS. Hoje, com os tratamentos modernos, é possível que o bebê não nasça com a doença. Por isso, quanto mais cedo o obstetra sabe que é mãe é infectada, mais cedo pode se começar o tratamento e mais chance o bebê tem de não ser infectado. Quando o vírus passa para o bebê enquanto ainda está no útero, ele pode ter crescimento retardado, nariz pequeno e lábios separados. Quando nasce, ele pode ter dificuldades para sugar, infecções repetidas e febre. Não é aconselhável que a mãe com teste para HIV positivo amamente seu bebê porque o vírus também pode ser transmitido pelo leite.

10.Exame de Urina

Geralmente, este exame é pedido para se diagnosticar alguma infecção urinária, que é risco para que ocorra ruptura prematura das bolsas e trabalho de parto prematuro. Os sinais de que a gestante pode estar com infecção urinária são:
  • dor nas costas,
  • dor no pé da barriga,
  • aumento das cólicas,
  • febre,
  • dor na relação sexual,
  • dor ao urinar,
  • dor ao palpar a bexiga.

11.Exame de Fezes

Em alguns lugares, a gestante faz este exame. Para algumas mulheres, é somente durante a gestação que elas têm a oportunidade de ir ao médico. Por isso, saber se ela tem alguma doença por verme é importante para já fazer o tratamento. Verminoses são causa de anemia também.

12.Ultra-sonografia

Em geral, o obstetra pede 3 exames de ultra-som durante a gravidez. O primeiro, que é realizado o mais cedo possível, para confirmar a idade da gestação. Às vezes a data da última menstruação não é muito confiável para saber a idade certa. O ideal é que esse primeiro exame seja feito entre 7 e 12 semanas de gestação, para que a idade seja a mais correta possível.
O segundo ultra-som é feito após 20 semanas e consegue ver se o bebê tem alguma malformação congênita, além de conseguir ver o sexo do bebê quando sua posição permite.
O terceiro ultra-som, pedido após 30 semanas, é para avaliar a vitalidade e a maturidade do bebê, ou seja, seus movimentos, seus batimentos cardíacos, o quanto de sangue está recebendo, seu peso, tudo isso para garantir o adequado crescimento do bebê dentro do útero.

13.Exame de Papanicolaou

É recomendável que todas as mulheres que têm relações sexuais façam pelo menos um exame de Papanicolaou a cada ano para prevenir contra o câncer de cólo de útero. Como a gravidez dura 9 meses, durante este período, é importante que o obstetra faça um exame pelo menos, de preferência logo no início da gravidez. Não é contraindicado colher o exame de Papanicolaou durante a gravidez.

Pré-natal

Tipagem sanguinea

De importância quando a mãe é RH- pesquizamos o fator Du..Importante na prevenção da doença hemolítica perinatal, com conseqüências graves a partir da 2ª gestação. Parasitológico para detectarmos as infestações por parasitas intestinais.

VDRL

Para detectarmos a sífilis em seus vários estágios e prevenirmos a sífilis congênita. tratamos de acordo com os protocolos obstétrico. Imunoflorencia para toxoplasmose, rubéola, citomegalovirus - de importância capital no diagnostico e aconselhamento pré-natal. Hepatite B deve ser pesquisada em virtude da transmissão mãe-feto

HIV

Deve ser solicitado, com o consentimento da paciente, seguindo as normas da ética profissional.
Os exames de imagem, recomenda-se nos no 1º trimestre para verificarmos saco gestacional atividade cardíaca etc. no 2º trimestre (26 semanas, avaliação morfológica) e a ultima em media na 34 semanas.
Estes são praticamente os exames solicitados em um pré-natal, normal, as gestações de risco estes exames podem ser repetidos de acordo com a necessidade para melhor avaliação pelo profissional como controle seguimento de tratamento e as avaliações que este achar necessário.
Geralmente as consultas são mensalmente até o 7º mês. de 15 em 15 dias até a 36 semana e semanalmente até o final da gestação, isto varia de acordo como se comporta a gestação.
O importante é a realização de um pré natal onde no mínimo se possa oferecer os exames básicos, acima citados, principalmente as gestantes menos favorecidas que procuram os serviços públicos de saúde.

Bibliografia

-Obstetricia- Delosmar Mendonça Ed. Revinter 3.edição. -Gestação de Alto Risco- Ministério da saúde. -Obstetricia Básica- Bussamara Neme- Savier 1994
Fonte: www.portaldeginecologia.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário