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sábado, 15 de março de 2014

Transtorno de Pânico – Que Medo é Este?


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15/04/2013 - Transtorno de Pânico – Que Medo é Este?

“Sem motivo aparente comecei a suar excessivamente, o que me fez acreditar que as pessoas estavam me observando. Pensei que deveria estar muito mal, então o coração disparou e minha respiração foi ficando mais curta. Achei que estava piorando, que iria desmaiar, ter um ataque cardíaco ou mesmo morrer”.

Este é o relato mais comum que tenho ouvido de pessoas que sofrem do Transtorno de Pânico (TP).

 Outros sintomas podem estar presentes como: tremores finos nas mãos, dor ou desconforto no peito, náusea, medo de enlouquecer ou perder o controle, ondas de calor, etc.

Para o diagnóstico de TP é necessário a presença de alguns dos sintomas descritos acima, resultando em vários ataques por um período mínimo de um mês, em circunstâncias onde não há perigo objetivo, em situações não conhecidas ou previsíveis e sintomas ansiosos freqüentes.  Ataques de pânico em situações específicas produzem a fuga da situação. Como os ataques são imprevisíveis e em ambientes generalizados pode produzir medo de ficar em lugares público ou sozinho. Um ataque de pânico geralmente produz medo de outro ataque. Por causa do mal estar cardíaco é comum procurar os consultórios e clínicas cardiológicas. Não existe nenhuma relação comprovada entre TP e ataque cardíaco. Mesmo convencidos de que não tem nada no coração alguns pacientes continuam procurando as emergências por causa do mal estar causado e pelo medo de morrerem de um ataque cardíaco. A ansiedade generalizada, perfeccionismo, desejo de controlar e radicalismo com pensamento do tipo “tudo ou nada” são as características mais comuns que tenho encontrado nos pacientes de TP. Não existe uma teoria satisfatória e comprovada que explique as causas do TP. As mesmas podem ter origens tanto fisiológicas, como sociais. O tratamento que tem demonstrado maior eficiência é a combinação de medicação (que só pode ser indicada por um médico) e psicoterapia, em especial a Terapia Cognitiva Comportamental que tem apresentado bons resultados no tratamento de TP. Durante as sessões de Terapia Cognitiva Comportamental o paciente é treinado sobre como lidar com os ataques de pânicos, através de exercícios de relaxamento e respiração, treino de controle dos pensamentos antes, durante e após a ocorrência do Pânico, exercícios de enfrentamento gradual das situações que causam maior ansiedade, etc. O apoio e a compreensão da família é parte importante do tratamento. A maior parte dos pacientes responde bem a Terapia Cognitiva Comportamental, apresentando após as primeiras sessões uma diminuição da intensidade e um espaçamento na quantidade de episódios de pânico. A suspensão do tratamento tanto medicamentoso como psicoterápico antes que ocorra uma remissão dos sintomas pode levar a recaídas. Se você é parente de quem sofre de TP compreenda que trata-se de uma doença como qualquer outra e a pessoa não escolheu e nem pode evitá-la. Não é “frescura”, “fraqueza” ou “falta de serviço”. Dizer que a pessoa precisa enfrentar um “tanque de roupa suja” ou uma “pia com vasilhas sujas” e capinar quintal não cura TP. Tenha paciência e não entre em pânico diante de uma pessoa sofrendo de TP. Mantenha uma postura otimista. Incentive a busca por um tratamento. Acredite na possibilidade de melhora e principalmente, jamais obrigue uma pessoa durante um ataque de pânico permanecer em um ambiente que não deseja, isto poderá aumentar sua ansiedade e resistência a enfrentamentos futuros (os exercícios de enfrentamento devem ser orientados por um profissional com experiência em tratamento de TP respeitando as condições e limites do paciente). Infelizmente não existe cura para o TP e sim remissão dos sintomas possibilitando uma vida normal.
Neudelon Azevedo: Psicólogo Clínico Cognitivo Comportamental

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