Ciúme Patológico
Geraldo J. Ballone, MD
Em
questões de ciúme, a linha divisória entre imaginação, fantasia, crença
e certeza freqüentemente se torna vaga e imprecisa. No ciúme as dúvidas podem se transformar
em idéias supervalorizadas ou francamente delirantes. Depois das idéias de ciúme, a pessoa
é compelida à verificação compulsória de suas dúvidas. O(a) ciumento(a)
verifica se a pessoa está onde e com quem disse que estaria, abre correspondências, ouve telefonemas,
examina bolsos, bolsas, carteiras, recibos, roupas íntimas, segue o companheiro(a), contrata detetives particulares,
etc. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de reconhecidamente ridícula até pelo
próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida.
Entre absurdos e ridículos, há o caso de uma paciente
portadora de Ciúme Patológico que marcava o pênis do marido assinando-o no início do
dia com uma caneta e verificava a marca desse sinal no final do dia (Wright, 1994). Mais absurda ainda é
a história de outro paciente, com ciúme obsessivo, que chegava a examinar as fezes da namorada, procurando
possíveis restos de bilhetes engolidos (Torres, 1999).
Os ciumentos estão em constante busca de evidências e confissões
que confirmem suas suspeitas mas, ainda que confirmada pelo(a) companheiro(a), essa inquisição permanente
traz mais dúvidas ainda ao invés de paz. Depois da capitulação, a confissão
do companheiro(a) nunca é suficientemente detalhada ou fidedigna e tudo volta à torturante inquisição
anterior.
Os portadores de Ciúme Patológico comumente realizam
visitas ou telefonemas de surpresa em casa ou no trabalho para confirmar suas suspeitas. Os companheiros(as) desses
pacientes vivem dissimulando elogios e presentes recebidos ou omitindo fatos e informações na tentativa
de minimizar os graves problemas de ciúme, mas geralmente agravam ainda mais.
O que aparece no Ciúme Patológico é um grande
desejo de controle total sobre os sentimentos e comportamentos do companheiro(a). Há ainda preocupações
excessivas sobre relacionamentos anteriores, as quais podem ocorrer como pensamentos repetitivos, imagens intrusivas
e ruminações sem fim sobre fatos passados e seus detalhes.
O Ciúme Patológico é um problema importante
para a psiquiatria, que envolve riscos e sofrimentos, podendo ocorrer em diversos transtornos mentais. Na psicopatologia
o ciúme pode se apresentar de formas distintas, tais como idéias obsessivas, idéias prevalentes
ou idéias delirantes sobre a infidelidade. No Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), o ciúme surge
como uma obsessão, normalmente associada a rituais de verificação.
Conceito de Ciúme
O ciúme é uma emoção humana extremamente
comum, senão universal, podendo ser difícil a distinção entre ciúme normal e patológico(1). Na verdade, pouco se sabe sobre experiências e comportamentos associados ao
ciúme na população geral, mas num estudo populacional, todos os entrevistados (100%) responderam
positivamente a uma pergunta indicativa de ciúme, embora menos de 10% reconheceu que este sentimento acarretava
problemas no relacionamento (Mullen, 1994).
Ciúme seria um conjunto de emoções desencadeadas
por sentimentos de alguma ameaça à estabilidade ou qualidade de um relacionamento íntimo valorizado.
As definições de ciúme são muitas, tendo em comum três elementos:
- ser uma reação frente a uma ameaça percebida;
- haver um rival real ou imaginário e;
- a reação visa eliminar os riscos da perda do objeto amado.
Nas sociedades monogâmicas o ciúme se associa à
honra e moral, sendo até um instrumento de proteção da família, talvez um imperativo
biológico ou uma adaptação à necessidade de ciência da paternidade. Até
bem pouco tempo atrás, dava-se grande ênfase à fidelidade feminina, enquanto a infidelidade
masculina era mais bem aceita. Mesmo em tempos modernos, atribui-se um papel positivo a alguma manifestação
ciúme, considerando-o um sinal de amor e cuidado.
O conceito de Ciúme Mórbido ou Patológico compreende
vários sentimentos perturbadores, desproporcionais e absurdos, os quais determinam comportamentos inaceitáveis
ou bizarros. Esses sentimentos envolveriam um medo desproporcional de perder o parceiro(a) para um(a) rival, desconfiança
excessiva e infundada, gerando significativo prejuízo no relacionamento interpessoal.
Alguns autores não consideram fundamental para o diagnóstico
a crença superestimada da infidelidade, sendo mais importante o medo da perda do outro, ou do espaço
afetivo ocupado na vida deste, para outros a base do Ciúme Patológico estaria em seu aspecto absurdo,
na sua irracionalidade, e não em seu caráter excessivo (Mooney, 1965).
Em psiquiatria o Ciúme Patológico aparece como sintoma
de diversos quadros, desde nos Transtornos
de Personalidade até em doenças francas. Enquanto o ciúme
normal seria transitório, específico e baseado em fatos reais, o Ciúme Patológico seria
uma preocupação infundada, absurda e emancipada do contexto. Enquanto no ciúme não-patológico
o maior desejo é preservar o relacionamento, no Ciúme Patológico haveria o desejo inconsciente
da ameaça de um rival (Kast, 1991).
No Ciúme Patológico várias emoções
são experimentadas, tais como a ansiedade, depressão, raiva, vergonha, insegurança, humilhação,
perplexidade, culpa, aumento do desejo sexual e desejo de vingança. Haveria, clara correlação
entre auto-estima rebaixada, conseqüentemente a sensação de insegurança e, finalmente
o ciúme. O portador de Ciúme Patológico é um vulcão emocional sempre prestes
à erupção e apresenta um modo distorcido de vivenciar o amor, para ele um sentimento depreciativo
e doentio. Esse paciente com Ciúme Patológico seria extremamente sensível, vulnerável
e muito desconfiado, portador de auto-estima muito rebaixada, tendo como defesa um comportamento impulsivo, egoísta
e agressivo.
O potencial para atitudes violentas é destacado no Ciúme Patológico,
despertando importante interesse na psiquiatria forense.
As estatísticas policiais sobre as vítimas do Ciúme
Patológico normalmente estão distorcidas, tendo em vista o fato das mulheres raramente darem queixa
das agressões que sofrem por esse motivo. O Ciúme Patológico pode até motivar homicídios,
e muitas dessas pessoas sequer chegam aos serviços médicos. Para Palermo, a maioria dos homicídios
seguidos de suicídio são crimes de paixão, ou seja, relacionados à idéias delirantes de Ciúme Patológico
(Palermo, 1997). São, geralmente, crimes cometidos por homens com algum problema psicoemocional, desde transtornos
de personalidade, alcoolismo, drogas, depressão, obsessão, até a franca esquizofrenia.
Ciúme e Doença Mental
Na prática clínica, o primeiro ponto importante quando
diante de um indivíduo com preocupações de ciúme seria avaliar a racionalidade ou não
dessas preocupações, assim como o grau de limitação ou prejuízo que acarretam.
O grau de prejuízo costuma ser diretamente proporcional ao caráter patológico. Não
raro, atualmente, as preocupações com fidelidade não chegam a ser absurdas e muitas vezes
são bastante compreensíveis.
A seguir, deve-se buscar um entendimento psicopatológico
do sintoma, diferenciar se o fenômeno se trata de uma idéia obsessiva, prevalente ou delirante. Nesse
sentido, é fundamental avaliar o grau de crítica do indivíduo em relação a essas
preocupações. Como se sabe, uma pessoa pode estar delirante, ainda que o cônjuge de fato o(a)
esteja traindo. Isso ocorre quando a crença na infidelidade for baseada em fatos ou atitudes que em nada
a justifiquem, e se for inabalável e irremovível pela crítica racional.
O terceiro aspecto seria a busca do diagnóstico responsável
pelo sintoma, o qual, como dissemos, pode se tratar de uma obsessão, idéia prevalente ou delírio.
Nunca é demais ressaltar que, da mesma forma que a ocorrência de delírios não implica
nenhum diagnóstico específico, obsessões e compulsões não são sintomas
característicos e exclusivos do Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
As obsessões podem acompanhar outros quadros psiquiátricos
como, principalmente as depressões, demências e esquizofrenias. Sintomas depressivos podem ainda ser
co-mórbidos e secundários ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo, o que ocorre com muita freqüência,
dificultando o diagnóstico diferencial.
Além da análise dos sintomas, investigando a natureza
da preocupação de ciúme e a força da crença, é fundamental avaliar também
se o sofrimento gerado tanto para o indivíduo quanto para o cônjuge, o grau de incapacitação
no trabalho, na vida conjugal, no laser e na sociabilidade, ver ainda o risco de atos violentos e a qualidade global
do relacionamento.
Deve-se ainda considerar os fatores de predisposição
emocional, como por exemplo, os sentimentos de inferioridade e insegurança, os transtornos psicológicos
atuais ou anteriores, as experiências passadas de separação ou traição, traumas
de relacionamento dos pais. Os fatores precipitantes também merecem atenção, como é
o caso do estresse atual, das perdas, mudanças e comportamentos provocativos do cônjuge. É
sempre necessária uma avaliação cuidadosa e global em cada caso em particular.
O Ciúme Patológico pode coexistir com qualquer diagnóstico
psiquiátrico. Entre pacientes internados os delírios de ciúme foram encontrados em 1,1 % deles.
As prevalências diagnósticas foram as seguintes: psicoses orgânicas em 7%, distúrbios
paranóides em 6,7%, psicoses alcoólicas em 5,6% e esquizofrenias em 2,5% (Soyka, 1995). Em pacientes
ambulatoriais o Ciúme Patológico relaciona-se em grande parte a quadros depressivos, ansiosos e obsessivos.
A maciça maioria dos portadores de Ciúme Patológico, entretanto, não está dentro
dos hospitais e nem nos ambulatórios (Shepherd, 1961).
São bastante conhecidos os delírios de ciúme
de alcoolistas, ao ponto desse sintoma ser considerado, durante algum tempo e por alguns autores, característico
do alcoolismo. Destacava-se a impotência sexual proveniente do alcoolismo como importante fator no desenvolvimento
de idéias de infidelidade, relacionadas a sentimentos de inferioridade e rejeição.
Nas mulheres, fases de menor interesse sexual ou atratividade física, como
ocorre na gravidez e menopausa, produziriam redução da auto-estima, aumentando a insegurança
e a ocorrência do Ciúme Patológico.
A prevalência do Ciúme Patológico no Alcoolismo gira em torno de 34% (Michael, 1995).
A evolução comum do Ciúme Patológico como sintoma do alcoolismo, pode ser, inicialmente,
apenas durante a intoxicação alcoólica e, posteriormente, também nos períodos
de sobriedade.
Na Esquizofrenia, a prevalência do Ciúme Patológico com características delirantes
em pacientes internados costuma ser de apenas 1 a 2,5%. Seria bem mais freqüente em transtornos demenciais
e em quadros depressivos do que na esquizofrenia (Soyka, 1995). No Transtorno
Paranóide, os delírios de ciúme costumam aparecer
em 16% deles (Shaji, 1991).
Pode-se ainda ter o delírio de ciúme bem sistematizado
em sua forma pura, sem alucinações ou deterioração da personalidade, numa apresentação
monossintomática. Este quadro atualmente denominado Transtorno Delirante
de Ciúme, seria bem mais raro. No DSM.IV os Critérios Diagnósticos
para Transtorno Delirante (F22.0 - 297.1), onde se inclui o Transtorno Delirante de Ciúme seriam:
- Tipo Erotomaníaco: delírios de que outra pessoa, geralmente de situação mais elevada, está apaixonada pelo indivíduo.
- Tipo Grandioso: delírios de grande valor, poder, conhecimento, identidade ou de relação especial com uma divindade ou pessoa famosa.
- Tipo Ciumento: delírios de que o parceiro sexual do indivíduo é infiel.
- Tipo Persecutório: delírios de que o indivíduo ou alguém chegado a ele está sendo, de algum modo, maldosamente tratado (grifo meu).
- Tipo Somático: delírios de que a pessoa tem algum defeito físico ou condição médica geral.
- Tipo Misto: delírios característicos de mais de um dos tipos acima, sem predomínio de nenhum deles.
- Tipo Inespecífico.
A. Delírios não-bizarros que envolvem situações da vida real,
tais como ser seguido, envenenado, infectado, amado a distância, traído por cônjuge ou parceiro
romântico ou ter uma doença com duração mínima de 1 mês.
B. O critério A para Esquizofrenia não é satisfeito.
Nota: alucinações táteis e olfativas podem estar presentes no
Transtorno Delirante, se relacionadas ao tema dos delírios.
C. Exceto pelo impacto do(s) delírio(s) ou de suas ramificações, o
funcionamento sócio-ocupacional não está acentuadamente prejudicado, e o comportamento não
é visivelmente esquisito ou bizarro.
D. Se episódios de humor ocorreram durante os delírios, sua duração
total foi breve relativamente à duração dos períodos delirantes.
E. A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos diretos
de uma substância, como por exemplo, uma droga de abuso, um medicamento ou não se deve à uma
condição médica geral (onde se exclui o ciúme do alcoolista).
Especificar tipo (os tipos seguintes são atribuídos com base no tema predominante
do(s) delírio(s):
Há vários anos suspeita-se que o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
poderia se manifestar como Ciúme Patológico. Nesse caso os pensamentos atrelados ao Ciúme
Patológico seriam indistinguíveis dos pensamentos obsessivos. Os pensamentos de ciúme seriam
ruminações e as buscas por evidências da infidelidade, rituais compulsivos de verificação.
Muitos pacientes teriam crítica e constrangimento por esses pensamentos e se esforçariam para afastá-los.
Albina torres et al citam a famosa frase de Barthes em Fragmentos de um
discurso amoroso: "Como homem ciumento eu sofro quatro vezes: por
ser ciumento, por me culpar por ser assim, por temer que meu ciúme prejudique o outro, por me deixar levar
por uma banalidade; eu sofro por ser excluído, por ser agressivo, por ser louco e por ser comum"(Torres,
1999).
De algum tempo para cá, vários autores têm sugerido
a relação entre Ciúme Patológico e Transtornos Obsessivo-Compulsivos (Shepherd, 1961).
Desta forma, pensamentos de ciúme podem ser vivenciados como excessivos, irracionais ou intrusivos e podem
levar a comportamentos compulsivos, tais como os de verificação compulsiva. Ao se considerar os tipos
Ciúme Patológico, podemos observar que, enquanto no Ciúme Delirante o paciente está
solidamente convencido da traição, no Ciúme Obsessivo ele sentirá dúvidas e
ruminações sobre provas inconclusivas, em que certeza e incerteza, raiva e remorso alternam-se a
cada momento.
É importante ressaltar que em estudos sobre TOC, o tema do
Ciúme Patológico é pouco abordado, possivelmente por não ser um sintoma muito típico,
e em trabalhos que estudam o Ciúme Patológico em geral, sua apresentação como uma manifestação
sintomatológica do TOC também é pouco enfatizada, talvez por não estar entre os sintomas
mais freqüentes.
Sob vários aspectos constata-se que os pensamentos de ciúme
partilham várias características com os pensamentos das obsessões: são freqüentemente
intrusivos, indesejados, desagradáveis e por vezes considerados irracionais, em geral acompanhados de atos
de verificação ou busca de reasseguramento. Os indivíduos que avaliam suas atitudes como inadequadas
ou injustificadas teriam mais sentimentos de culpa e depressão, enquanto os demais apresentariam mais raiva
e comportamentos violentos.
Os pensamentos ou ruminações obsessivas de ciúme
diferem das suspeitas de ciúme na medida em que são facilmente reconhecidos pelo paciente como ego
distônicos, ou seja, irracionais e associados à resistência e culpa, enquanto as preocupações
mórbidas são sintônicas, consistentes com o estilo de vida e centradas em problemas realísticos
do indivíduo, raramente resistidas e só algumas vezes associadas à culpa.
Assim, nos pacientes obsessivos as preocupações de
ciúme tipicamente envolvem maior preservação da crítica, mais vergonha, culpa e sintomas
depressivos, menor agressividade expressa e muitas ruminações e rituais de verificação
sobre acontecimentos passados. De fato, há casos em que predominam comportamentos relacionados à
depressão, tais como: retraimento, dependência e maior demanda por demonstrações afetivas,
por vezes alternados com raiva, ameaças e agressões.
O ciúme considerado normal dá-se num contexto interpessoal,
entre o sujeito e o objeto, enquanto o ciúme no Transtorno Obsessivo-Compulsivo seria intrapessoal, só
dentro do sujeito. O ciúme normal envolveria sempre duas pessoas, e os pacientes melhorariam quando sem
relacionamentos amorosos (Parker e Barret, 1997).
No Ciúme Patológico o amor do outro é sempre
questionado e o medo da perda é continuado, enquanto no amor normal (ou ideal) o medo não é
prevalente e o amor não é questionado. No Transtorno Obsessivo-Compulsivo há sempre dúvida
patológica com verificações repetidas, mesmo fenômeno que se observa no Ciúme
Patológico. O medo da perda é também um sintoma proeminente no TOC, tanto quanto no Ciúme
Patológico. Neste, a perda do ser amado não diz respeito à perda pela morte, como ocorre num
relacionamento normal, mas o temor maior, o sofrimento mais assustador é a perda para outro(a).
Segundo o DSM.IV, as Obsessões, seriam definidas por:
(1) pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento
durante a perturbação, são experimentados como intrusivos e inadequados e causam acentuada
ansiedade ou sofrimento.
(2) os pensamentos, impulsos ou imagens não são meras preocupações
excessivas com problemas da vida real.
(3) a pessoa tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens, ou
neutralizá-los com algum outro pensamento ou ação.
(4) a pessoa reconhece que os pensamentos, impulsos ou imagens obsessivas são
produto de sua própria mente (não impostos a partir de fora, como na inserção de pensamentos).
A ausência do termo ciúme nesses critérios seria
o maior responsável pela relutância de muitos autores em diagnosticar o TOC em casos cuja apresentação
é centrada em preocupações de infidelidade. Apesar de haver temas de idéias obsessivas
mais freqüentes no TOC, as possibilidades de conteúdos obsessivos e rituais compulsivos são
infindáveis. Não há também nenhuma regra proibindo as idéias obsessivas de envolverem
o tema ciúme com a mesma força que envolve a contaminação, sujeira, doença,
etc.
Devido a essa resistência em se considerar o Ciúme
Patológico como um Transtorno Obsessivo-Compulsivo normal com a diferença única no tema da
idéia obsessiva, existem termos variantes do TOC, tais como Ciúme Obsessivo, Ciúme Obsessivo-Suspeitoso,
forma Obsessivo-Compulsiva de Ciúme Patológico ou Ciúme com Características Obsessivas,
evitando-se falar diretamente em Transtorno Obsessivo-Compulsivo. Talvez pelo tema ciúme ter forte natureza
paranóide, a aproximação mais natural do transtorno seria com idéias delirantes e quadros
tradicionalmente psicóticos.
Referências
- Ballone GJ - Desejo Sexual Hipoativo - in. PsiqWeb Psiquiatria Geral, Internet, disponível em <http://sites.uol.com.br/gballone/voce/ciume.html>última revisão 2002
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- Wright S. Familial obsessive-compulsive disorder presenting as pathological jealousy successfully treated with fluoxetine. Arch Gen Psychiatry 1994;51:430-I.
O Autor
Geraldo J. Ballone
Especialista em psiquiatria pela ABP e professor do Departamento de Neuropsiquiatria da Faculdade de Medicina da PUCCAMP desde 1980. Coordenador do site PsiqWeb - Psiquiatria clínica didática para pesquisas e consultas
Publicado em 31.Dezembro.2002
Copyright 2002 Universidade Estadual de Campinas
Revista Cérebro & Mente
Núcleo de Informática BIomédica
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