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sábado, 7 de janeiro de 2012

Crianças com problemas de saúde mental


Entrevista

"Há cada vez mais crianças com problemas de saúde mental", diz presidente da Academia Americana de Pediatria

Pediatra há mais de 40 anos, Thomas K. McInerny afirma, em entrevista ao site de VEJA, que doenças mais comuns em adultos, como obesidade e depressão, deverão se tornar mais frequentes em crianças nos próximos anos.

Natalia Cuminale
crianças alimentação

As crianças devem conviver cada vez mais com doenças que antes atingiam quase que exclusivamente os adultos, como obesidade e depressão, diz pediatra (Thinkstock)


"A forma que praticamos pediatria durante décadas não vai mais funcionar daqui em diante", afirma Thomas K. McInerny, calcado na experiência de quem trata crianças há mais de quatro décadas. De acordo com o pediatra, eleito no início de outubro presidente de uma das maiores referências mundiais desse campo médico, a Academia Americana de Pediatria, a tendência é que as crianças convivam cada vez mais com as doenças que antes atingiam quase que exclusivamente os adultos, como obesidade e depressão.


Para encarar a nova realidade, os pediatras precisam se atualizar e aprender a enxergar problemas que antes eram mais raros em sua rotina. "Esse é o novo desafio da profissão. Desenvolver práticas, por exemplo, para tratar de crianças com problemas de saúde mental. Não é como tratar alguém com pneumonia, quando basta prescrever penicilina e esperar até tudo ficar bem”.


McInerny está no lugar certo para ajudar a atender a essa nova necessidade da profissão. A organização que ele vai presidir a partir de 2012 costuma ditar regras que são seguidas por pediatras do mundo inteiro. Com mais de 60.000 médicos credenciados, entre profissionais dos Estados Unidos, do Canadá e do México, a AAP é responsável por publicar mensalmente a revista Pediatrics, a mais prestigiada da especialidade. O periódico cobre os mais diversos campos de pesquisa sobre jovens e adolescentes - números recentes trouxeram artigos sobre o tempo adequado de uso de dispositivos eletrônicos, guias para evitar a alergia alimentar e novas diretrizes de vacinação.


Em outubro 2011, a academia lançou novas regras para diagnóstico e tratamento de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). De acordo com elas, crianças entre 4 e 5 anos poderão ser tratadas com remédios se não responderem a  tratamentos comportamentais. "Medicamentos para TDAH não são úteis para crianças com outros problemas. Por isso, o diagnóstico correto é tão importante", disse McInerny em entrevista ao site de VEJA

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