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sexta-feira, 18 de maio de 2012

PEDOFILIA - MALDADE OU DOENÇA?


 PEDOFILIA - MALDADE OU DOENÇA? 
PEDOFILIA – Maldade ou doença? ‘’Ao abordarmos este assunto tão delicado e controverso, devemos nos solidarizar com todas as vitimas de pedofilia. Sabe-se que pedofilia é crime contra a criança e a sociedade. Respeitando as normas estabelecidas pelaConvenção Internacional sobre os Direitos da Criança, aprovada em 1989 pela Assembleia Geral das Nações Unidas que define os países signatários como responsaveis; e que devem tomar "todas as medidas legislativas, administrativas, sociais e educativas" adequadas à proteção da criança, inclusive no que se refere à violência sexual (artigo 19)’’.   


Maldade ou doença?
Para responder a este questionamento muito comum, temos que compreender os conceitos acima.O que é maldade?  Segundo Priberam dicionário da língua portuguesa o significado da palavra maldade é: Tendência a praticar o mal – ação ruim, iniqüidade e crueldade. Vamos estender um pouco esta explicação – a maldade é contraponto da bondade. Ou o verso desta mesma moeda. A bondade é super valorizada pelo homem, ao contrario da maldade, que é desprezada de maneira odiosa.Existe uma pergunta importante: ‘’A maldade é inata ou adquirida?’’ ou melhor dizendo a maldade já esta instalada no homem quando ele nasce ou é um processo de aquisição em seu relacionamento com o meio e sua cultura. Esta duvida persiste há séculos – no ano de 371 a.C. o filosofo Chinês Mêncio Meng-Tse, seguidor de Confúcio  acreditava que os seres humanos são dotados de compaixão, moralidade, e tem a capacidade de distinguir entre o bem e o mal. Sendo assim este pensador chinês acreditava que a maldade humana é resultado das influencias externas sofridas pela exposição ao meio e a cultura. Já, o político chinês Lao - Tse, da dinastina Han e pai do taoismo, em 280 a.C. -  defendia que os seres humanos são naturalmente maus e precisam da educação e das pressões políticas e sociais para exercitar a civilidade e se tornarem bons, e assim viverem pacificamente em sociedade.Este debate continua atualmente, porem, com novos recursos. O avanço tecnológico trouxe maneiras de identificar o que a ciência chama de: O DNA da maldade.  Nos últimos 20 anos, muitos estudos têm mostrado que assassinos e criminosos muito violentos têm evidências precoces de doença cerebral. Por exemplo, num estudo feito por Pamela Y. Blake, Jonathan H. Pincus e Cary Buckner -Neurologic abnormalities in murderers dos USA, 20 de 31 assassinos confessos e sentenciados possuíam diagnósticos neurológicos específicos e mais de 64% dos criminosos foram diagnosticados com anormalidades no lobo frontal.   Segundo estudos recentes, muitos comportamentos associados às relações sociais são controlados pelo ‘’lobo frontal’’. Segundo especialistas nesta área todos os primatas sociais desenvolvem bastante o cérebro frontal e a espécie humana tem o maior desenvolvimento de todos. E isso nos diferencia dos animais. Entre muitos outros questionamentos existem os que são extremamente relevantes para a psicologia e outras ciências. A cultura de uma época, por exemplo, é determinante para o desenvolvimento de algumas doenças, inclusive as doenças mentais. Existem indagações e muitas controvérsias a respeito da predisposição biológica para o DNA do mal. Vivemos um quadro social bastante favorável e até mesmo fértil para a perpetração da maldade em nosso meio. Vamos pensar em apenas alguns casos: o desrespeito a vida, a banalização da morte e todo tipo de violência, a desestruturação familiar que culmina em uma sociedade sem valores éticos e morais e conseqüentemente mais violenta. Estamos diante de uma mudança radical da natureza, o clima esta mudando drasticamente. As reservas naturais são desfalcadas continuamente, os recursos naturais estão exauridos. E viver neste sistema esta modificando o homem em sua relação com o meio e com o outro. Tornando-o mais refratário as questões humanitárias.
Sendo assim, a maldade encontra um território vasto para perpetuar, e culmina no desequilíbrio das questões éticas e morais.
O que é doença? 
Doença (do latim dolentia, padecimento) designa em medicina e outrasciências da saúde um distúrbio das funções de um órgão, da psique ou do organismocomo um todo que está associado a sintomas específicos. Pode ser causada por fatores externos, como outros organismos (infecção), ou por disfunções ou malfunções internas, como as doenças autoimunes. A patologia é a ciência que estuda as doenças e procura entendê-las (fonte Wikipédia). E segundo dicionário da Língua Portuguesa doença é descrita: Denominação genérica de qualquer desvio do estado normal; conjunto de sinais e/ou sintomas que têm uma ou mais causas; moléstia.Segundo a Organização Mundial da Saude, pedofilia é desordem mental.A pedofilia é classificada pela OMS, como uma desordem mental e de personalidade do adulto, e também como um desvio sexual, considerada pelo Manual Dagnostico e Estatistico de Transtornos Mentais o DSM-IV, como Disfunção Sexual, parafilia que caracteriza-se por uma perturbação no desejo sexual e alterações fisiopsicológicas no ciclo da resposta sexual, causando sofrimento acentuado e dificuldade interpessoal.
Então é doença?
Se baseados nos conceitos do que é doença - DENOMINAÇÃO GENERICA DE QUALQUER DESVIO DO ESTADO NORMAL - Sim pedofilia pode ser considerada uma doença psiquíca - ou segundo DSM-IV transtorno mental (uma compulsão) - que desestabiliza e causa prejuizo significativo ao seu portador. É exatamente aqui que devemos fazer uma pausa e separar o joio do trigo. A pergunta mais apropriada seria:
''Todos os abusadores de menores são pedofilos?''  - Infelizmente fazer esta conceituação não desata os nós desta questão.
A causa ou causas da pedofilia são desconhecidas.  Pensava-se que o histórico de abuso sexual na infância era um forte fator de risco, mas pesquisas recentes não encontraram relação causal, uma vez que a grande maioria das crianças que sofrem abusos não se tornam infratores quando adultos, nem tampouco a maioria dos infratores adultos relatam terem sofrido abuso sexual. O "USA Government Accountability Office" concluiu que "a existência de um ciclo de abuso sexual não foi estabelecida." Antes de 1996, havia uma crença generalizada na teoria do "ciclo de violência", porque a maioria das pesquisas feitas eram retrospectivas e baseadas em um grupo pré-definido (Cross-sectional study) — os infratores eram questionados se teriam sofrido abusos no passado.

Causas – (Fonte Wikipédia)
A maioria desses estudos descobriu que a maioria dos adultos infratores relataram não terem sofrido qualquer tipo de abuso durante a infância, mas os estudos variam quanto as estimativas percentuais de infratores com histórico de abusos em relação ao total de infratores, de 0 a 79 por cento. Pesquisa mais recentes, de caráter prospectivo longitudinal, estudando crianças com casos documentados de abuso sexual ao longo de certo período a fim de determinar que percentagem delas se tornaria infratora, tem demonstrado que a teoria do ciclo de violência não constitui uma explicação satisfatória para o comportamento pedófilo.Recentes estudos, empregando exploração por ressonância magnética, foram feitos na Universidade de Yale e mostraram diferenças significativas na atividade cerebral dos pedófilos. O jornal Biological Psychiatry declarou que, pela primeira vez, foram encontradas provas concretas de diferenças na estrutura de pensamento dos pedófilos. Um psicólogo forense declarou que essas descobertas podem tornar possível o tratamento farmacológico da pedofilia. Continuando nessa linha de pesquisas, o Centro de Vício e Saúde Mental de Toronto, em estudo publicado noJournal of Psychiatry Research, demonstrou que a pedofilia pode ser causada por ligações imperfeitas no cérebro dos pedófilos. Os estudos indicaram que os pedófilos têm significativamente menos matéria branca, que é a responsável por unir as diversas partes do cérebro entre si.Correlações biológicas – (fonte Wikipédia)Muitos pesquisadores tem relatado correlações entre a pedofilia e algumas características psicológicas, como baixa auto-estima e baixa habilidade social. Até recentemente, muitos pesquisadores acreditavam que a pedofilia fosse causada por essas características. A partir de 2002, outros pesquisadores, em especial ossexólogos canadenses James Cantor e Ray Blanchard junto com seus colegas, começaram a relatar um série de descobertas relacionando a pedofilia (a definição médica da preferência sexual por crianças, não a definição comportamental utilizada por outras fontes) com a estrutura e o funcionamento cerebrais: homens pedófios possuem QI mais baixo, pontuação mais baixa em testes de memória, maior proporção de canhotos, taxas mais altas de repetência escolar em proporção com as diferenças de QI, menor estatura maior probabilidade de terem sofrido ferimentos na cabeça acompanhados de perda de consciência, e várias diferenças em estruturas cerebrais detectadas através de ressonância magnética nuclear (MRI, em inglês). Eles relatam que suas descobertas sugerem a existência de uma ou mais características neurológicas congênitas (presentes ao nascer) que causam ou aumentam a probabilidade de se tornar um pedófilo. Evidências de transmissão familiar "sugerem, mas não provam que fatores genéticos sejam responsáveis" pelo desenvolvimento da pedofilia.Outro estudo, usando ressonância magnética nuclear (MRI) estrutural, mostra que homens pedófilos possuem um menor volume de massa branca do que criminosos não-sexuais.Imagens de ressonância magnética funcional (fMRI) tem mostrado que pessoas diagnosticados com pedofilia que abusaram de crianças tem ativação reduzida do hipotálamo, em comparação com indivíduos não-pedófilos, ao serem expostos a fotos eróticas de adultos. Um estudo de neuroimagem funcional de 2008 nota que o processamento central de estímulos sexuais em "pacientes pedófilos forenses" heterosexuais podem ser alterados por um distúrbio nas redes pré-frontais, que "podem estar associadas a comportamentos controlados por estímulo, como os comportamentos sexuais compulsivos." As descobertas podem também sugerir "uma disfunção no estágio cognitivo do processamento da excitação sexual."Blanchard, Cantor e Robichaud (2006) revisaram a pesquisa que tentou identificar aspectos hormonais de pedófilos. Eles concluíram que há de fato alguma evidência de que homens pedófilos tem menos testoterona do que aqueles no grupo de controle, mas que a pesquisa é pobre e que é difícil tirar qualquer conclusão firme a partir dela.Apesar de não poderem ser consideradas causas da pedofilia, diagnósticos psiquiáricos adicionais — como distúrbios da personalidade e abuso de substâncias — são fatores de risco para a concretização dos impulsos pedófilos. Blanchard, Cantor e Robichaud (2006) notaram, a respeito do nexo-causal pedofilia-estados psiquiátricos adicionais, que "as implicações teóricas não são tão claras. São os genes específicos ou fatores nocivos no ambiente pré-natal que predispõem um homem a desenvolver distúrbios afetivos e pedofilia, ou a frustração e isolamento causados pelos desejos sexuais socialmente inaceitáveis — ou a sua ocasional satisfação - é que levam à ansiedade e ao desespero?" Eles indicaram que, por terem constatado anteriormente que mães de pedófilos tem maior probabilidade de terem passado por tratamento psiquiátrico, a hipótese genética é mais provável.
Se é doença pode ser tratada? Tratamento – (fonte Wikipédia)
Numerosas técnicas voltadas para o tratamento da pedofilia tem sido desenvolvidas. Muitos vêm a pedofilia como altamente resistente contra interferência psicológica, e acreditam que tratamentos e estratégias reparativas são ineficientes. Outros, tais como o Dr. Fred Berlin, acreditam que a pedofilia poderia ser claramente mais bem tratada com êxito se a comunidade médica desse mais atenção ao tema. Porém, a taxa de casos muito bem-sucedidos de tratamento é muito baixa.Técnicas utilizadas para o tratamento da pedofilia incluem um "sistema de suporte de doze passos", paralelo à terapia de vícios, embora tal sistema é visto por muitos como o meio menos eficiente de tratamento. Medicações antiandrogênicas, tais como o Depo Provera, podem ser utilizadas para diminuírem níveis detestosterona, e são constantemente utilizados, em conjunto com outras medidas.A terapia cognitivo-comportamental possui mais suporte em geral, onde o pedófilo aprende a associar o "comportamento pedofílico" com diversos atos considerados não-desejáveis. Geralmente, isto é feito dizendo para o pedófilo "fantasiar atividade sexual desviante", e então, uma vez excitado, os pedófilos são ditos para imaginarem as consequências legais e sociais de tais fantasias. Outros programas induzem o pedófilo a associarem comportamento ilegal com dor, através da controversa terapia de aversão, onde choques elétricos são induzidos ao pedófilo enquanto este está fantasiando. Estes últimos métodos são raramente utilizados em pedófilos que não cometeram ainda crimes baseados na pedofilia.Mas todo abusador de crianças é pedofilo?


Definitivamente não, existe um reducionismo neste termo ‘’pedofilia’’, e principalmente a midia falada, coloca tudo que se relaciona com o abuso de menores no mesmo patamar. Fica tudo reduzido a pedofilia. O que não esta correto. Existem muitos outros tipos de transgressores sexuais que são oportunistas e por motivos torpes abusam de menores. E no entanto, não são pedofilios, nunca foram, apenas tiveram a oportunidade e a exerceram.
Texto: Jane A. Bitencourt

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